Uma verdadeira Reunião

*Texto atualizado da edição da Revista Série Z #3, que você pode ver abaixo

Reunião é mais um território ultramarino que pertence a França. Uma ilha no Oceano Índico ao leste de Madagascar. O futebol local aparece para nós, isso para quem acompanha a alternatividade, no início da Copa da França, onde o campeão nacional representa o “país”.

Por esse cenário, Reunião não é membro da FIFA, apenas da Confederação Africana de Futebol (CAF), o que resulta em jogadores reunionenses que se tornam franceses, futebolisticamente falando. A liga do país é escondida, mas virou pauta dos noticiários quando Djibril Cissé, em 2015, acertou com o Saint-Pierroise, maior campeão nacional, clube no qual já teve dois grandes nomes do futebol mundial nos últimos 30 anos: o camaronês Roger Milla, no início dos anos 1990 e no começo do século com o francês Jean-Pierre Papin.

A seleção compete em torneios “não-oficiais”, sendo que a última reunião (com perdão do trocadilho) do elenco foi em 2019, para os Jogos das Ilhas do Oceano Índico, quando conquistou a quinta medalha de ouro na história. Todos os jogadores convocados atuavam em Reunião, mas o território já revelou nomes de destaque como Laurent Robert, que atuou em quatro das cinco partidas da seleção francesa na Copa das Confederações 2001. A atual geração reunionense tem nomes de destaque como Dimitri Payet (Olympique Marseille) e Francis Coquelin (Arsenal). O primeiro é nascido em Reunião, enquanto o segundo tem descendência.

A Revista Série Z monta uma seleção de Reunião, caso o país pudesse ser, até certo ponto, independente a França. Dos 11 jogadores citados, dois atuam no país: o goleiro Mathieu Pelops e o lateral-direito Mickaël Dubaril, foram titulares nos Jogos das Ilhas 2019; que jogam no ASC Corbeil e Trois Bassins, respectivamente. O meio-campo tem Jean-Pascal Fontaine, do Le Havre, nascido no território, mas que faz carreira na França, mas se mantém como reunionense.

Pelops foi o herói do último título da seleção, pegando pênaltis na decisão

Os outros jogadores, no futebol, se tornaram franceses. A zaga é formada por Samuel Souprayen (Auxerre), nascido no território e Jeremy Morel (acertado com o Lorient para 2020/21), com descendência reunionense e malgaxe, sendo que defende a seleção de Madagascar atualmente. O lateral-esquerdo Scotty Sadzoute, campeão da terceira divisão francesa com o Pau FC, nasceu no país, mas se tornou francês. Completando o meio-campo, um “mito” do video game, para alguns, Sinama-Pongolle, nascido em Reunião, atual JS Saint-Pierroise, clube supracitado aqui, e com passagem pelo Liverpool, Atlético de Madrid e Sporting. A dupla de ataque é formada pelos grandalhões de 1,92 metros: Guillaume Hoarau (Young Boys) e Ronny Rodelin (Guingamp), ambos locais de nascença.

Dessa forma, o time no clássico 4-4-2 inglês ficou assim: Pelops; Dubaril, Souprayen, Morel, Sadzoute; Fontaine, Coquelin, Sinama-Pongolle, Payet; Hoarau e Rodelin.

Em relação a seleção que montamos em 2016, tivemos quatro trocas: saíram Bertrand Robert (aposentado), Mickaël Nelson (situação desconhecida), Benoit Tremoulinas (aposentado) e Karim Imira (AS Excelsior, de Reunião), para a entrada de Dubaril, Morel, Sadzoute e Coquelin, respectivamente. Será que essa equipe daria cancha nas eliminatórias? Fica para a imaginação de cada um.

Uma resposta para “Uma verdadeira Reunião”

  1. Avatar de Hudson Nogueira
    Hudson Nogueira

    Que texto sensacional!

    Se levar em conta uma seleção de jogadores nascidos em territórios ultramarinos da França daria um belo time.

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