Guia da A-League, o Australianão, 2022/23

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Eduardo Vieira, editor do perfil A-League Brasil no Twitter (@aleaguebr)

A temporada 22/23 da A-League começou, e a Revista Série Z, em parceria com a A-League Brasil, trazem pelo terceiro ano seguido o Guia do Australianão, em um ano em que a liga vem cercada de expectativas com diversos fatores que indicam que será um grande ano. Em 21/22 tivemos um campeão inédito, o que é sempre bem visto para o desenvolvimento de novas forças. O recém-fundado Western United conquistou o título de forma surpreendente, superando os favoritos em sua segunda temporada na liga.

A classificação dos Socceroos para a quinta Copa do Mundo consecutiva trouxe também um novo gás para a popularidade do esporte. Aliado a isso, a realização da Copa do Mundo Feminina de 2023, que será na Austrália e Nova Zelândia, também alimenta a áurea do futebol, ainda mais com a confiança nas Matildas, sempre tratadas como uma das seleções que podem surpreender.

Além desses fatores, a Segunda Divisão Nacional está cada vez mais próxima de ser anunciada pela Federação Australiana (FA), que viu o assunto ganhar ainda mais repercussão com a chegada do Sydney United 58, um dos clubes mais tradicionais da antiga geração do futebol do país, para a final da Australia Cup. Aqui na Série Z já contamos sobre o contexto histórico do futebol na Austrália e as diferenças entre o futebol étnico e o moderno.

Com tudo isso, os australianos apostam em um ano especial e esperam que isso se reflita dentro de campo, onde veremos uma grande estrela do futebol mundial e outras muitas novas caras, dentre eles alguns brasileiros.

Dentre os favoritos: Melbourne City, Melbourne Victory e Sydney FC. Mas não se surpreenda se ver qualquer um dos 12 clubes brigando pelo topo, como o Western United. Não à toa, a A-League é um dos campeonatos favoritos dos apostadores profissionais e amadores, pelo seu nível e imprevisibilidade. O campeonato é conhecido por ter sempre muitos gols, viradas imprevistas nos últimos minutos e vitórias de ditos “azarões”.

Essa será a 17ª edição da A-League e, em termos de formato, nenhuma novidade. Os 12 clubes se enfrentam em 28 rodadas, sem rebaixamento, com todos se enfrentando por duas vezes e mais quatro rodadas adicionais, ou seja, cada clube enfrentará quatro equipes por três vezes. Esses duelos extras são definidos em rodizio de acordo com os confrontos adicionais dos anos anteriores.

Os seis primeiros colocados da Regular Season se classificam para a Final Series, o primeiro levanta o troféu conhecido como Premiers Plate e, junto com o segundo, avança direto para as semifinais. Os outros quatro classificados se enfrentam em eliminatórias, 3º x 6º e 4º x 5º, em busca da vaga na semi.

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Fundação: 2003
Cidade: Adelaide, South Australia
Estádio: Coopers Stadium – 17.000 pessoas
Títulos: 3x FFA Cup (2014, 2018 e 2019), 1x A-League (2015/2016)
Destaques: Craig Goodwin, Bernardo Oliveira e Hiroshi Ibusuki

Semifinalista por dois anos consecutivos, o Adelaide United quer brigar mais uma vez no topo, mas dessa vez repetir o feito de 2016 e conquistar seu segundo título da A-League. Para isso aposta na continuidade, com o técnico Carl Veart, que vai para seu terceiro ano no comando do clube, e praticamente o mesmo elenco da temporada passada.

Dentre os seus principais nomes estão os experientes espanhóis Javi Lopez (36), Juande Prados (36) e Isaías Sanchez (35), que mesmo com idade avançada se mostram muito bem fisicamente, tendo atuado em praticamente todas as partidas da temporada passada.

O craque do time é o australiano Craig Goodwin (30), que tem grandes chances de ir a Copa do Mundo. Meia-esquerda de muita capacidade técnica e que costuma chamar a responsabilidade em grandes jogos. Fez 10 gols e deu oito assistências na temporada passada. Expectativa alta também pelo inglês Zack Clough (27), contratado no meio da temporada junto ao Carslile United, e o atacante japonês Hiroshi Ibusuki, autor de oito gols em 21/22.

