Oito equipes e um objetivo: subir! Um verbo que apenas quatro clubes poderão flexionar ao fim das quartas de final da Série D 2023. O verdadeiro título da competição reúne três regiões do Brasil: Nordeste, com quatro, Sudeste, três, e Sul, um. A competição contou com muitas histórias, algumas negativas, outras positivas e aquelas que não se esperava nada.
Dos oito clubes que chegaram nesta fase, Ferroviário, Sousa, Maranhão, Athletic e Caxias foram colocados na primeira prateleira de favoritos das regiões respectivas no Guia da Série D 2023. A Portuguesa veio na sequência entre os cotados. O Bahia de Feira não fez um bom estadual e foi colocado no terceiro bloco nordestino. A Ferroviária estava bem mal cotada em um ano onde se apostava que nenhum paulista chegasse nas quartas.
Dois confrontos chamam atenção por definirem algo previamente. O primeiro envolve Athletic e Bahia de Feira, clubes que nunca disputaram a Série C, ou seja, quem vencer será o debutante da divisão em 2024. As duas equipes fazem campanhas bem consistentes. O confronto Portuguesa e Caxias, que perderam o acesso na mesma fase da temporada passada, garante que a lógica de um clube subir após chegar perto no ano anterior se mantém, algo que vem ocorrendo há seis temporadas. O Ferroviário é o rolo compressor do campeonato, mas terá um “demolidor de cartazes” pela frente querendo provar o apelido. Para finalizar, Sousa e Ferroviária farão as maiores viagens entre os quadrifinalistas.
Neste especial, você confere todas as informações necessárias sobre os confrontos, incluindo os pontos fortes e fracos de cada participante, o retrospecto, a última Série C, a relação das vagas para a Série D 2024 e os jogadores de cada elenco que contam com acessos na divisão! Aproveite!

O reencontro
O Grupo A2 da Série D 2023 teve um avassalador Ferroviário que não deu chances para ninguém chegar perto da liderança. O Maranhão estava presente no grupo e teve uma campanha irregular até certo ponto da primeira fase. O clube maranhense foi o primeiro a tirar pontos do Tubarão na competição em empate por 1 a 1. No returno, o Ferroviário mostrou força e fez 3 a 1 em casa. O clube cearense continua invicto na competição e mentalmente forte nas poucas vezes que levou algum susto, algo que o Maranhão teve que apresentar no mata-mata com dois épicos ao eliminar Tuna Luso e Retrô.
Retrospecto: se enfrentaram em seis oportunidades, incluindo os dois encontros na primeira fase. Anteriormente, tiveram um embate pela Série A 1986, dois pelo Módulo Branco de 1987 e outros dois pela Série C 2002, com duas vitórias para cada lado e um empate
Jogadores com acesso: Ferroviário – Douglas Dias (Floresta/2020), Alisson (Floresta/2020), Deysinho (Floresta/2020), Marconi (Floresta/2020) e Maycon Lucas (América-RN/2022) ////// Maranhão – nenhum jogador
Última Série C: o Ferroviário foi rebaixado na Série C 2022. O Maranhão não disputa desde 2006
Série D 2024: as duas equipes têm vaga garantida. Atlético Cearense e Moto Club estão na espera em caso de acesso do conterrâneo
Pontos fortes e fracos do Maranhão | Pedro Reis (Futebol Maranhão)
O maior ponto positivo do MAC em decisões é a absurda força mental do elenco, conquistando quatro vitórias suadas em quatro decisões por pênaltis na temporada. Jovem, o plantel quadricolor é rápido em campo, porém a afobação nas finalizações pode ser o grande ponto fraco da equipe. Calma será essencial!
Pontos fortes e fracos do Ferroviário | Mateus Landim (FCF TV)
Destrinchando um pouco essa equipe do Ferroviário, positivamente dá pra destacar a consistência que o Paulinho Kobayashi conseguiu montar na sua equipe, jogando bem em muitas partidas e conseguindo arrancar bons resultados quando joga mal, isso foi muito importante na fase de grupos e tem se mantido assim no mata-mata. Destaque também para o poder de decisão de alguns jogadores, como é o caso do atacante Ciel, que no alto dos seus 41 anos continua jogando bem e sendo decisivo para o Ferrão, e do zagueiro Alisson, que, mesmo jogando atrás, tem 7 gols na competição e é o vice-artilheiro da equipe. Agora negativamente, talvez na parte defensiva, algo que precisa de mais atenção seria a bola aérea. O Ferroviário tem tomado gols de cruzamento tanto com a bola rolando como com ela parada. Foi assim na Taça Fares Lopes e também na Série D. A bola cruzada na área tem sido uma dor de cabeça para o sistema defensivo do Ferroviário.

