Na Copa das Confederações, mas fora da Copa do Mundo

*Atualizado em 20 de julho de 2022, às 19h23

Para muitos, mais um teste, para outras seleções, uma glória alcançada. Estar na Copa das Confederações era uma coisa, na Copa, outra. Foi assim, em vários casos, com  equipes que viveram um pedaço do que é um Mundial, mas que não puderam ter toda a experiência. Nesse texto, reunimos todas as seleções que participaram de uma Copa das Confederações, mas não conseguiram chegar a Copa do Mundo seguinte a essa disputa. São mais seleções do que esperávamos.

Em 2017, das oito seleções que disputam a Copa das Confederações, apenas a que sedia, a Rússia, tem vaga confirmada. Alemanha e México estão próximos; Chile, Portugal e Austrália não devem ficar de fora, mas com a possibilidade de repescagem preocupando, e Camarões e Nova Zelândia têm situações mais difíceis, seja pela situação atual do grupo ou pelo possível adversário na repescagem intercontinental, respectivamente, aliás, para as duas, isso não será novidade.

1994 – Costa do Marfim (1992)

Campeão africano de 1992, a Costa do Marfim participou da King Fahd Cup no mesmo ano, precursora da Copa das Confederações, mas considerada oficial. A campanha não foi boa, com o quarto lugar entre quatro equipes.

Para a participação na Copa do Mundo 1994, os Elefantes ficaram muito perto da, então, classificação inédita. Após uma primeira fase onde eliminou Níger, Botswana e Sudão, a seleção foi para a fase final enfrentar Nigéria e Argélia. Na penúltima rodada do triangular, a equipe precisava de um empate contra a Nigéria para confirmar a vaga antecipada, mas perdeu por 4 a 1. A equipe poderia se classificar com uma derrota da Nigéria para a Argélia, que não aconteceu.

1998 – Austrália, Emirados Árabes Unidos, República Tcheca e Uruguai (1997)

Na primeira Copa das Confederações realizada um ano antes da Copa do Mundo, metade das seleções que a disputaram não foram para a França em 1998.

A Austrália venceu a repescagem da Oceania (5 a 0 agregado contra a Nova Zelândia) e até os 35 minutos do segundo tempo do confronto intercontinental contra o Irã, a equipe estava se classificando para Copa, mas tomou o empate, após abrir 2 a 0, e perder a vaga pelos gols fora.

As outras três seleções não tiveram perto das vagas. Uruguai e República Tcheca que disputaram o terceiro lugar das Confederações ficaram longe da Copa, com a primeira terminando na sétima colocação das Eliminatórias da América do Sul e os tchecos em terceiro no grupo 6 da Europa, atrás de Espanha e Iugoslávia. Os Emirados tiveram uma vitória na Copa das Confederações (1×0 África do Sul), mas não tiveram sucesso no qualificatório asiático onde ficou em terceiro no grupo 2 da fase final a quatro pontos da repescagem.

2002 – Bolívia, Egito, Nova Zelândia (1999), Austrália e Canadá (2001)

Entre 1998 e 2002, mais duas edições de Copa das Confederações foram realizadas e cinco seleções não garantiram vaga no Mundial de 2002. Está certo que no caso da edição 1999, algumas vagas foram conquistadas por torneios continentais de 1998 e 1997, caso da Copa América, onde a Bolívia foi vice-campeã. Para a Copa de 2002, os bolivianos conseguiram um honroso sétimo lugar, mas com nove pontos atrás do quinto colocado, o Uruguai.

O Egito chegou na última rodada das Eliminatórias da África a frente de Senegal, pelo saldo de gols, caso vencesse o clássico contra a Argélia se classificaria, desde que o Senegal não goleasse a Namíbia, o que ocorreu. O Egito não conseguiu vencer, ficou no empate.

Nova Zelândia e Austrália, obviamente, disputaram a final da Oceania, que foi vencida pelos australianos (que na Copa das Confederações terminaram em terceiro, vencendo o Brasil). Os Socceroos encararam o Uruguai na repescagem intercontinental, quando venceram a primeira partida por 1 a 0, mas tomaram a virada na volta, com um 3 a 0.

Um dos títulos mais surpreendentes de 2000 foi o conquistado pelo Canadá na Copa Ouro. Nem mesmo a empolgação da equipe fez com que os canadenses não decepcionassem nas Eliminatórias da Concacaf, onde foram eliminados na fase semifinal, com apenas cinco pontos, atrás de Trinidad & Tobago e México. Na Copa das Confederações, a seleção fez um ponto, logo contra o Brasil, em um 0 a 0.

