Se alguém disser que o Grêmio Novorizontino disputará a Série B pela quarta vez em 2022, essa pessoa está errada. Na cidade de Novo Horizonte, houve dois clubes chamados de Novorizontino. O primeiro é o Grêmio Esportivo Novorizontino, que foi fundado em 1973, foi vice-campeão paulista de 1990, campeão da Série C 1994 e se extinguiu em 1999. Onze anos depois, surgiu o Grêmio Novorizontino, que carrega no escudo (bem semelhante ao antigo), a data da fundação de 2010, e tem cores e mascote iguais ao anterior. São duas pessoas jurídicas diferentes, algo que é sempre separado pelo próprio clube, que conquistou o acesso para a Série B 2022, onde irá estrear.

Para a cidade não será uma novidade ter um clube na Série B. Durante três oportunidades, como ficou implícito no começo do texto, o Grêmio Esportivo Novorizontino disputou a competição, que tinha um formato completamente diferente do que terá pela frente no próximo ano. O GEN esteve na disputa em 1989, 1991 e 1995.
A primeira vez que participou de um Campeonato Brasileiro foi pela Série C 1988. Cancelada no ano seguinte, a Série B foi aberta e o clube pôde fazer a primeira participação em um torneio que teve 96 clubes, que foram divididos em 16 chaves de seis na primeira fase.
O Novorizontino ficou no Grupo J, ao lado de Bragantino, Santo André, São José (SP), Volta Redonda (RJ) e Esportivo de Passos (MG). O clube teve campanha de duas vitórias, cinco empates e três derrotas. Venceu o Volta Redonda (4×0) e Santo André (2×0). Na última rodada, o clube se classificaria se tivesse vencido o Esportivo, em casa, mas empatou sem gols. Um gol levaria o clube a empatar com o São José, mas venceria pelo saldo de gols.

No ano seguinte, a Série B foi reorganizada e o antigo Tigre ficou sem calendário. Em 1991, o segundo escalão nacional voltou a ser aberto, com primeira fase tendo 64 clubes divididos em oito grupos. Guarani (SP), Anapolina, Atlético Goianiense, Goiânia, Vila Nova (G), Gama e Taguatinga (DF) fizeram companhia ao clube no Grupo 5. A campanha do clube do Jorjão foi muito boa, com a liderança garantida com sete vitórias, cinco empates e duas derrotas, com o segundo melhor ataque geral, com 26 tentos anotados. Os triunfos foram conquistados conta Goiânia (2×0), Vila Nova (2×0), Guarani (2×1 e 2×1), Taguatinga (7×0), Gama (3×1) e Anapolina (2×0). Porém, a segunda fase foi tenebrosa, com eliminação para o Noroeste, com uma derrota por 4 a 0, fora de casa, e vitória por 2 a 0, em Novo Horizonte, que não foi suficiente.
Campeão da Série C 1994, o Novorizontino retornou para a segunda divisão em 1995, com um formato menor, com 24 clubes, mas ainda com divisões em grupos pequenos. O Tigre do Vale caiu no grupo C, ao lado do Athletico Paranaense, Goiatuba, Americano, América (SP) e Barra do Garças. O clube aurinegro ficou em quarto lugar, com quatro vitórias, um empate e cinco derrotas, mas garantiu a vaga. Na fase seguinte, o clube voltou a enfrentar o Athletico, além de Mogi Mirim e Londrina, mas fez campanha ruim, com apenas dois empates e quatro derrotas.
O interessante das três participações é que em todas as primeiras fases, o clube enfrentou um ascendente. Em 1989, o Bragantino e São José subiram, dois anos depois foi a vez do Guarani e na última aparição deu Athletico como um dos clubes que subiram.
Para 1996, GEN teria direito a participação, mas acabou desistindo por problemas financeiros causados desde a chegada da Família Chedid, que assumiu o clube. Três anos depois, a extinção chegou para dar um hiato de 11 anos até a volta do futebol profissional na cidade, com a criação do Grêmio Novorizontino, que conseguiu dois acessos seguidos no Campeonato Brasileiro.
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