Como os novatos estrearam na Série B

*Atualizado em 29 de abril de 2019

O sábado, dia 9 de maio de 2015 é um marco na história do Macaé, que pela primeira vez disputou uma partida da Série B. E a estreia não poderia ser melhor. Em casa, a equipe venceu o Santa Cruz, por 2 a 0 e fez história. Mas como foi a estreia de outros clubes pela Série B? Aquele primeiro jogo, o primeiro gol, a primeira vitória…

Para delimitar, o Série Z pegou os estreantes a partir de 2001, já que em 2000, a Copa João Havelange bagunçou as competições nacionais e no fim dos anos 1990, há relatos de viradas de mesas. Também desconsiderou a estreia dos clubes do G-12 que disputaram a Série B, quando foram rebaixados.

2001– Malutrom

O Malutrom, atual J. Malucelli, ficou marcado na Copa João Havelange, como o clube que saiu do “último módulo” para chegar a disputa do título brasileiro e enfrentar o Cruzeiro, clube que o eliminou nas oitavas de final.

Na Série B de 2001, a equipe estreou em casa, no estádio Pinhão, em São José dos Pinhais, contra o XV de Piracicaba e foi derrotado por 1 a 0, em um domingo, no dia 12 de agosto.

Na segunda rodada marcou seu primeiro gol, contra o Bragantino, mas foi derrotado por 2 a 1. Na terceira rodada, a vitória também não veio, um empate sem gols com o Joinville, em casa. A vitória só chegou na quarta rodada e fora de casa, contra o União São João de Araras, por 2 a 1.

O Malutrom permaneceu na divisão, após vencer a Tuna Luso, na repescagem contra o rebaixamento, porém no ano seguinte desistiu da disputa.

Tcheco ajudou o Malutrom a chegar a Série B e participou do jogo contra o Cruzeiro. (Foto: Valterci Santos)
Tcheco ajudou o Malutrom a chegar a Série B e participou do jogo contra o Cruzeiro. (Foto: Valterci Santos)

2002 – Etti Jundiaí

Atual Paulista, o Etti Jundiaí se beneficiava da parceria com a Parmalat e foi assim que se sagrou campeão da Terceirona em 2001.

O primeiro gol e a primeira vitória só vieram na terceira rodada, com o 1 a 0, contra o Ceará, em Fortaleza. Nas duas primeiras rodadas, duas derrotas para o Criciúma (2 x 0) e Avaí (1 x 0).

Na época, a competição tinha duas fases. Na primeira fase, a equipe jundiaiense terminou na sétima colocação e se classificou para o mata-mata. Nas quartas, eliminou o Sport Recife, mas parou no Fortaleza nas semifinais.

O clube ficou até 2007 na segunda divisão. Um ano antes do rebaixamento, brigou até a última rodada pela vaga na elite nacional, mas não conseguiu. Em 2006, aliás, a equipe disputou a Libertadores, devido ao título da Copa do Brasil de 2005.

A camisa do Etti Jundiaí na campanha de 2002.
A camisa do Etti Jundiaí na campanha de 2002.

2003 – Brasiliense e Marília

Campeão e vice da terceira divisão de 2002, Brasiliense e Marília estrearam juntos na Série B de 2003, ano marcado pela presença de Palmeiras e Botafogo.

O Marília não esperou muito para conseguir a primeira vitória, logo na estreia, a equipe derrotou o Anapolina, por 2 a 0, no Bento de Abreu. O Brasiliense viu a sua frente, o Palmeiras na primeira rodada e conseguiu um empate por 1 a 1. A primeira vitória veio na terceira rodada contra o Joinville, 2 a 0 no Serejão. Antes, a equipe havia perdido para o Mogi Mirim, por 2 a 0.

