Mundial Feminino 2003: 20 jogadoras continuam na ativa, sete são treinadoras e três faleceram

Há 16 anos, os Estados Unidos recebiam a terceira edição do Mundial Feminino e a segunda consecutiva, pois a China, sede original, passou por problemas de surto da SARS ou pneumonia atípica, fazendo com que a FIFA a tornasse sede da edição de 2007.

A competição reuniu nomes de peso como Formiga, Mia Hamm, Joy Fawcett, Birgit Prinz, Homare Sawa e Hege Riise e viu nascer jogadoras que dominariam o século como Marta, Cristiane, Chris Sinclair e Nadine Angerer. É importante frisar que essa pesquisa é inspirada em um texto dos parceiros do Alambrado, que em 2015 mostrou os jogadores ativos e que faleceram que disputaram a Copa do Mundo 1998.

Na edição 2003, 319 jogadoras foram convocadas, sendo que apenas a Coreia do Norte convocou 19, ao invés de 20. Dessas, são 20 jogadoras que continuam na ativa de cinco seleções, com o Brasil liderando com oito, seguida pela Argentina, com cinco; Canadá, quatro; Nigéria, duas, e Rússia com uma atleta. Tivemos dificuldades para encontrar maiores informações sobre jogadoras da Coreia do Norte, Coreia do Sul e Gana, por isso, caso tenha informações sobre nós atualizamos.

Atualmente, sete jogadoras se transformaram em treinadoras. Aqui consideramos apenas as que treinaram clubes em 2018 e este ano, por isso, não temos Abby Wambach, que foi treinadora e jogadora por um período curto do MagicJack em 2011.

Infelizmente, três jogadoras faleceram. Reunimos outros três nomes que continuam no futebol, mas em funções diferentes. Sempre frisando, caso tenha outros nomes, atualizamos a lista.

— Jogadoras —

Celeste Barbitta | Argentina

Segundo o documento oficial da FIFA sobre a edição, Celeste, zagueira, era uma das oito atletas da alviceleste que chegou ao Mundial sem clube. Ela participou das três partidas da campanha de três derrotas e 15 gols sofridos. Atualmente, com 39 anos, defende o Racing.

Fabiana Vallejos | Argentina

Ela foi a jogadora mais jovem do elenco debutante em Copas, quando tinha 17 anos, mas participou dos 270 minutos da campanha. Ela defendia o River Plate e tem no histórico idas e vindas para a dupla River e Boca, atual clube. Foi campeã da Libertadores 2018 com o Atletico Huila. Ela não tem registros de convocação recentemente.

Mariela Coronel | Argentina

Formada no Independiente, a meio-campo é uma das mais bem-sucedidas jogadoras argentinas. Aos 22 anos, ela participou das três partidas do Mundial dos Estados Unidos. Ficou quatro temporadas na Argentina, até sair para a Espanha, onde ficou sete temporadas no Zaragoza, passou pelo Atlético Madrid e está há duas temporadas no Granada.

Vanina Correa | Argentina

A goleira participou do Mundial 2003 prestes a fazer 20 anos. Foi reserva na primeira participação argentina. Na época, defendia o Banfield. Fez carreira no campeonato nacional. Atualmente, é goleira do Rosario Central. Deve ser titular no Mundial da França.

Yésica Arrien | Argentina

Mais uma que não fez nenhuma partida na campanha de debute de 16 anos atrás. Com 22 anos, a defensora pertencia ao Gimnasia y Esgrima na época. Fez carreira no futebol local e há três anos é jogadora do Boca Juniors. É possível que a temporada 2018/19 dela foi a última, aos 38 anos.

Cristiane | Brasil

(Foto: Renata Damasio/SPFC)

A centroavante disputou o primeiro Mundial dela em 2003, quando fez quatro jogos sem gols. Ela foi chamada como jogadora do Juventus da Mooca. Depois da Copa, Cristiane teve uma carreira vitoriosa por clubes e seleções, incluindo ser duas vezes considerada a terceira Melhor do Mundo. Rodou o mundo durante a carreira. Nas últimas temporadas, esteve no PSG e Changchun Dazhong (China), antes de acertar com o São Paulo para ser o esteio do projeto tricolor.

