De Tombos à Catu: as menores cidades da história da Série B

Imagine viver em uma cidade com pouco mais de oito mil habitantes que alcança um feito histórico: ter um time de futebol que consegue chegar na Série B. O Tombense faz de Tombos, interior mineiro, a menor cidade com um representante na história da segunda divisão nacional. A população é menor que a exigência estúpida da CBF de 10 mil pessoas para um estádio receber jogos da divisão, exceção feita a esse ano para o caso do Brusque, devido a pandemia.

Nesse texto, você vai conferir as dez menores cidades que tiveram clubes na Série B, utilizando os números mais recentes de cada município para exemplificar cada caso.

Tombos (MG) – 8.200 habitantes

Se as coisas voltarem ao normal, de fato, a CBF deve pedir que os clubes voltem a atuar em estádios com mínimo de dez mil pessoas para receber público. Em nenhum caso, acreditamos que essa exigência seja válida, mas no caso de Tombos é pior ainda, pois qual o sentido de uma cidade de oito mil habitantes ter um estádio com duas mil pessoas a mais. Um estádio deve ter estrutura mínima para jogadores e profissionais envolvidos, além de segurança para a capacidade que o campo comporta. O Tombense deve mandar os jogos em Muriaé, onde mandou as partidas decisivas da Série D 2014, que fica a uma hora da cidade-sede.

Capela (AL) – 17 mil habitantes

Em 1989, o Capelense se sagrou campeão alagoano pela terceira vez. Anteriormente, tinha disputado a Taça Brasil de 1960 e 1963, também, por ter vencido o estadual. A Série B 1989 teve 96 clubes, o que deu vaga para o Galo representar a cidade, que até a subida do Tombense era a menor da história da divisão.

Time do Capelense, campeão alagoano de 1989

Bandeirantes (PR) – 31.500 habitantes

Se tem uma cidade no Paraná que vive ano após ano a expectativa de retornar ao futebol é Bandeirantes, terra do União Bandeirante, dono de um dos escudos mais bonitos do futebol brasileiro. A folclórica Família Meneghel era quem comandava o clube que disputou a seletiva da Taça CBF, a Série B, 1984, que foi disputada no sistema de mata-mata. O União passou por Grêmio Maringá, Londrina e Matsubara na disputa regional para chegar até a fase principal, onde foi eliminado na primeira fase pelo Inter de Santa Maria na disputa de pênaltis, em casa.

Goiatuba (GO) – 34.200 habitantes

Por cinco anos, Goiatuba, sul goiano, teve um representante na Série B, a época áurea do Goiatuba Esporte Clube. O estádio Divino Garcia Rosa chegou a ter capacidade para 15 mil pessoas, quase metade da população do município. A primeira participação do Azulão foi em 1989 e teve mais quatro entre 1994 e 1997. A melhor participação foi o 11º lugar em 1995. No ano seguinte, o time entrou em crise, foi rebaixado no estadual (quatro anos depois de ser campeão estadual) e caiu na Série B, mas acabou com a queda cancelada devido a virada de mesa na Série A.

Andradas (MG) – 40.700 habitantes

Desde 2009, fora do futebol, o Rio Branco de Andradas Futebol Clube deixou saudade no município do sul mineiro, que é o quinto menor a ter um clube na Série B – a partir de 2022. O Rio Branco disputou a Série B pela primeira vez em 1989, dois anos depois de estrear na elite estadual, quando quase se classificou para a segunda fase. A segunda aparição foi em 1991, quando foi lanterna da chave. Nos dois anos, a Série B estava inchada, pois a Série C não foi realizada.

Parque do Azulão e parte da cidade de Andradas (Foto: Loucos por Estádios)

Novo Horizonte (SP) – 41.400 habitantes

Dependendo do que acontecer uma semana depois da publicação desse texto, Novo Horizonte pode ser a primeira cidade dessa lista com dois clubes na história da Série B. Isso, pois o atual Novorizontino não é o mesmo dos anos 1990. O que disputou a Série B em 1989, 1991 e 1995 foi o Grêmio Esportivo Novorizontino, campeão da Série C 1994, que foi extinto em 1999. Em 2010, o atual Grêmio Novorizontino foi fundado e pode ter a chance de estrear na Série B 2022, dependendo da última rodada da Série C.

Itápolis (SP) – 43.100 habitantes

Durante oito anos, o Oeste disputou a Série B e nas quatro primeiras temporadas (2013 a 2016) usou a cidade-sede original, Itápolis, que conta com o Estádios dos Amaros, com capacidade para dez mil pessoas, um quarto da população. Em 2017, o Oeste se desligou completamente da cidade e passou a jogar em Barueri. Porém, os quatro anos fizeram de Itápolis, uma das menores cidades com time de Série B. Até a subida do Tombense era a menor cidade a ter representante na era dos pontos corridos.

Timbaúba (PE) – 52.500 habitantes

Segundo dados de 2019, Timbaúba é a 35ª cidade mais populosa de Pernambuco. Conseguiu chegar a uma Série B, algo que Jaboatão dos Guararapes, com 711 mil habitantes, nunca chegou perto. Em 1991, o Estudantes Sport Club representou o município da segunda divisão nacional, uma temporada, como supracitado, que não teve a realização da Série C. O Carneiro ficou no Grupo 3, que teve a presença dos conterrâneos Santa Cruz, Central e América, quando ficou na quinta colocação entre oito agremiações.

Catu (BA) – 55.200 habitantes

Considerando a Série A desde 1971, Catu é a menor cidade a ter um clube na primeira divisão, quando a Catuense disputou a elite nacional em 1984. Na Série B, o Bem-te-vi teve um período de muita estabilidade e força entre 1982 e 1991. Em duas oportunidades, o clube quase subiu de divisão: em 1989, perdeu a semifinal para o São José (derrota por 1 a 0 no Antônio Pena e empate na cidade paulista) e no ano seguinte disputou o quadrangular semifinal e teve chance de acesso até a última rodada.

6 respostas para “De Tombos à Catu: as menores cidades da história da Série B”

  1. Cadê o barra do Garcas que disputou a série b em 94 e 95?? Matéria mal feita

    1. A proposta do texto não é falar todas as cidades. Barra do Garças aparecia na sequência. Fizemos conferência de todas as cidades para ver um comentário tosco desse

  2. Muito interessante, parabéns pela matéria.

  3. Conta totalmente errada. Se em 2020 a população de catu 54.970, como em 84 tinha 55 mil kkk

  4. […] Novorizontino disputará a Série B pela quarta vez em 2022, essa pessoa está errada. Na cidade de Novo Horizonte, houve dois clubes chamados de Novorizontino. O primeiro é o Grêmio Esportivo Novorizontino, que […]

  5. Faz um tema inverso, as 10 maiores cidades do país sem times profissionais.

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