As duas equipes conseguiram vaga na segunda fase, o Brasiliense em quinto e o Marília em sétimo. O Marília foi mais longe. No grupo que tinha o Botafogo, a equipe ficou em primeiro, enquanto o Brasiliense terminou com um ponto a menos que o classificado Sport Recife. No quadrangular final, a equipe paulista conquistou três empates, terminando na última colocação.

O Brasiliense foi campeão em 2004 e participou da Série A de 2005, quando foi rebaixado. O Jacaré permaneceu na divisão até 2010. O Marília fez boas campanhas até 2007. Em 2008, acabou rebaixado.

2004 – Ituano

Em 2004, o único estreante era o Ituano. A estreia no segundo escalão foi em casa, contra o Brasiliense, e o primeiro gol saiu na primeira partida, mas em um empate: 1 a 1. Na segunda rodada, empate sem gols com o CRB. Na terceira rodada, a primeira vitória, 1 a 0 no Caxias.

Na primeira fase, a equipe ficou em quarto lugar e se classificou para a etapa seguinte. No grupo A, ao lado de Brasiliense, Santa Cruz e Fortaleza, a equipe de Itu chegou na última rodada, na liderança, com oito pontos (Brasiliense, sete; Santa Cruz, seis e Fortaleza, cinco) e precisando de apenas um empate em casa, contra o Fortaleza. Resultado: vitória do tricolor cearense por 2 a 0 e empate no outro jogo. O Ituano assim foi eliminado pelo saldo de gols.

O Ituano ficou na Série B até 2007, quando foi lanterna e rebaixado.

2005 – União Barbarense

Subiu e caiu. Foi assim com o União Barbarense. Do frescor do título da Terceirona de 2004 para o rebaixamento de 2005. Porém, o União estreou com vitória: 2 a 0 sobre o Náutico, que na última partida protagonizaria a Batalha dos Aflitos.

Foi a única participação da equipe na segunda divisão, que terminou em 20º lugar dos 22 clubes, com seis vitórias, seis empates e nove derrotas.

2007 – Ipatinga e Grêmio Barueri

Na época, dois emergentes do futebol brasileiro. O Ipatinga dois anos antes se sagrava campeão mineiro e o Barueri, em seu primeiro ano de primeira divisão paulista.

Na estreia, as duas equipes garantiram a primeira vitória na história dos clubes na Série B e ambas por 2 a 1. O Barueri entrou em campo em uma sexta-feira no Parque Antártica e venceu o Remo, enquanto que no sábado, os mineiros venceram o Santa Cruz.

O Barueri permaneceu na divisão sem problemas, com 51 pontos e na 13ª colocação. O Ipatinga foi além, garantiu o acesso a Série A e por pouco não ficou com o título. A equipe venceu a última partida fora de casa contra o Paulista, por 5 a 2. Até os 47 minutos do segundo tempo do jogo entre Coritiba e Santa Cruz, que estava empatado, o título era mineiro, mas Henrique Dias desempatou a partida: 3 a 2.

A equipe mineira disputou mais três edições da segunda divisão: 2009, 2010 e 2012. O Barueri subiu no ano seguinte, mas diferente do Ipatinga, ficou por duas temporadas na Série A. Em 2011, voltou a Série B e um ano depois foi rebaixado.

2009 – Duque de Caxias

Em um dos jogos mais alternativos da “Série B moderna”, o Duque de Caxias, fora de casa, garantiu a primeira vitória contra o Campinense, por 2 a 1 e na primeira rodada.

Marcado pelos baixos públicos como mandante, o Duque começou irregular, mas com a chegada de Gilson Kleina ao comando da equipe, a equipe deu uma arrancada e conseguiu permanecer na divisão sem sufocos.

Em 2010, se manteve na divisão, mas foi rebaixado em 2011.

2010 – Guaratinguetá

Em 2008, o Guará surpreendeu no Paulistão. Em 2009, foi rebaixado no estadual e garantiu vaga na Série B. No dia 7 de maio de 2010, o clube do Vale do Paraíba estreou, em casa, com vitória por 3 a 0, contra o Duque de Caxias.