Formiga | Brasil

Mesmo com Marta sendo brasileira, Formiga talvez seja o maior símbolo da história da seleção brasileira feminina. Se tornará a única atleta a participar de sete edições do Mundial Feminino. Se isolará na liderança que dividia como a japonesa Homare Sawa. Aos 41 anos, a elegante volante é jogadora do Paris Saint-Germain há três temporadas.

Kelly | Brasil

Quando convocada, a meio-campo era uma das dez jogadoras mais novas da competição, quando disputou aos 16 anos. Segundo documento da FIFA, ela não tinha clube quando chamada. Considerando desde 2006, Kelly firmou carreira no Santos, onde tem 12 anos, juntando duas passagens, incluindo o atual momento. Não teve muitas chances na seleção após o Mundial.

Marta | Brasil

Precisa de texto aqui? Quando foi chamada para o Mundial, Marta defendia o Santa Cruz de Belo Horizonte, fez quatro partidas e três gols. O que aconteceu após a primeira Copa dela é sabido: seis títulos de Melhor do Mundo, duas medalhas de prata nas Olimpíadas, sete títulos suecos, uma Libertadores Feminina, uma Liga dos Campeões da Europa e tantos outros títulos coletivos e individuais. O Orlando Pride é o atual clube da Melhor do Mundo em 2018.

Renata Costa | Brasil

Uma das melhores zagueiras que a seleção feminina já teve, Renata Costa foi convocada para Estados Unidos 2003 com 17 anos, quando fez três das quatro partidas. A defensora se consolidou na seleção e participou de 14 competições (sub-20 e principal) até 2012, quando parou de ser chamada. Apesar de passagens por Suécia, Dinamarca e Rússia, fez carreira no Brasil. Há três temporadas é jogadora do Iranduba.

Renata Diniz | Brasil

A zagueira era mais uma convocada que atuava no Juventus. Não fez nenhuma partida nos Estados Unidos, quando tinha 17 anos. Fez praticamente toda carreira no Brasil – com um hiato em 2006 quando foi para os Estados Unidos – onde jogou por Santos, Duque de Caxias, São José, Tiradentes, CRESSPOM e Flamengo, atual clube da atleta. É bicampeã da Libertadores e conquistou três Copas do Brasil.

Simone Jatobá | Brasil

Primeiramente como lateral-direita, Simone Jatobá chegou ao Mundial 2003 com 22 anos, sendo titular nas quatro partidas do Brasil. Ela foi convocada como jogadora do Santos. A participação no Mundial chamou a atenção do Rayo Vallecano. Depois, teve anos de sucesso pelo Lyon. Passou pela Rússia, voltou ao Brasil e há quatro temporadas defende o Metz, agora como volante.

Tânia Maranhão | Brasil

(Foto: Marcelo Gonçalo/DF Sports)

Símbolo de longevidade, a zagueira continua nos gramados prestes a completar 45 anos. Neste ano, ela defendeu o CRESSPOM, onde deve continuar a disputa estadual. Em 2003, Tânia já estava em seu terceiro e penúltimo Mundial da carreira. Tinha 28 anos quando foi convocada e defendia do Santa Izabel (MG).

Carmelina Moscato | Canadá

Em 2003, o Canadá teve a melhor campanha da história da seleção em um Mundial Feminino, quando chegou nas semifinais (e quarto lugar geral). Foram seis jogos, com Moscato participando de uma partida. Então, com 19 anos, a defensora era jogadora da Penn State (EUA) e depois passou por Itália, Suécia e retornou aos Estados Unidos até acertar com o atual clube, o Western Sydney Wanderers, da Austrália.

