Chegou a hora mais importante de uma edição da Série D: a definição dos acessos! Foram 56 equipes que ficaram pelo caminho, como por exemplo, os tradicionais Santa Cruz e Paraná; as decepções Ferroviária, Fluminense-PI e Sergipe; os favoritos que caíram no mata-mata como o Brasiliense e Retrô e os coadjuvantes Crato, Náutico-RR, Caldense e Ação.
Sobraram oito clubes! No Guia da Série D 2022, apontamos que seis desses eram favoritos dentro das regiões. O Pouso Alegre era o ponto fora da curva de Minas Gerais, a Portuguesa tinha expectativa média, mas podia surpreender e os outros eram cotados a chegarem até aqui.
O Tocantinópolis é a melhor história das quartas, pois é do estado há mais tempo sem acesso, desde a campanha do Araguaína em 2010. América e Caxias fazem o confronto das maiores agonias, com três eliminações nas quartas, que se transformará em quarta para um desses. O São Bernardo se provou como mais forte paulista, no Amazonas, a reformulação feita se comprovou certeira e o ASA fez valer a grande campanha no Campeonato Alagoano, relembrando bem o time de quase 15 anos atrás.
Neste especial, você confere todas as informações necessárias sobre os confrontos, incluindo os pontos fortes e fracos de cada quadrifinalistas, o retrospecto, a última Série C, a relação das vagas para a Série D 2023 e os jogadores de cada elenco que contam com acessos na divisão! Aproveite!

Consistência ou chegada
Quem olha o confronto entre o melhor quadrifinalista contra o pior, deve pensar que qualquer resultado que não seja o acesso do Amazonas será uma surpresa, ainda mais pela vantagem de 11 pontos (39 a 28) e 24 gols marcados (42 a 18) nas campanhas. Porém, a Portuguesa tem duas fases na Série D: o primeiro turno e o segundo turno adiante. Vale até um comparativo. Se pegarmos esse período de 11 jogos, o Amazonas tem apenas um ponto a mais (24 a 23 para o Amazonas). Por isso, o embate se tornou equilibrado. Na Série D, vale muito a máxima de ser um time que chega muito bem no mata-mata, algo que os dois conseguiram de certa forma, mas com a Onça manauara sendo mais regular, contando muito com o bom futebol de Rafael Tavares e Italo, artilheiro da competição. Para o time da Ilha do Governador, a chegada de Felipe Surian foi o diferencial para acertar o time que não lembra em nada o que começou.
Retrospecto: nunca se enfrentaram
Jogadores com acesso: Amazonas – Rafael Tavares (Mirassol/2020), Vitinho (Manaus/2019), Diego Dolem (Manaus/2019) e Luizinho (Ituano/2019) ////// Portuguesa – Dija Baiano (Volta Redonda/2016), Rafael Pernão (Volta Redonda/2016), Luiz Gustavo (Volta Redonda/2016), George (Volta Redonda/2016), Watson (Treze/2018), Fellipe (Ituano/2019) e o treinador Felipe Surian (Tupi/2013 e Volta Redonda/2016)
Última Série C: o Amazonas busca a primeira participação, enquanto a Portuguesa esteve em 2003 e 2004
Série D 2023: os dois clubes não têm vaga na próxima edição, mas a Portuguesa ainda pode disputar se for campeão ou vice da Copa Rio
Pontos fortes e fracos do Amazonas, por Larissa Balieiro, repórter da Difusora 96,9
Os pontos fortes da Onça estão em conseguir controlar bem seu jogo, se impor a cada instante e administrar a saída de bola. É o melhor ataque da competição toda. Entretanto, o time sofre com a bola parada, e dependendo do jogo deixa um meio campo mais aberto.
Pontos fortes e fracos da Portuguesa, por Gabriel Andrezo, narrador da Alternativa Esportes
A Lusa chega entre os oito melhores desta Série D com uma campanha de recuperação. Após passar um turno inteiro sem ganhar, na fase de grupos, o time conseguiu reagir para se classificar. Aliás, está é uma das características mais positivas do time de Felipe Surian, a capacidade de reagir diante de adversidades e trabalhar bem sob pressão. Foi assim nas eliminatórias contra Aimoré e Nova Venécia. Além do aspecto anímico, a Portuguesa tem em seu ataque seu principal trunfo, especialmente nas jogadas do centroavante Emerson Carioca, um dos artilheiros do time na competição. A defesa, no entanto, tem deixado a desejar em alguns momentos e, se o ataque é quase sempre eficaz, o sistema defensivo não tem a mesma firmeza da outra ponta do campo, o que pode ser explorado pelos adversários.

