A temporada 2022/23 do futebol europeu começou há pouco mais de um mês e como é tradição, a Revista Série Z vai atrás dos clubes que estreiam nas primeiras divisões nacionais do Velho Continente. Essa é a segunda parte do nosso especial, pois alguns países possuem um calendário diferente, com a temporada se iniciando no primeiro semestre.
Nesse texto, apresentamos oito clubes que debutam, com destaque para a Bósnia que é a única que tem dois ascendentes novos. Nas grandes ligas, a Itália é a única com um estreante, que tem um brasileiro no elenco, algo que acontece apenas em outros dois times, sendo que um tem uma verdadeira invasão tupiniquim. Embarque nessa viagem futebolística.
Igman Konjic – Bósnia-Herzegovina 🇧🇦
Fundado em 1920, o Igman Konjic demorou cem anos para atingir a maior temporada da história do clube com o título da segunda divisão bósnia e a chegada na semifinal da copa nacional. Antes disso, o maior feito do clube era ser o maior campeão da conferência Sul da terceira divisão nacional com cinco taças. Para a estreia na elite, o time esperava um começo melhor com um elenco com apenas um estrangeiro, o atacante croata Darko Bodul. O jogador local que mais chama atenção é o zagueiro Amer Dupovac, que tem cinco temporadas fora do país.
Sloga Doboj – Bósnia-Herzegovina 🇧🇦
A Bósnia-Herzegovina conta com duas entidades: a parte central é a Federação da Bósnia-Herzegovina, enquanto os extremos fazem parte da República Sérvia, de onde vem o Sloga Doboj, o terceiro clube dessa “região”. Fundado em 1945, o “vermelho e branco” chegou a elite nacional e fez um elenco jovem que não passa de 24 anos de média de idade, com o canadense Luka Kulenovic sendo o destaque até então com quatro gols feitos na Premijer Liga.
Akritas Chlorakas – Chipre 🇨🇾
A primeira divisão do Campeonato Cipriota é dos campeonatos nacionais que sempre estão no topo quando o assunto é ter mais estrangeiros que locais. No Akritas Chlorakas, o Brasil é quem domina o elenco, começando pelo diretor de futebol Bolívar Silveira, que estava no Internacional, chegou ao clube e levou seis jovens jogadores brasileiros para o Chipre: o goleiro Guilherme (Corinthians), o volante Juninho Carpina (Náutico) e os atacantes Davi Araújo (Athletico), Rodrigo Varanda (emprestado pelo Corinthians), Pedrinho (Ponte Preta) e Ramires (Ponte Preta).
A campanha será para se manter na elite após anos e anos variando entre a segunda e terceira divisão nacional, sendo que conquistou três títulos do segundo nível citado. É um time interessante para se acompanhar por todo esse trabalho brasileiro que há no clube que tem 51 anos.
Maccabi Bnei Reineh – Israel 🇮🇱
Em três temporadas, o Maccabi Bnei Reineh saiu da quarta divisão nacional para a elite israelense. Fundado em 2005, o clube nunca teve sucessos até que foi retomado em 2016 com a compra por um empresário local que investiu no time e colocou Rayna (como Reineh, cidade do clube, pode ser chamada no português) no mapa do futebol. O início está sendo bem difícil ocupando a antepenúltima colocação sem vitórias. O elenco foi totalmente reformulado para a estreia com a chegada de jogadores com experiência na primeira divisão além de estrangeiros, como ganês Richard Boateng, o austríaco Lukas Spendlhofer e o bissau-guineense como nome carismático Sambinha.
Monza – Itália 🇮🇹
Nas grandes ligas do Velho Continente, o único estreante é o Monza, que investiu alto para fazer uma temporada de top 10, apesar do péssimo início na Serie A, que foi revigorada com uma vitória contra a Juventus. Como dissemos em um texto sobre o mercado de transferências, o time é “comandado pela dupla Silvio Berlusconi e Adriano Galliani, que marcaram época no Milan – apesar dos pesares […]. O mercado teve grandes nomes. Da Itália, chegaram o zagueiro Andrea Ranocchia (ex-Internazionale e 21 jogos pela seleção), o meia Stefano Sensi (ex-Inter e nove partida pela Itália) e o volante Matteo Pessina (campeão da Eurocopa 2021, que estava na Atalanta e foi formado pelo clube. Dois zagueiros estrangeiros chamam atenção, também, o brasileiro Marlon Santos, vindo do Shakhtar Donetsk, e o espanhol Pablo Marí, campeão da Libertadores com o Flamengo.
Pontypridd United – País de Gales 🏴
Em 1992, o Pontypridd Sports & Social Club e Ynysybwl Athletic se fundiram e deram origem ao Pontypridd Town, nome que o clube usava até estrear na elite galesa. Na década de fundação, chegou perto de ascender, mas sucumbiu e teve uma queda vertiginosa na pirâmide do futebol local. A vaga na Cymru Premier veio de forma inusitada, pois a equipe foi vice-campeã da Division One, mas ocupou a vaga do campeão Llantwit Major, que não obteve a licença necessária para disputar a primeira divisão.
Mladost GAT Novi Sad – Sérvia 🇷🇸
De 2018 para cá, o Mladost Novi Sad engatou quatro títulos consecutivos: da quinta a segunda divisão nacional. Uma verdadeira revolução foi feita no clube que se acostumava a participar da quinta e sexta divisão. A mudança de patamar tem relação com a entrada da GAT, empresa do setor elétrico. A cidade do tradicional Vojvodina mantém duas equipes na primeira divisão com a queda do Proleter. O elenco para a se manter na divisão é bem experiente com 27 anos de média de idade.
Ümraniyespor – Turquia 🇹🇷
Entre 1938 e 1984, o “alvirrubro” foi um time de sexta divisão turca. Nos 40 anos seguintes, o time variou entre a quarta e sexta divisão até que em 2014 se colocou no terceiro nível onde ficou por três temporadas. O time sempre fez campanhas tranquilas na 1.Lig com o acesso inédito ficando mais maduro a cada temporada como em 2021/22 quando ficou com o vice-campeonato seguindo a “lógica turca” de contratar muitos estrangeiros. O grande nome é o venezuelano Yonathan Del Valle, artilheiro do time na temporada passada, que ganhou um reforço para fazer companhia ao ataque, o angolano Geraldo, aquele mesmo que jogou no Coritiba.
Outra tradição do futebol turco é a presença de brasileiros. No elenco de 2022/23, o zagueiro Allyson, que enfrentou o Ümraniyespor na segunda divisão nacional, foi revelado pelo Nacional (SP) e está há sete anos no futebol europeu, sendo cinco em Israel. Ele é o terceiro brasileiro a atuar pela equipe na história.
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