Campeonato Saudita: quem são os 14 desafiantes do quarteto bilionário?

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Em 2017, o Campeonato Saudita passou por uma “revolução”, quando goleiros estrangeiros foram permitidos na liga pela primeira vez, o que fez com que Marcelo Grohe saísse do Grêmio dois anos depois. Após isso, o Al-Wehda surgiu como um novo rico, que acabou não se concretizando, e os grandes continuaram reinando.

É impossível falar de Arábia Saudita e futebol sem citar o Fundo Soberano da Arábia Saudita, dono do Newcastle, que é alvo de muitas polêmicas pelo cerceamento da liberdade de expressão, pois se trata do próprio governo. Esse fundo tem cerca de 3 trilhões de reais em caixa, algo na casa dos 776 bilhões de dólares, ou seja, dinheiro não falta, tanto que a chegada de Cristiano Ronaldo ao Al-Nassr foi apenas o início da verdadeira revolução, que fez com que esse mesmo fundo adquirisse 75% dos quatro maiores clubes do país: Al-Hilal, Al-Nassr, Al-Ittihad e Al-Ahli. 

Essa aquisição provocou a chegada de Roberto Firmino, Edouard Mendy, Riyad Mahrez, Malcom, Kalidou Koulibaly, Sergej Milinkovic-Savic, Karim Benzema, N’Golo Kanté, Fabinho, Marcelo Brozovic, Sadio Mané e, por fim, Neymar! Porém, quem são os 14 clubes que completam a lista de participantes da edição 2023/24? Sem o mesmo espaço na mídia, com algumas exceções, vamos mostrar o que os clubes buscam para atrapalhar a vida do Big Four saudita.

Abha

O clube é dono de muitas peculiaridades! A começar pelos nomes que não tem o tradicional “Al”, sendo que Abha é o terceiro nome da história. Entre os 18 clubes da Saudi Pro League é o único que nunca teve jogadores brasileiros no elenco. Para fechar a lista de curiosidades, a equipe é campeã da segunda, terceira e quarta divisão nacional, algo raro em campeonatos nacionais. O time é o único que tem dois goleiros estrangeiros no elenco, com o mundialista camaronês Denis Epassy e o recém-chegado Ciprian Tatarusanu. No comando,  Czesław Michniewicz, que estava na seleção polonesa, trouxe o maior reforço do clube, o compatriota Grzegorz Krychowiak, que será o esteio do time do sul saudita.

Al-Akhdoud

Tem debutante na Saudi Pro League. Fundado em 1976, o clube de Najran, sul do país, foi um frequentador nato da terceira e quarta divisão, com dois títulos em cada nível. Chegar a primeira divisão passa muito pela aposta em Jorge Mendonça, que por 30 anos revezou entre auxiliar e preparador físico no currículo até ganhar uma chance como técnico no Akhdoud. Para a estreia, o time mudou bastante, tanto que os sete estrangeiros do elenco são contratações, com destaque para os romenos Andrei Burca e Florin Tanase, o espanhol Álex Collado, cria do Barcelona, e o goleiro brasileiro Paulo Victor, vindo do Chaves (Portugal).

Al-Ettifaq

O Cavaleiro de Ad-Dahna foi o clube que melhor conseguiu furar a bolha do Big Four nos noticiários esportivos do mundo. O motivo: o treinador é Steven Gerrard e a grande contratação é o meia Jordan Henderson, ambos ídolos do Liverpool. Para contratar o volante, o clube gastou 14 milhões de euros. A chegada de Gerrard foi bem questionada, pois tinha todo espaço na Europa, mas preferiu os milhões da Arábia. A equipe manteve uma base da temporada passada com o goleiro Paulo Victor (ex-Flamengo e Grêmio) e o atacante Vitinho (ex-Flamengo, Inter e Botafogo) representando o Brasil. O time pagou 7,5 milhões de euros pelo zagueiro Jack Hendry, da seleção escocesa, vindo do Club Brugge.

Al-Fateh

Há dez anos, o Al-Fateh surpreendeu o país ao ser campeão nacional pela primeira e única vez. De lá para cá, o time não conseguiu repetir uma campanha a altura. Sexto colocado em 2002/23 bem longe da luta pela Champions, o time mudou o comando com chegada de Slaven Bilic, experiente em Premier League e apenas uma contratação estrangeira: o meia-atacante Lucas Zelaryán, argentino naturalizado armênio que por muitas vezes foi cotado no Brasil, e o zagueiro belga Jason Denayer, que disputou duas edições de Euro. Titular na seleção na Copa 2022, o atacante Feras Al-Buraikan continua no time, que tem o brasileiro Petros comandando o meio-campo.

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Al-Fayha

Vencer uma competição na Arábia Saudita é furar uma bolha de cinco clubes. O Al-Fayha conseguiu isso em 2022, quando conquistou a copa nacional contra o Al-Hilal. O título deu a vaga para a Champions da Ásia em 2023. Daquele time, sete jogadores titulares permanecem, como o goleiro sérvio e quarentão Vladimir Stojkovic e o volante brasileiro Ricardo Ryller (ex-Luverdense e RB Bragantino). Vuk Rašović foi a mercados alternativos da Europa para buscar reforços para a temporada continental, com o volante Gojko Cimirot (Standard Liège-BEL) e os atacantes Henry Onyekuru (Adana Demirspor-TUR) e Fashion Sakala (Rangers-ESC).