2006 – Camarões, Colômbia, Nova Zelândia, Turquia (2003) e Grécia (2005)

Rivais históricas, Turquia e Grécia foram duas decepções das Eliminatórias para a Copa do Mundo 2006. A primeira pelo terceiro lugar no Mundial de 2002 e a segunda pelo heroico título da Eurocopa 2004. As duas seleções caíram no mesmo grupo, o 2, com certo favoritismo, mas não conquistaram o feito. A Grécia ficou com o quarto lugar, enquanto a Turquia chegou até a repescagem, mas sucumbiu ante a Suíça.

(Foto: Divulgação/UEFA.com)

A Colômbia chegou muito perto da disputa mundial, ficou a um ponto do Uruguai, classificado para a repescagem intercontinental. Foi uma decepção, pois teve melhor ataque e defesa que os uruguaios, com um empate a mais teria se classificado para enfrentar a Austrália.

Na era hegemônica de Austrália/Nova Zelândia na Oceania ficar fora da final continental era um absurdo, mas foi isso que aconteceu, com os All Whites, que ficaram em terceiro na Copa das Nações, atrás das Ilhas Salomão, com direito a derrota por virada contra Vanuatu, 4 a 2.

Eto’o, Song, Geremi, Webó e mais bons valores era o que tinha Camarões para chegar a Copa de 2006, mas a grande adversária do grupo 3 das Eliminatórias da África era a Costa do Marfim, de Drogba, Eboué e Kolo Touré. Por um ponto, Camarões ficou atrás da Costa do Marfim (22 a 21). Até hoje, os camaroneses devem ter pesadelos com os empates contra líbia e Sudão…

2010 – Egito e Iraque (2009)

Na Copa das Confederações de 2009, o Egito dificultou a vida do Brasil, com uma derrota por 4 a 3, que foi definida com uma penalidade no final da partida; venceu a Itália e perdeu para os EUA. A boa campanha, aliada ao domínio continental fez com que o Egito fosse apontado como favorito do grupo C da fase final das Eliminatórias africanas, que tinha Argélia, Zâmbia e Ruanda, mas mais uma vez, a Argélia estava no caminho. As duas seleções empataram em pontos, o que provocou um jogo extra (no Sudão) para definir a vaga, que foi conquistada pelos argelinos, com a vitória pelo placar mínimo.

O título asiático de 2007 foi um sopro de esperança desportiva e social para o Iraque, mas que não teve continuidade nas Eliminatórias, quando a seleção foi eliminada na fase anterior a final, com um terceiro lugar no grupo que tinha Austrália e Qatar. A Copa das Confederações, ao menos, foi muito digna, com dois empates sem gols e uma derrota por apenas 1 a 0 para a Espanha.

(Foto: Koji Watanabe/Getty Images)

2014 – Taiti (2013)

Na final mais alternativa que a Copa das Nações da Oceania já teve, o Taiti venceu a Nova Caledônia, por 1 a 0. Nos moldes anteriores, a equipe teria garantido vaga na repescagem intercontinental, mas o formato foi mudado, com mais uma fase para definição. No quadrangular final, a campanha foi ruim, com apenas uma vitória e cinco derrotas, terminando em terceiro lugar.

2018 – Chile, Nova Zelândia e Camarões (2017)

Os três chegaram a Copa das Confederações pelos títulos continentais, mas em contextos diferentes. O Chile venceu a Copa América 2015 (e a Copa América Centenário 2016), o que eternizou a geração de Bravo, Vidal e Alexis Sánchez, o que se tornou o último grande momento da seleção, que lutou pela vaga na Rússia, mas ficou fora até da repescagem.

Camarões vinha em baixa desde a pior campanha da Copa do Mundo de 2014 até que chegou ao inesperado título africano de 2017. Porém, essa taça não se refletiu em nada nas Eliminatórias, onde ficou na terceira colocação do Grupo B, a seis pontos da classificada Nigéria e atrás da Zâmbia.

A Nova Zelândia foi quem chegou mais perto, pelo menos na fase da disputa. Garantida na repescagem intercontinental com uma vitória de 8 a 3 contra Ilhas Salomão, o time empatou sem gols com o Peru, em casa, mas perdeu o jogo de volta, por 2 a 0.

Uma resposta para “Na Copa das Confederações, mas fora da Copa do Mundo”

  1. Avatar de Fernando Joca de Oliveira
    Fernando Joca de Oliveira

    Juizão devia ter dado tiro livre indireto contra a Nova Caledônia,quando o defensor usou o travessão como apoio pra cabecear e tirar a bola quase em cima da linha…

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