Os opostos parecidos
Nove pontos separam as duas equipes na pontuação geral dos quadrifinalistas, mas vários números são bem parecidos. O Athletic tem 23 gols marcados, apenas três a mais que o Bahia. A defesa mineira é melhor, com dez gols sofridos, enquanto os baianos tomaram 13. Até o número de derrotas é semelhante: cinco a quatro. O problema dessa disparidade em pontos são os empates que o Tremendão tem: seis. O Athletic venceu 11 e empatou apenas três. Resta ver quais dessas estatísticas definirá o debutante da Série C 2024.
Retrospecto: nunca se enfrentaram
Jogadores com acesso: Athletic – Patrick Santos (Treze/2018 e Campinense/2021), Vinícius Silva (ABC/2021), Rafinha (Campinense/2021), Allan Dias (ABC/2021), Christian (Amazonas/2022), Gui Mendes (Ituano/2019) ////// Bahia de Feira – Paulo Paraíba (River/2015), Ronan (Brusque/2019), Felipe Macena (Remo/2015)
Última Série C: nunca disputaram
Série D 2024: em caso de acesso do Athletic, o Ipatinga assume a vaga. O Bahia de Feira não estará na competição
Pontos fortes e fracos | Victor Fontes (Alterna Fut)
O Athletic Club está na segunda colocação da classificação geral da Série D, com 36 pontos em 54 possíveis – um aproveitamento de 66,6%. Como pontos fortes, destacam-se a força do time quando joga como mandante, sobretudo em São João del Rei, e a solidez da defesa, com apenas 10 gols sofridos na competição. Por outro lado, não é uma equipe com um ataque tão efetivo, com uma média de 1,27 gols por partida. Os principais jogadores são o goleiro Glauco, o lateral-direito Douglas Pelé, o meia Antônio Falcão e o atacante Brandão.
Pontos fortes e fracos | Alê Alves (Diplomatas News)
Buscando sua primeira promoção à terceirona, o Bahia de Feira se apoia bastante no “fator casa”. Única equipe da competição a atuar na grama sintética da Arena Cajueiro, o Tremendão conquistou todos os seus seus triunfos na “D” atuando lá. Longe de Feira, o time não propõe ofensividade e não sabe o que é vencer na competição (quatro empates e cinco derrotas)

Consistência versus chegada
É bem comum em confrontos de quartas de final da Série D ter um embate entre uma equipe muito consistente desde certo ponto da primeira fase contra um que chegou ao mata-mata cambaleando e se arrumou. É assim com Sousa e Ferroviária. No Grupo A3, o time do Sertão Paraibano teve um início irregular, com quatro derrotas seguidas como visitante no primeiro turno, mas ao reencontrar os adversários no returno não perdeu mais. São dez jogos de invencibilidade e sem nenhuma derrota no Marizão. O mata-mata poderia ter sido com menos sustos, isso é inegável. Por outro lado, a Ferroviária iniciou o campeonato com Elano no comando e de maneira terrível. Ao sair, o time melhorou com Alexandre Lopes, que foi efetivado. Ainda gerou dúvidas se conseguiria avançar à segunda fase, o que alcançou. O time aposta muito nesse recorte para conquistar o acesso.