Al-Hazem

Durou apenas uma temporada, a estadia do Al-Hazem na segunda divisão, porém, a última passagem na elite foi de apenas uma temporada. O português Filipe Gouveia segue no comando do time, que foi vice-campeão da First Division e promoveu muitas mudança no elenco. Apenas dois estrangeiros foram mantidos, como o zagueiro brasileiro Paulo Ricardo. Esse é o time de Vina, meia que saiu do Grêmio, após o Ceará acertar a venda por cerca de 1 mihão de euros, valor mais baixo do que o investido em Faïz Selemani, jogador de Comores, que veio do Kortrijk (Bélgica).

Al-Khaleej

Sem contar os rebaixados de 2022/23, o Al-Khaleej foi o que mais apareceu na zona de rebaixamento: cinco rodadas. Mesmo assim, Pedro Emanuel permaneceu no comando do time e fez uma filial portuguesa no clube. São quatro compatriotas no elenco: os remanescentes Pedro Amaral (lateral) e Fábio Martins (atacante) e os reforços Pedro Rebocho (lateral) e Ivo Rodrigues (atacante). Para não sofrer, dois nomes são bem impactantes, com o ex-seleção argentina Lisandro López, zagueiro, e o sul-coreano e que disputou as últimas duas Copas Jung Woo-young.

Al-Raed

A contratação do treinador do Al-Raed foi uma demonstração do poderio ofensivo que as equipes médias da liga têm, mesmo que bem menor que o quarteto. Igor Jovicevic foi o treinador campeão ucraniano com Shakhtar Donetsk e aceitou o desafio de comandar um time que desde 2009 está na elite com poucas posições finais na metade acima da tabela. Foram poucas mudanças do elenco passado, com destaque para a chegada de Mamadou Loum, volante senegalês que esteve no último Mundial.

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Al-Riyadh

Você se lembra de Martin Campaña, goleiro do Independiente? Pois é, ele está na Arábia Saudita pela quarta temporada seguida e após ser rebaixado com o Al-Batin, acertou com o Al-Riyadh, clube que não disputa a primeira divisão desde 2004/05. Yannick Ferreira voltou ao país para comandar o time, que tem reforços modestos. Na França, ele buscou os meias Birama Touré (Auxerre), da seleção do Mali, e Didier Ndong, do Gabão, que estava no Dijon.

Al-Shabab

É o principal candidato a atrapalhar os planos do “Big Four”. Ficou em quarto lugar na última temporada e manteve uma base com o goleiro Kim Seung-Gyu, o zagueiro Iago Santos, o atacante Carlos Júnior e, principalmente, o meia argentino Éver Banega, maestro da equipe. Além disso, o time é o que mais teve convocados para a campanha da Arábia Saudita na Copa do Mundo de 2022: o zagueiro Hassan Tambakti, o volante Riyadh Sharahili e os atacantes Nawaf Al-Abed e Hattan Babhir. A principal perda foi o volante polonês Grzegorz Krychowiak, que ficou livre no mercado, mas trouxe o colombiano Gustavo Cuéllar, que perdeu espaço no Al-Hilal, para repor a lacuna. O atacante Habib Diallo, por quem pagou 20 milhões de euros ao Strasbourg, foi a contratação mais cara.

Al-Taawon

As últimas cinco temporadas dos Lobos foram uma verdadeira gangorra: terceiro em 2019, 11º em 2020, quarto em 2021, 11° em 2022 e 5° na temporada passada. Junto com o Al-Ittihad é o clube com mais brasileiros: os remanescentes Maílson (goleiro) e o meia Flávio Medeiros, além das chegadas do atacante Mateus (Nagoya Grampus) e o lateral Andrei Girotto (Nantes), um dos nomes mais relevantes desse grupo de 14 clubes, que chegou por 4 milhões de euros. O time, também, é o único com brasileiro como técnico sob comando de Péricles Chamusca há cinco anos no país.

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Al-Tai

O Cavaleiro do Norte não tem tanta tradição na elite saudita, mas encaixa a terceira participação seguida na disputa sem passar por nenhum tipo de susto. Porém, a reta final da temporada passada com cinco derrotas fez com que o time mudasse o comando para a chegada de Kresimir Rezic, que estava no Damac. Até o momento, o time contratou 11 jogadores e ainda tem espaço para dois estrangeiros. O goleiro brasileiro Victor Braga é remanescente. O chileno Enzo Roco (Elche) e o saudita Abdulfattah Asiri, que estava no futebol finlandês, são os nomes novos que se destacam.

Al-Wehda

Fábio Carille, Renato Chaves, Emre Colak, Régis, Rómulo Otero, Marcos Guilherme, Fernandão e Anselmo. Essa foi a lista de contratações do Al-Wehda, o então novo rico do futebol saudita, em 2018. Nada do que foi planejado deu certo, o time chegou a ser rebaixado e lutou contra a queda na temporada passada. Desse grupo, o volante Anselmo foi o único que fincou carreira no clube. Apesar do pouco investimento, o time conseguiu a chegada do atacante Odion Ighalo, que estava no Al-Hilal.

Damac

É o único clube da Pro League que não começa com a letra A! Ok, não é a informação que você queria ver aqui. Localizado ao sul da Arábia Saudita, o Damac tem uma profunda ligação com a parte árabe da África. São 26 treinadores da história da equipe que vieram dessa região, sendo incríveis 21 da Tunísia. Porém, o comando dessa vez é do romeno Cosmin Contra, mas três jogadores argelinos continuam no elenco, todos com passagem pela seleção: Farouk Chafaï, Abdelkader Bedrane e Moustapha Zeghba.

Uma resposta para “Campeonato Saudita: quem são os 14 desafiantes do quarteto bilionário?”

  1. Avatar de Anderson Machado
    Anderson Machado

    Excelente matéria

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