O brasileiro Bernardo Oliveira (18), filho do ex-lateral Cássio, ex-Flamengo, deve ganhar ainda mais responsabilidade este ano. Embora tenha feito apenas três gols na temporada passada, teve ótimos momentos, tanto que vem sendo convocado para as Seleções Australianas Sub-20 e Sub-23.

Outro jovem talento é Nestory Irankunda (16), um dos mais jovens a fazer gol na história A-League, ainda aos 15 anos, e o primeiro atleta nascido após a criação da liga a entrar em campo pela competição. Filho de refugiados do Burundi, fez três gols no ano e mostrou que tem muito potencial a ser aproveitado. Os reforços foram pontuais: lateral direito Harry Van der Saag (Sydney FC), zagueiro Ben Warland (Sydney FC), e o meia Ben Halloran (FC Seoul), este último esteve no clube nas últimas quatro temporadas e retorna após não se dar bem no futebol coreano.

Fundação: 1957 – Hollandia FC, 1973 – Brisbane Lions, 2005 – Queensland Roar, 2009 – Brisbane Roar
Cidade: Brisbane, Queensland
Estádio: Dolphin Oval – 11.500 pessoas
Títulos: 1x NSL (1981), 3x A-League (2010/2011, 2011/2012 e 2013/2014)
Destaques: Charlie Austin, Jay O’Shea e Henry Hore.

Um dos maiores campeões do início da década passada, o Brisbane Roar busca reencontrar seus tempos de grandeza. No ano anterior, mais uma vez campanha pífia, terminando a Regular Season na vice-lanterna. Mesmo assim, manteve o técnico Warren Moon, o dando mais uma chance e apostando em um trabalho a longo prazo.

O grande destaque é a chegada do atacante Charlie Austin (33), jogador com histórico de Premier League, defendendo QPR, Southampton, West Bromwich, dentre outros clubes. Além de sua capacidade goleadora, é dono de um carisma que já ganhou os fãs da A-League, com constantes postagens engraçadas no twitter e entrevistas hilárias em seus primeiros meses de Austrália.

Sem muito recurso para gastar, o Roar não trouxe tantos reforços quanto se esperava e vai apostar na permanência de atletas de temporadas passadas e achados pontuais em ligas de menor expressão.

Na defesa, a solução é o entrosamento e experiência de defensores que jogam juntos há pelo menos três temporadas, como Tom Aldred (32), Scott Neville (33), Jack Hingert (32) e Josh Brindel South (29).

O irlandês Jay O’shea (34), um dos melhores jogadores da A-League em 21/22, o afegão Rahmat Akbari (22), e o alemão Matt Steinmann (27), são as apostas para o meio campo da equipe.

Na frente, a juventude de Henry Hore (23), destaque na reta final da temporada passada, e Carlo Armiento (23), reforço vindo do Perth Glory, que mesmo sem jogar há meses se recuperando de lesão no ligamento, é visto com grande potencial pelos seus primeiros anos de carreira no Glory.

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Fundação: 2004
Cidade: Gosford, New South Wales
Estádio: Central Coast Stadium – 20.000 pessoas
Títulos: 1x A-League (2012/2013)
Destaques: Jason Cummings, Marco Tulio e Matheus Moresche.

Tido como surpresa nas últimas duas temporadas, o Mariners entra em 22/23 buscando repetir as campanhas recentes, quando se classificou para a Final Series, mesmo com sérias dificuldades financeiras

Como destaque, mantém o escocês Nick Montgomery (40) no comando, ex-jogador histórico do Sheffield United e do próprio Mariners, e investe em mais um brasileiro para seu plantel. Foi buscar o meia-atacante Marco Tulio (24), formado na base do Atlético Mineiro, com passagens pelo Sub-23 do Sporting, de Portugal, e que nas últimas duas temporadas esteve no CSA, onde oscilou entre bons e maus momentos.

Marco Tulio será companheiro do também brasileiro Matheus Moresche (24), principal reforço na temporada passada e que até teve momentos de protagonismo, mas não se firmou como principal peça do ataque e sofreu uma lesão grave no final da temporada. Inicia 22/23 se recuperando e só deve jogar após a Copa do Mundo. Como curiosidade, ambos estiveram juntos em algumas convocações da Seleção Brasileira Sub-20.