A campanha foi difícil. Até a última rodada, a equipe lutou para não ser rebaixada. Com uma vitória heroica por 3 a 2, contra o campeão daquela edição, o Coritiba, fora de casa, se salvou do rebaixamento.

Em 2011, mudou de cidade e nome, se tornou Americana e lutou até o final pelo acesso, com Dodô no elenco. Em 2012, volta a Guaratinguetá e luta contra o rebaixamento, que se confirma em 2013.

2011 – Salgueiro e Boa Esporte

Um subiu e caiu, o outro, subiu e mudou de nome. O Salgueiro em 2011 teve a oportunidade de ser a terceira força de Pernambuco, já que o Santa Cruz estava na quarta divisão. O Boa Esporte garantiu o acesso como Ituiutaba, mas devido a capacidade do estádio, se mudou de cidade, para Varginha e de nome, também.

Na primeira rodada, o Salgueiro empatou “em casa” (jogou em Paulista-PE) com o São Caetano por 1 a 1, enquanto o Boa perdeu na nova casa por 2 a 0, para o Paraná. A primeira vitória do Boa Esporte veio na segunda rodada, contra o São Caetano, por 2 a 0. Já o Salgueiro, conseguiu outro empate, dessa vez contra o ABC (1 a 1) e a primeira vitória veio na terceira rodada, contra o Duque de Caxias, 2 a 0.

O Salgueiro foi rebaixado, com o penúltimo lugar, enquanto que o Boa, chegou a estar na elite em certo momento da última rodada, mas não garantiu a vaga, porém continua na divisão até a edição deste ano.

2013 – Oeste

O acesso à Série B já foi uma surpresa, que só melhorou com o título da divisão. A equipe permanece na divisão, mas nas duas primeiras participações, a luta contra o rebaixamento.

A primeira vitória na Série B, veio na terceira rodada da edição de 2013, contra o Paraná, por 1 a 0. Antes da “conquista”, dois empates por 1 a 1, contra Avaí e Chapecoense.

2014 – Luverdense

O Luverdense recolocou o Mato Grosso na segunda divisão nacional. A equipe bateu na trave em algumas edições da Série C, até que conseguiu a vaga.

A subida de divisão foi comemorada, tanto que no dia do acesso, o então presidente do clube, Helmute Lawisch disse que Lucas do Rio Verde iria receber o Vasco, que na época não havia confirmado o rebaixamento ainda.

Bom, o jogo com o Vasco não foi em Lucas do Rio Verde, e sim na Arena Pantanal, local do primeiro gol e vitória do clube alviverde, na segunda rodada: 2 a 1. Na primeira rodada, a equipe havia empatada sem gols com o Vila Nova.

O clube chegou a ficar no G-4 por algumas rodadas, mas caiu de produção e lutou contra o rebaixamento nas últimas rodadas, mas se livrou.

2015 – Macaé

O Macaé começou a escrever a história do clube na Série B, com vitória por 2 a 0, contra o Santa Cruz. O começo  foi animador, chegando a ocupar o G-4, mas não teve fôlego.

Chegou a última rodada dependendo de si, mas perdeu para o Ceará na última rodada. Teve boas chances de escapar com antecedência, mas vacilou. Ficou apenas uma temporada na Série B e agora se encontra sem divisão.

2019 – Cuiabá

Após uma temporada sem clubes na divisão, Mato Grosso voltou a ter representante com o Cuiabá. Desde 1989 que a capital não tinha um clube na divisão (desconsiderando o Operário de Várzea Grande, que joga em Cuiabá, mas tem sede em no município da região metropolitana), quando Mixto e Dom Bosco participaram do campeonato.

Não demorou para o Dourado comemorar a primeira vitória na Série B. Logo na primeira rodada, a equipe, fora de casa, enfrentou o Criciúma e venceu por 1 a 0, com gol no último minuto marcado por Junior Todinho.

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