Na história da seleção brasileira, sempre houve amistosos bem inusitados, como encontros contra clubes como o Dublin FC (1×0, em 1918), Strasbourg (1×1, em 1974) e Tokyo Verdy (0x2, em 2001) até seleções ou combinados, como a Seleção Sergipana (2×8, em 1969), Úmbria (1×0, em 1990) e Lucerna (0x8, em 2006). Antes de conquistar o tricampeonato mundial, o time dos craques Pelé, Rivellino, Gérson, Tostão e Jairzinho teve três amistosos alternativos contra combinados de regiões mexicanas.
Após três amistosos no Brasil em abril daquele ano, onde sofreu com vaias e desconfiança, a seleção chegou ao México nos primeiros dias de maio com um ambiente diferente, com grande recepção e alegria em tê-los na terra da tequila, pimenta e dos sombreiros. Os amistosos antes da estreia no Mundial foram contra os combinados de Guadalajara, León e Irapuato.
Em 6 de maio de 1970, com um Jalisco lotado para ver Pelé jogar, Zagallo teve o primeiro teste contra Guadalajara, que era formado por jogadores do Chivas, Atlas e Oro. O adversário apostou em um time recuado para tentar surpreender, mas durou apenas 40 minutos, sendo que os três gols da vitória foram marcados nos últimos cinco minutos da etapa inicial, com tentos feitos por Clodoaldo, Pelé e Rivellino. A primeira experiência no México demonstrou que Marco Antônio não chegaria como titular na estreia da competição e Rogério, também, mas esse se lesionou antes e foi cortado.
O combinado de Guadalajara foi a campo com Coco Rodriguez (Chivas); Chaires (Chivas), Medina (Atlas), Monroy, Villegas (Chivas); Herrada (Chivas), Ponce (Chivas), Dumbo Rodriguez (Atlas); Calderón (Chivas), Anaya (León) e Spinoza.
No dia 17, um domingo, o próximo compromisso foi contra o selecionado de León, que serviu para aumentar a dúvida sobre quem seria o lateral-esquerdo titular. Marco Antônio atuou novamente, mas foi mal. Sem Rogério, Jairzinho assumiu a posição. O ataque foi bem, mesmo quando Paulo César Caju e Dadá Maravilha entraram, mas a defesa foi mal, tomando dois gols do combinado, incluindo um contra de… Marco Antônio. Porém, o ataque se sobressaiu, com um 5 a 2 para 45 mil pessoas no estádio León. Os gols do Brasil foram marcados por Pelé (2x), Rivellino, Tostão e Caju. O primeiro gol do León foi marcado por Luis Estrada, atacante do León.

O 11 titular do Combinado do León teve: Coco Rodríguez (Chivas); Guillermo García, Efraín Loza (León), Gil Loza (León), Roberto López; Gabriel Mata, Sabás Ponce (Chivas), Manuel López; Luis Estrada, Salvador Enriquez e Sergio Anaya (León).
Uma semana depois, o Brasil teve o confronto mais alternativo entre os três alternativos. Foi até a parte central do país para enfrentar o Combinado de Irapuato, no estádio com mesmo nome da cidade, para 28 mil espectadores. Zagallo manteve o rodízio de goleiros, utilizou Marco por 45 minutos para dar lugar a Everaldo que não saiu mais e teve que escalar Paulo César Caju no lugar do lesionado Gérson.

O combinado de Irapuato foi a campo com Roberto Alatorre; Juan Manuel Antuñano, Jerónimo Di Florio, Francisco Majewski, Leonardo Sánchez; Gabriel López Zapiain, Raúl Avellaneda, Salvador Ruiz; Miguel Ángel Perrichon, Ubiraci e Marco Antonio Sánchez. O time tinha jogadores do Atlético Irapuato e Veracruz, incluindo o brasileiro Ubiraci, que foi formado pelo Fluminense e teve sete anos de futebol mexicano, entre 1965 e 1972.
O Brasil não sofreu gols, mas teve problemas defensivos que não poderiam ter aparecido contra a mais frágil equipe enfrentada no preparatório. Paulo César Caju, Roberto Miranda e Pelé marcaram os três da última vitória antes de iniciar a campanha do tricampeonato.
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