Perdeu muitos de seus destaques, dentre eles o goleiro Mark Birighiti (32), eleito por dois anos seguidos o melhor goleiro da A-League, negociado com o Dundee FC, da Escócia, o costa-riquenho Marcos Ureña (33), a jovem promessa Lewis Miller (22), lateral contratado pelo Hibernian, da Escócia, e o experiente Oliver Bozanic (34), um dos líderes do elenco, que se transferiu para o Western Sydney Wanderers.

Em compensação, manteve uma peça importantíssima da temporada passada, o atacante escocês Jason Cummings (27), agora naturalizado Australiano. Com passagens por Notthingham Forest, Rangers e Dundee Fc, Cummings veio para a Austrália buscando uma vaga nos Socceroos, por ser filho de mãe australiana. Foi destaque da boa campanha e esteve no time dos All Stars que enfrentou o Barcelona. Finalmente na última convocação antes da Copa, foi chamado e teve sua chance com a amarelinha australiana.

A grande baixa de última hora foi a saída do garoto Garang Kuol (18), sensação da reta final da temporada passada, quando com apenas 17 anos, carregou o time por vitórias importantes. Foi convocado para os Socceroos e concretizou uma negociação milionária para o Newcastle. Filho de refugiados vindo do Sudão do Sul, Garang vem de uma família bem futebolística. Seu irmão, Alou Kuol (22), foi revelado pelo próprio Mariners duas temporadas atrás e negociado com o Stuttgart, da Alemanha. Além deles, outros dois irmãos mais novos trilham seus passos nas categorias de base do Mariners e também são vistos com grande potencial.

Chegam ainda o experiente goleiro Danny Vukovic (37), com passagem pelos Socceroos e que esteve entre o futebol belga e holandês nos últimos seis anos, será o novo capitão do time, o zagueiro nigeriano Kelechi John (24), vindo do Casa Pia, de Portugal, e o ganês Paul Ayongo (25), contratado no finalzinho da temporada passada, junto ao Acadêmico de Viseu, de Portugal, e que permanece no clube.

Fundação: 2019
Cidade: Sydney, New South Wales
Estádio: Campbeltown Stadium – 20.000
Títulos: Australia Cup (2022)
Destaques: Ulisses Davila, Craig Noone e Daniel Arzani

O mais novo clube da liga vai para sua terceira temporada mais encorpado e já campeão. O Macarthur FC conquistou a Australia Cup 2022, antiga FFA Cup, seu primeiro título da história, ao bater o Sydney United FC, em uma final cheia de polêmica fora dos gramados por casos de racismo e neonazismo envolvendo a torcida do United, formada pela comunidade croata.

O título da Australia Cup dá uma moral e tanto para os Bulls iniciarem 2023 com boa perspectiva de briga pelo topo da tabela. Foi também a primeira conquista de Dwight Yorke, aquele mesmo ex-jogador histórico de Trinidad e Tobago e do Manchester United, que inicia sua carreira de treinador pelo Macarthur.

Não foi mal na temporada passada, mesmo não tendo se classificado para as finais. Por isso, o elenco tem a permanência de suas principais peças e reforços pontuais. Dentre os remanescentes, destaque para o britânico Craig Noone (33), campeão com o Melbourne City em 20/21, Dani de Silva (30), meia armador de muita capacidade ofensiva, e Al Hassan Toure (23), uma das grandes revelações do Adelaide United nos últimos anos e que ajudou ao Macarthur a conquistar a Australia Cup.

O principal nome é o do mexicano Ulisses Davila (31), que ainda se recupera emocionalmente da perda de sua esposa, Lily, falecida há pouco mais de três meses. Além de toda sua capacidade técnica, Davila se tornou uma das lideranças do grupo, que o abraçou na campanha da Australia Cup e dedicou a conquista ao jogador e sua família, por todo sentimento envolvido em seu retorno ao futebol.

Dentre os reforços, o principal é o meia Daniel Arzani (23). O jogador mais jovem da Copa do Mundo de 2018, foi destaque do Melbourne City naquele ano e negociado com o gigante Manchester City, mas não vingou no futebol europeu. Rodou por empréstimo em clubes como Celtic, FC Utrech, AGF Aarhus e Lommel SK, mas sem sucesso, marcado por lesões e problemas extracampo. Retorna ao país para reencontrar seu melhor futebol e logo nos primeiros momentos, já mostra sinais do jovem talento que encantou a Austrália em 2018.