Não há surpresas aqui
Quando a Série D 2022 começou, São Bernardo e Tocantinópolis apareceram no guia da competição como favoritos nas respectivas regiões. O Tigre do ABC tinha toda pompa de candidato a chegada nas quartas pelo elenco que formou com jogadores que poderiam estar em uma Série B ou C atual e, assim, se confirmou. Do lado tocantinense, o time vinha com muita empolgação após a bela campanha na Copa do Brasil e o bicampeonato estadual, aliado a um elenco experiente com bom futebol. A diferença histórica dos estados no futebol pode levar a uma ideia diferente, mas não é uma surpresa ver o Tocantinópolis nas quartas. Um diferencial do confronto é o ataque e a defesa: o São Bernardo tem uma defesa “intransponível” com cinco gols sofridos contra 24 do TEC, mas por outro lado, o ataque nortista é melhor com 30 feitos contra 18 do sudestino.
Retrospecto: nunca se enfrentaram
Jogadores com acesso: São Bernardo – Guilherme Queiroz (Novorizontino/2020), Alex Alves (Mogi Mirim/2012), João Carlos (Mirassol/2020), Vitinho (Tupi/2011, Mogi Mirim/2012 e Botafogo-SP/2015), Minho (Mirassol/2020) e Felipe Dias (Tombense/2014 e Moto Club/2016) ////// Tocantinópolis – Chico Bala (Moto Club/2016), Wanderson (Moto Club/2016), Pedro Dias (Moto Club/2016), Dedé (Moto Club/2016) e Azul (CSA/2016)
Última Série C: a última aparição do Verdão foi em 2005. O Tigre busca o debute
Série D 2023: os dois têm vaga garantida na edição 2023, ou seja, uma equipe entre Inter de Limeira ou Capital estará na competição
Pontos fortes e fracos do São Bernardo, por Márcio Donizete, editor do Lente Esportiva ABC
Com o objetivo de estar na Série C o mais breve possível, o São Bernardo FC chega às quartas de final com um planejamento redondo e dentro das expectativas. Como um dos pontos fortes está a organização nos bastidores, que são bem perceptíveis desde a chegada da gestão Magnum, no fim de 2019, o que profissionalizou o departamento de futebol. Os jogadores compraram a ideia dos gestores e fizeram um time vencedor. São dois títulos até agora: Série A-2 do Paulista e Copa Paulista em 2021, além de alcançar as quartas de final do Paulistão 2022 e – até o momento – as quartas de final da Série D. Em campo, o setor defensivo é um destaque. O time levou apenas cinco gols na Série D e se solidificou como o setor defensivo menos vazado de toda a competição. Jogadores que claramente têm espaço em divisões acima explicam esse desempenho acima da média, como Alex Alves (G), Alex Reinaldo (LD), Matheus Salustiano (Z), Ítalo (Z) e Eduardo Diniz (LE). Como ponto que pode evoluir está o ataque, que anotou 18 gols. Se comparado com o adversário das quartas de final, são 12 gols a menos. Dos oito classificados, tem o sexto melhor ataque. Apesar desse desempenho da produção ofensiva, o time consegue atuar de forma bastante segura nas partidas e bastante focado no que quer.
Pontos fortes e fracos do Tocantinópolis, por Taianne Moreira, jornalista esportiva tocantinense
O Verdão do Norte tem um dos melhores elencos já visto pelo nosso futebol estadual, o que ratifica essa campanha histórica da equipe na quarta divisão nacional. O time tocantinense tem a seu favor, o paredão Jefferson, que em diferentes jogos nessa temporada foi responsável por grandes defesas. O comandante do elenco, Jairo Nascimento, vem mostrando o diferencial em termos de organização do plantel e confiança na beira do campo. O Tocantinópolis não terá para esse confronto contra o São Bernardo, uma peça importante do seu elenco, o zagueiro Betão, que foi expulso ainda na primeira etapa na partida contra o Santa Cruz. No entanto, sabemos que o Verdão do Norte tem um elenco qualificado e quem entrar na posição como titular, fará uma excelente partida. Até agora, o torcedor não viu em campo dois reforços que foram anunciados pelo clube no fim do mês de julho, para a sequência da Série D, mas que até o momento não foram relacionados: o meio-campo Rhuan Portugas (acumula passagens por Palmas, Imperatriz, além de clubes espanhóis) e o atacante Willian (já atuou na base do Corinthians e coleciona atuações pela Ponte Preta, Tuna Luso, Tapajós e Sampaio Corrêa). Resta saber se de fato, eles ainda serão relacionados pelo clube até o fim da temporada.

A metamorfose da confiança
Última rodada da fase de grupos, o América era quarto colocado do grupo, ia enfrentar o vice-líder Sousa e a eliminação precoce era totalmente possível. Do outro lado “da tabela”, o Caxias estava com classificação garantida e lutava para ser líder, que ocorreu no confronto direto contra o Azuriz. A confiança se analisássemos apenas as duas equipes era toda para o time gaúcho. O mata-mata chegou, as quartas foram definidas e isso mudou, pelo menos, externamente. O Caxias é o único dos oito quadrifinalistas que não venceu nenhuma partida do mata-mata, classificando-se apenas nos pênaltis e desperdiçando muitos gols. Do lado do América, o time teve dificuldades na partida de volta contra o Jacuipense, mas se sobressaiu, e contra o Moto Club teve a classificação mais segura das oitavas, mesmo com o gol tomado na primeira partida. Para o Dragão, a meta é manter o desempenho, enquanto o lado grená precisa ter eficácia na hora de fazer o gol.