Retrospecto: nunca se enfrentaram
Jogadores com acesso: Sousa – Histone (América-RN/2022), Daniel Costa (Jacuipense/2020) ////// Ferroviária – Felipe Barreto (América-RN/2022),Marcos Nunes (Campinense/2021 e Pouso Alegre/2022), Judá (Amazonas/2022), Mailson (Volta Redonda/2016) e Chico Bala (Moto Club/2016)
Última Série C: faz tempo! O Sousa em 2003 e a Ferroviária em 2002
Série D 2024: Sousa subindo dá lugar ao São Paulo Crystal, enquanto os paulistas não têm vaga, pois caíram no Estadual
Pontos fortes e fracos | Élison Silva (Voz da Torcida, Nosso Futebol e Quarta Categoria)
O ponto forte do Sousa é o jogo coletivo. O trabalho de Renatinho Potiguar é um dos melhores da Paraíba nos últimos anos, especialmente levando em conta o elenco enxuto que tem para comandar. É um time que não tem medo de arriscar, e chuta bastante de fora da área. Individualmente, o atacante Luís Henrique e o volante Alexandre Aruá são os grandes destaques da equipe. Estando concentrado, o Dino compete de igual para igual com qualquer adversário da Série D na força do conjunto. O ponto fraco sousense é a dupla de zaga. São dois jogadores que se posicionam muito bem, mas que são lentos. Como os laterais costumam apoiar muito, quase sempre Flávio Nunes e Marcelo Duarte são colocados no 1 contra 1 contra atacantes e ficam em desvantagem. Também por isso, é uma defesa que costuma levar gol em quase todos os jogos.
Pontos fortes e fracos | Rafael Zocco (RCIA Araraquara)
Pontos fortes: time que consegue virar a bola com eficiência e jogadores que ocupam bem os espaços. As jogadas pelos lados de campo acontecem com frequência, principalmente do lado esquerdo, onde Vitor Barreto é bastante explorado. Ponto fraco: equipe sofre com jogadas aéreas defensivas, principalmente nas bolas paradas.

Quem vai seguir a lógica?
De 2017 para cá, toda edição da Série D tem um clube que conquista o acesso um ano depois de ser derrotado nas quartas de final. Foi assim com Atlético Acreano (2017), São José (2018), Manaus (2019), Floresta (2020), Aparecidense (2021) e América (2022). O confronto entre Portuguesa e Caxias, inevitavelmente, premiará o sétimo dessa lista. No ano passado, o Caxias perdeu a vaga (mais uma vez) em jogo traumático contra o América, enquanto a Portuguesa foi derrotada pelo Amazonas. A pontuação geral colocou as duas equipes frente a frente. A Portuguesa tem a seu favor não ter perdido nenhuma em casa, enquanto o Bepe perdeu quatro vezes.
Retrospecto: nunca se enfrentaram
Jogadores com acesso: Portuguesa – Watson (Treze/2018) e Biel Potiguar (Amazonas/2022) ////// Caxias – Adriel (Aparecidense/2021), Dirceu (Londrina/2014), Pedro Paulo (ABC/2021), Minho (Mirassol/2020)
Última Série C: Caxias participou da era moderna da Série C e caiu em 2015. A Portuguesa esteve em 2004
Série D 2024: o Avenida assumiria a vaga gaúcha. A Portuguesa não se classificou pelo Estadual, mas está na disputa da Copa Rio
Pontos fortes e fracos da Portuguesa | Gabriel Andrezo (Acesso Carioca)
A Portuguesa sobressai por ter um time coeso sob o comando do técnico Caio Couto. Capaz de tocar a bola em espaços curtos, a Lusa vem mostrando um futebol ofensivo e até bonito de se ver desde o começo da competição. O setor de ataque é com certeza o mais forte, com o artilheiro Marcelo Toscano se destacando com ótimo faro de gol. O que pode pesar negativamente é a velocidade de sua defesa, que tem encontrado dificuldades quando joga contra ataques mais velozes.
Pontos fortes e fracos do Caxias | William Mota (Esportes Serra)
Após o excelente desempenho no Campeonato Gaúcho, o Caxias perdeu jogadores importantes e perdeu também rendimento ao longo da primeira fase da Série D. A classificação veio sob comando do centroavante Eron, artilheiro do time e da competição. No entanto, o time apresentou novos pontos fortes a partir da segunda fase. Experiente, o elenco se revelou maduro nos momentos de decisão. Defensivamente, o Caxias corrigiu os problemas apresentados na arrancada e soube competir para chegar nas quartas. Por outro lado, segue com problemas de articulação e criação ofensiva.
Ouça o podcast Quarta Categoria! No último episódio, um especial sobre as quartas
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