Além dele, chegam nomes pouco conhecidos, como o meia Mario Williams (30), uma aposta vinda da seleção de Barbados, o atacante georgiano Bachana Arabuli (28), contratado junto ao Lamia, da Grécia, o também atacante Anthony Carter (28), com passagens por Benfica e que estava no futebol tailandês, e o zagueiro Jonathan Aspropotamitis (26), reforço vindo do Perth Glory.

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Fundação: 2009 – Melbourne Heart, 2014 – Melbourne City
Cidade: Melbourne, Victoria
Estádio: AAMI Park – 30.000 pessoas
Títulos: 1x FFA Cup (2016) e 1x A-League (2020/2021)
Destaques: Jamie Maclaren, Mathew Leckie, Marco Tilio e Valon Berisha

O mais rico e mais badalado da competição, o Melbourne City chega para a nova temporada engasgado com o vice-campeonato no ano anterior e mais uma vez favorito a brigar pelo título.

Em 21/22, o time fez uma Regular Season tranquila, embora apertada na reta final, e levantou o Premiers Plate pelo segundo ano seguido, avançou a Grand Final passando pelo Adelaide United, mas perdeu o que seria seu bicampeonato para o aguerrido Western United.

Mesmo com a derrota na final, nada de terra arrasada no clube do City Football Group. Confiança em Patrick Kisnorbo reafirmada e espinha dorsal do elenco mantida, mas com reforços promissores chegando a equipe.

A grande perda foi a saída de Connor Metcalfe (21), revelação das duas últimas temporadas, negociado com o alemão St Pauli. Além dele, deixaram o clube o experiente Rostyn Griffths (34), rumo a Índia, Stefan Colacovski (22), para o Perth Glory, e o inglês Carl Jenkinson (30), para o Newcastle Jets.

A principal chegada é a do meia Valon Berisha (29), que, embora Kosovar, não tem parentesco com o histórico Besart Berisha, seu compatriota e maior artilheiro da história da A-League. Valon teve boa carreira no futebol europeu, levantando diversos títulos por onde passou. Atuou por RB Salzburg, Lazio, Fortuna Dusseldorf e, por último, Stade Reims.

Outros dois internacionais desconhecidos da grande mídia chegam ao clube. O zagueiro finlandês Thomas Lam (28), ex-CSKA Sofia e com passagem por clubes ingleses e holandeses, e o meia atacante holandês Richard van der Venne (30), que fez toda sua carreira em seu país, contratado junto ao Go Ahead Eagles.

Seguem firmes e fortes no clube nomes importantes, como o goleiro Tom Glover (24), o zagueiro português Nuno Reis (30), o meia francês Florin Berenguer (33) e o quarteto ofensivo de ouro, formado por Marco Tilio (21), Andrew Nabbout (30), Mathew Leckie (31) e o artilheiro Jamie Maclaren (29).

Fundação: 2004
Cidade: Melbourne, Victoria
Títulos: 4x A-League (2006/2007, 2008/2009, 2014/2015, 2017/2018); FFA Cup (2015, 2022)
Estádio: AAMI Park – 30.000 pessoas
Destaques: Nani, Jake Brimmer, Nick D’Agostino e Ben Folami.

Um dos maiores campeões da A-League, o Victory entra em 22/23 como novo clube da família 777 Partners, empresa que investe também no Vasco da Gama e em outros clubes, mundo afora, como Genoa e Sevilla. O negócio girou em torno de $50 milhões de dólares e é considerado um dos maiores da história da A-League.

Dentro de campo, a grande cartada é a chegada do português Nani (36), jogador que fez história com a camisa do Manchester United e da seleção portuguesa. Estava no Veneza, da Itália, e é encarado como a maior contratação da A-League desde Alessandro Del Piero, em 2012, trazido pelo Sydney FC.

Em seus primeiros momentos de clube, Nani esbanjou simpatia em diversas entrevistas e materiais de mídia preparados pelo Victory, além de boas atuações em partidas amistosas e quando foi exigido na Australia Cup. Tudo o que se espera de um Marquee Player na A-League.

Nani chega a um time que mantém a base da temporada passada, ano de ressurgimento do Victory, com a chegada de Tony Popovic no comando técnico. Com Popovic, os Boys in Blue foram campeões da FFA Cup e semifinalistas da A-League, perdendo apenas para o grande campeão, o Western United.