Chris Sinclair | Canadá

Maior fenômeno do futebol canadense, Sinclair disputou o Mundial de 2003, mesmo com 20 anos, como maior estrela da equipe. Participou de todos os jogos da campanha e fez três gols. Desde 2000 na seleção, a atacante é que mais tem gols, com 180 (está a quatro de Ammy Wambach de se tornar a maior artilheira de uma seleção feminina no mundo), convocações e assistências pela equipe. Fez carreira nos Estados Unidos, posteriormente, e desde 2013 é jogadora do Portland Thorns, onde foi campeã nacional em 2013 e 2017

Diana Matheson | Canadá

Por ser contemporânea e pelo efeito Sinclair, Matheson, meio-campo, muitas vezes pode ficar escondida, mas é um erro. Outro nome grandioso do futebol canadense, Diana fez as seis partidas da campanha de 2003 e se tornou a segunda maior em número de convocações, com 203. A meia era jogadora do Toronto Inferno há 16 anos e depois da Copa passou por Noruega e Estados Unidos, onde atua no Utah Royals há duas temporadas. Deve ser convocada para edição 2019.

Erin McLeod | Canadá

Quando participou do Mundial, a goleira era do futebol universitário estadunidense, quando defendia a Southern Methodist. Não entrou em nenhuma partida, quando ainda Karina LeBlanc era titular. Após a temporada, passou a revezar com a concorrente, mas sempre com mais partidas, apesar de faltar dois clean sheets para alcançar LeBlanc. McLeod jogou no Canadá, Suécia, Estados Unidos e Alemanha. No fim do ano passado, acertou com o Vaxjo DFF, para retornar ao futebol sueco. A convocação para esse Mundial é incerta.

Faith Ikidi | Nigéria

Com 12 jogos pela seleção em Mundial e Olimpíadas, a defensora Faith Ikidi não entrou em campo no Mundial 2003, quando tinha 16 anos, mas foi titular em 2007 e 2011. Na época do primeiro torneio mundial do século 21, ela atuava no Bayelsa United. Fez carreira na Suécia, onde atua por 14 temporadas, sendo que desses, são oito pelo Pitea IF, onde conquistou o inédito título nacional ano passado. É ídola da torcida. Deve disputar a edição 2019.

Onome Ebi | Nigéria

Zagueira formada pelo Bayelsa United, Ebi fez duas partidas no Mundial de 2003, quando tinha 16 anos. Atualmente, com 36, continua na ativa e deve ser convocada para a competição desse ano. Em 2018, foi campeã africana com a seleção. Joga na China, no Henan Huishang, após ter passagens pela Turquia, Suécia e Belarus.

Elena Danilova | Rússia

Quando foi convocada, Elena tinha 16 anos e foi a terceira jogadora mais jovem da edição. A atacante defendia o Energiya Voronezh na época. Fez apenas uma partida (das quatro), mas com um gol, quando a seleção tomou 7 a 1 da Alemanha. Três anos depois, jogou no FC Indiana, onde conquistou um título nacional. Desde 2012, joga no Ryazan VDV, onde tem dois títulos nacionais e foi artilheira do nacional por três vezes.

— Treinadoras —

Maren Meinert | Alemanha

Na campanha do título mundial, a atacante Meinert participou de todas as partidas e fez quatro gols. Ela atuava no Boston Breakers (EUA). Três anos depois, ela assumiu a seleção alemã feminina sub-19/20, onde está há treze anos no cargo e foi campeão mundial da categoria em 2010 e 2014.

Steffi Jones | Alemanha

Um dos grandes times femininos do começo do século foi o FFC Frankfurt, que teve seis jogadoras convocadas para a seleção alemã. Dentre elas, Steffi Jones, meio-campo, que tinha 30 anos e fez três partidas na campanha do título. Em 2016, se tornou assistente e, posteriormente, treinadora da seleção, onde ficou até março de 2018, onde fez quatro partidas das Eliminatórias para o Mundial 2019. Não assumiu nenhuma equipe desde então.

Daniela Alves | Brasil

Firmeza e elegância podem parecer características distintas para um profissional de futebol, mas Daniela Alves era assim, ainda mais por atuar em diferentes posições de meio e ataque. Terminou a carreira de maneira precoce aos 26 anos, após entrada violente de Abby Wambach em partida da liga americana, onde rompeu ligamentos do joelho e fissurou a tíbia. No hiato longe do futebol, trabalhou no açougue da família, mas em 2016 retornou ao esporte para ser auxiliar da seleção sub-20. Neste ano, foi contratada pelo Corinthians para ser a treinadora da equipe sub-17 da modalidade.