Seus pilares no time passam pelo zagueiro português Roderick Miranda (31), que fez grande temporada de estreia pelo clube, o espanhol Rai Marchan (29), o volante Josh Brillante (29), o meia Chris Ikonomidis (27), constantemente chamado para a seleção australiana, e principalmente o meia Jake Brimmer (24), eleito o melhor jogador da A-League na temporada passada.

No ataque, toda força e potência da dupla Nick D’Agostino (24) e Ben Folami (23), convocados para os Socceroos nas eliminatórias pelas boas atuações que tiveram pelo Victory.

Além de Nani, chegam também o goleiro Paul Izzo (27), vindo do futebol grego, onde foi treinado por Tony Popovic, o lateral-esquerdo espanhol Cadete (28), o experiente atacante Tomi Juric (31), titular da Austrália na Copa de 2018, mas que não foi bem pelo Macarthur no ano anterior.

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Fundação: 2000
Cidade: Newcastle; New South Wales
Estádio: McDonald Jones Stadium – 30.000
Títulos: 1x A-League (2007/2008)
Destaques: Beka Mikeltadze, Angus Thurgate, Jashua Sotirio e Beka Dartsmelia.

O time mais controverso da temporada 21/22, assim ficou conhecido o Newcastle Jets por sua performance. Um futebol envolvente, de muitos passes e muita dinâmica, mas inúmeras falhas defensivas e inconsistência durante os jogos. A equipe de Arthur Papas conseguiu ser o time de melhor futebol apresentado e ainda assim não conseguiu a classificação para a Final Series.

Para a nova temporada, permanência do jovem treinador, mas muitas mudanças no elenco, o que faz com que as perspectivas da equipe sejam de muita dúvida.

O brasileiro Daniel Penha (24), grande nome do time no ano anterior, deixou a equipe rumo ao futebol coreano. Assim como ele, saíram Valentino Yuel (28), Oliver Boumal (33), Jordan O’Doherty (24) e Savvas Siatravanis (29), todos jogadores importantes no esquema de Papas.

O principal remanescente é o georgiano Beka Mikeltadze (24), um dos grandes nomes da temporada passada, autor de 13 gols. Além dele, destaque para o volante Angus Thurgate (22), eleito melhor jogador jovem da A-League.

Os reforços, para compensar as saídas, também são muitos. Os principais são Reno Piscopo (24), meia que atuou pelas seleções de base da Itália e da Inter de Milão, e Jashua Sotirio (26), ambos destaques do Wellington Phoenix, o volante Brandon O’Neil (28), que não teve uma boa temporada pelo Perth Glory, mas chega referendado pelos bons anos de carreira no Sydney FC, o atacante Trent Buhagiar (24), vindo do Sydney FC, e o meia Daniel Stynes (24), também vindo do Perth Glory.

Dentre os internacionais, chegam o defensor Carl Jenkinson (30), inglês com passagens por Arsenal e Notthingham Forest, e que foi bem no Melbourne City na temporada passada, e o georgiano Beka Dartsmelia (22), vindo do Lokomotiv Tbilisi por indicação de seu compatriota e xará Mikeltadze.

Olho também no garoto Archie Goodwin (17), jovem talento da base do clube tido como um dos grandes nomes para o futuro do futebol australiano.

Fundação: 1995
Cidade: Perth, Western Australia
Estádio: HBF Park – 20.000
Títulos: 2x NSL (2003 e 2004)
Destaques: Mustafa Amini, Aaron McEneff e Salim Khelifi.

Clube mais antigo da A-League e único vindo dos tempos de NSL, o Perth Glory tenta recuperar mais uma vez sua reputação de grande no futebol australiano. Sem o dinheiro de outros anos, a equipe aposta em investimentos pontuais e sem tanto peso no futebol local.

No comando técnico a novidade é a chegada do jovem Ruben Zadkovich, de apenas 36 anos. Que foi jogador do próprio Glory e dirigia as categorias de base até o ano passado.

A decepção com Daniel Sturidge na temporada passada, pesou financeiramente para o clube, que não fez nenhum investimento pesado em jogadores internacionais.

A grande contratação é Mustafa Amini (29), jogador que passou pelo Borussia Dortmund e teve convocações para os Socceroos. O experiente atacante David Williams (34), vindo da Índia, o israelense Bem Azubel (29), o suíço Salim Khelifi (29), vindo do FC Zurich, e o norte-irlandês Aaron McEneff (27), ex-Hearts, foram outras das principais contratações.

A pandemia atrapalhou demais a equipe nas últimas temporadas, quando o clube teve que ficar boa parte da competição sem mandar jogos em sua casa. De volta a Perth, espera que a força de sua torcida e a facilidade

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Fundação: 2004
Cidade: Sydney, New South Wales
Estádio: Leichhardt Oval – 22.000, Jubilee Oval – 20.500
Títulos: 5x A-League (2005/2006, 2009/2010, 2016/2017, 2018/2019, 2019/2020), OFC Champions League (2005), FFA Cup (2017)
Destaques: Rhyan Grant, Jack Rodwell e Joe Lelley

Sem dúvida a maior decepção da temporada passada, o Sydney FC apostou na manutenção do técnico Steve Corica, mesmo contra a pressão de sua torcida e grande parte da mídia. Corica esteve presente em todos os cinco títulos do clube na A-League, seja como jogador, auxiliar ou técnico, e por isso tem muito crédito com sua diretoria, que deixou a renovação do elenco em sua mão.

O processo de renovação começou com grande polêmica, após a saída nada amigável do meia sérvio Milos Ninkovic (36), um dos maiores ídolos do clube. Ninko anunciou em suas redes sociais que estava deixando o clube após não ser tratado com o respeito que esperava. Resultado, acertou com o maior rival, o Western Sydney Wanderers, fato que só gerou ainda mais descontentamento com Corica e a direção.

O troco veio com a chegada do inglês Jack Rodwell (31), ex-Everton e Manchester City, que estava no próprio Wanderers na temporada passada. Embora não jogue na mesma posição de Ninko e nem tenha o mesmo peso, é um reforço que deve ser muito útil para os Sky Blues.

Dentre os reforços, o lateral espanhol Diego Caballo (30), formado na base do Real Madrid, o meia eslovaco Robert Mak (30), vindo do Ferencvaros, e o jovem atacante Alex Parsons (22), uma das revelações do Brisbane Roar nos últimos anos. Além desses, chega também badalado o meia-atacante Joe Lolley (29), um dos bons nomes do Notthingham Forest nas últimas campanhas do clube na Championship.

O grande nome do ataque segue sendo Adam Le Fondre (35), grande artilheiro do clube nas últimas temporadas ao lado de Bobô (37), que anunciou aposentadoria ao final da temporada passada.

Seguem como peças importantes o lateral Rhyan Grant (31), indo para sua 15ª temporada pelo clube, os meias Paulo Retre (29) e Anthony Caceres (30), o experiente zagueiro Alex Wilkinson (37), o que renovou por mais uma temporada, e o volante Luke Brattan (31), que se recupera de lesão no ligamento.

Fundação: 2007
Cidade: Wellington, Nova Zelândia
Estádio: Sky Stadium – 34.500
Títulos: Nenhum
Destaques: Oli Sail, Kostas Barbarouses e Yan Sasse

Um dos clubes mais simpáticos da liga é o aguerrido Wellington Phoenix. O único neozelandês da competição, disputa a A-League sem chances de se classificar para uma Champions Asiática, já que faz parte da confederação da Oceania. Por outro lado, não pode disputar a Champions da Oceania, por atuar em uma liga considerada Asiática.

Ainda assim, fez grandes campanhas nas duas últimas temporadas comandado pelo técnico Ufuk Talay, já cobiçado pelos maiores clubes australianos. Mais uma vez comandado por Talay, a equipe tentará se classificar pelo segundo ano seguido para fase final da liga.

O goleiro Oli Sail (26), foi um dos grandes destaques da equipe, ganhando até vaga de titular na seleção neozelandesa depois de suas boas aparições com a camisa do Phoenix. Junto a ele, a dinâmica do volante Clayton Lewis (25), e o atacante Ben Wayne (21), que também ganharam espaço nos All Whites.

Infelizmente a equipe perdeu duas peças fundamentais. O ítalo-australiano Reno Piscopo (24), e o atacante Jashua Sotirio (28), que foram para o Newcastle Jets.