Hege Riise | Noruega

Até o surgimento de Ada Hegerberg, não havia discussão na Noruega se Hege Riise era a maior jogadora do país na história. Das 16 temporadas como jogadora, 12 foram pelo Lillestrom, clube que treina desde 2017, onde é a atual bicampeã nacional, e onde estava quando foi chamada para a competição mundial. O interessante é que ela assumiu o posto de outra mundialista de 2003: Monica Knudsen, que esteve no comando da equipe aurinegra entre 2013 e 2016.

Corinne Diacre | França

Foram 16 anos de espera para que Corinne Diacre voltasse a uma Copa do Mundo, mas agora como treinadora da seleção da França. Em 2003, como zagueira atuava no ASJ Soyaux, aliás, único clube que defendeu na carreira, estava na equipe nacional e disputou as três partidas da campanha. Se aposentou em 2008 e três anos depois assumiu o próprio Soyaux e depois passou pelo Clermont. Há três anos, é treinadora da França.

Sabrina Viguier | França

Aposentada em 2016, quando atuou pelo Saint-Ettiene, a defensora, que fez três partidas no Mundial 2003, atualmente é treinadora do Rodez. Em 2017, ela assumiu o posto de auxiliar técnica e no meio do ano passado passou a exercer o cargo máximo da comissão técnica. Na primeira experiência, infelizmente, foi rebaixada na Division 1 Féminine e não continua para a próxima temporada.

Sandrine Soubeyrand | França

Assim como Diacre, a volante Soubeyrand foi jogadora de apenas uma equipe, o Juvisy, clube em que foi chamada para o Mundial, quando foi titular nas três partidas da campanha francesa. Ela se aposentou em 2014 e na temporada 2018/19 teve a primeira experiência como treinadora, comandando o Paris FC, onde ficou em 5° lugar. Na próxima temporada, ela continuará na equipe.

— Falecidas —

Zhang Ouying | China

Dos quatro jogos da China no Mundial 2003, Ouying fez duas partidas. Ela defendia o San Diego Spirit quando foi chamada para sua segunda Copa. Fez carreira na cidade estadunidense, quando o Spirit se extinguiu e deu lugar ao SeaLions. Se aposentou em 2008 e foi treinadora das categorias de base do clube. Dez anos depois, em março de 2018, foi diagnosticada com câncer no pulmão e em 1º de dezembro não resistiu, morrendo aos 43 anos.

Patricia Ofori | Gana

A história de Ofori em Mundiais é peculiar, pois participou em 2003 e 2007, mas nunca entrou em campo. Aos 22 anos, ela foi convocada para a Copa, quando era jogadora do Mawuena. Em 2011, vivendo em Huntsville, no estado do Alabama (EUA), morreu após um acidente de carros, quando tinha 29 anos.

Alexandra Svetlitskaya | Rússia

Foi a segunda participação russa em Mundiais. Nas duas, a meio-campo estava presente e fez três partidas em cada edição. Quando disputou a Copa do Mundo 2003, ela era atleta do CSK VVS Samara, segundo a FIFA, apesar de outros registros darem conta que estava no Energiya Voronezh. Encerrou a carreira no Alma-KTZh, do Cazaquistão, país que resolveu morar após aposentadoria. Foi diagnosticada com câncer em 2014, mas conseguiu se recuperar, porém em 13 de janeiro de 2019 foi, novamente, diagnosticada com câncer no fígado e dez dias depois, ela morreu aos 47 anos.

— Outras funções —

A norueguesa Solveig Gulbrandsen é comentarista esportiva da TV2. No Instagram dela, consta que é treinadora do Kolbotn, clube em que jogou em 2018, mas não encontramos mais detalhes sobre.

Duas atletas da Coreia do Norte viraram árbitras de futebol. O caminho foi traçado por Ho Sun-Hiu e Ri Hyong-Ok.

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