Em compensação conseguiu o retorno do experiente Kostas Barbarouses (32), multicampeão da A-League com Melbourne Victory e Sydney FC, que retorna ao clube que o projetou para o futebol, e trouxe o bom volante Steven Ugarkovic (29), vindo do Western Sydney Wanderers.

Outra chegada interessante é a do brasileiro Yan Sasse (25), revelado pelo Coritiba, com passagens por Vasco e América Mineiro. Aposta parecida com a que o Jets fez no ano passado com Daniel Penha.

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Fundação: 2012
Cidade: Sydney, New South Wales
Estádio: Bankwest Stadium – 30.000
Títulos: 1x Champions League Asiática (2014)
Destaques: Marcelo, Milos Ninkovic e Romain Amalfitano

Um dos mais ricos da liga, o Western Sydney Wandereres acumulou mais um ano de decepção em 21/22, não se classificando para as finais pelo sexto ano seguido. Para evitar isso na nova temporada, mais uma vez abre o cofre e investe em renovação do elenco.

Dessa vez comandado por Mark Rudan, o Wanderers trouxe nomes considerados de peso para o nível do futebol australiano.

O que mais chamou a atenção foi o do zagueiro brasileiro Marcelo (35), que fez sua carreira na Europa, com passagens marcantes por Lyon e Besikitas, além de PSG, Hannover, Bordeaux, dentre outros. Pela sua experiência, foi nomeado capitão do time.

Outro grande nome é o do sérvio Milos Ninkovic (37), que fez história com a camisa do maior rival, o Sydney FC. Teve problemas com os Sky Blues em sua renovação e terminou indo para o outro lado da cidade, onde promete se empenhar para provar que o Sydney estava errado em “dispensar” seus serviços.

O meia francês Romain Amalfitano (33) é outro investimento alto da equipe. Esteve oito temporadas no Dijon e nas duas últimas pelo Al-Faisaly, da Arábia Saudita. Teve ainda passagem rápida pelo Newcastle e gera grande expectativa pela sua qualidade.

Outros reforços interessantes da grande lista foram Lawrence Thomas (Sonderjyske), Kusini Yengi (Adelaide United), Calem Nieuwenhof (Sydney FC), Ruon Tongyik (Central Coast Mariners), Sulejman Krpic (Tuzla City), Brandon Borrello (Dynamo Dresden) e Oliver Bozanic (Central Coast Mariners).

Fundação: 2018
Cidade: Melbourne, Victoria
Estádio: AAMI Park – 30.000 , GMBHA – 36.000, Mars Stadium – 11.000
Títulos: A-League (2021/2022)
Destaques: Alino Diamanti, Aleksandar Prijovic e Leo Lacroix.

O grande campeão da temporada 21/22 quer mostrar que não foi por acaso que levantou o troféu da A-League. O time comandado por John Aloisi, membro da histórica Golden Generation da Austrália, ficou marcado por um futebol totalmente reativo, vencendo suas partidas com pouquíssima posse de bola e contra ataques rápidos.

Para isso conta com uma defesa que foi o ponto alto do time na temporada, formada pelo lateral-direito Josh Risdon (30), o suíço-brasileiro Léo Lacroix (30), um dos destaques na conquista do título, o japonês Tomoki Imai (31) e o lateral-esquerdo Ben Garrucio (26). Por vezes, quando atuando com três zagueiros, o experientíssimo Nikolai Topor-Stanley (37), também é fundamental.

Na meiuca terá o retorno da genialidade e carisma do italiano Alino Diamanti (38), que jogou pouco em 21/22 por conta de uma lesão no joelho, sofrida na metade da temporada. Recuperado, retorna e deverá retomar o papel de maestro do time, mesmo com a idade avançada.

A renovação com o sérvio Aleksandar Prijovic (32), também foi comemorada como reforço pelo clube. O atacante, ex-Parma, Derby County, PAOK, dentre outros clubes, foi importante na conquista do título, fazendo 13 gols no ano e praticamente decidindo os jogos da semi e da final.

Pouquíssimos reforços chegam para a equipe. O principal é o experiente James Troisi (34), vindo do Western United. Jogador que atuou em Copas do Mundo e passou por clubes como Newcastle e Atalanta.

O meia malinense Tongo Doumbia (33) também chega vindo do futebol do Cazaquistão, mas com passagens por Wolverhampton e grandes clubes franceses, como Rennes e Toulouse.

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