Retrospecto: as equipes se enfrentaram três vezes, com uma vitória para cada lado e um empate. Todos os jogos foram pela Série B: 2×2 (2002), Caxias 4×0 (2003) e América 3×1 (2004)
Jogadores com acesso: América – Elvinho (Novorizontino/2020), Wallace Pernambucano (Confiança/2014), Allef (ABC/2021), Édson Silva (Novorizontino/2020), Bebeto (Globo/2017), Alexandre (ABC/2021) ////// Caxias – Diogo Sodré (Novorizontino/2020), Igor Goularte (Novorizontino/2020),
Última Série C: os dois clubes participaram da era moderna da Série C. O América esteve pela última vez na divisão em 2016 e o Caxias em 2015
Série D 2023: mais um caso de duas equipes com vagas. Se o América subir, o Globo assume. Se o Caxias passar, o São Luiz ocupa
Pontos fortes e fracos do América, por Ícaro Carvalho, repórter da Jovem Pan News Natal e Tribuna do Norte
O América de Leandro Sena tem como ponto forte seu sistema defensivo. Nos últimos sete jogos, que compreendem o fim da primeira fase e o mata-mata, só tomou dois gols. O detalhe é que a equipe está jogando sem lateral esquerdo desde o fim da primeira fase. Outro fato importante é o atacante Wallace Pernambucano. Já são sete gols na Série D e 49 com a camisa do América, o que o torna um dos maiores artilheiros da história Alvirrubra. Um dos pontos fracos do América é a falta de opções de qualidade no banco de reservas. O Alvirrubro sofreu com muitas baixas de lesão, perdeu Araújo e Rafael Carioca, e contratou pouco antes do fechamento da janela. Além disso, pode pesar a pressão para subir de divisão. O Alvirrubro já está há seis anos na Série D e terá a quarta chance de sair da divisão.
Pontos fortes e fracos, por William Mota, editor do Esporte Serra
O Caxias de 2022 tem como uma de suas principais armas o goleiro André Lucas, determinante nas duas decisões por pênaltis nos mata-matas. O experiente zagueiro Thiago Sales, de 35 anos, formado no Flamengo-RJ, que está há cinco temporadas no clube, é outro que tem sido regular na temporada. Mais um destaque do Caxias é o meia Diogo Sodré, dono de um excelente passe e responsável pelas principais assistências para gol ao longo da competição. O lateral direito Marcelo, 32 anos, não fica para trás como destaque. Cobrador das faltas, apoiador, ele sofreu os dois pênaltis contra o Oeste e fez o gol contra o Real Noroeste. No ataque, o Caxias aposta na velocidade do paraguaio Hector Bustamante e nas conclusões de média distância de Matheuzinho. Mas a maior arma do Caxias no ano tem sido mesmo o Estádio Centenário. Em casa, o clube grená está invicto na Série D e o bom desempenho nos jogos recentes tem atraído o torcedor, que tem superado as marcas de 10 mil nas partidas das eliminatórias. Em casa, o Caxias recuperou a antiga sinergia com o torcedor, que marcou as grandes conquistas do passado do clube.

Para consagrar ídolos
Na primeira década do século, o ASA era o dono do futebol alagoano, com seis títulos estaduais e a gloriosa classificação para cima do Palmeiras na Copa do Brasil 2002. Em 2009, veio a legitimação com o acesso à Série B, onde ficou por quatro temporadas. O adversário do Fantasma é o Pouso Alegre, que após um longo hiato voltou ao futebol em 2019, engatando os títulos da terceira e segunda divisão mineira e a classificação à Série D dessa temporada. O confronto das quartas é cheio de idolatria dos dois lados. Esse período de Série B do ASA teve a participação do lateral-esquerdo Thallyson, o volante Jorginho, o meia Didira e o atacante Junior Viçosa, que após um longo período voltaram ao Coaracy da Mata para retomar a glória que ajudaram quase quinze anos atrás. O Dragão do Mandu conseguiu manter jogadores que estão desde a conquista da terceira divisão mineira, como o goleiro Cairo, o zagueiro Danilo, o lateral-esquerdo Foguinho e volante Roldan, além do lateral-direito Nando, que está desde 2020, e o zagueiro Léo Godo, que esteve em 2019 e 2020 e voltou essa temporada. O confronto é para consagrar mais ainda os ídolos de cada equipe.
Retrospecto: nunca se enfrentaram
Jogadores com acesso: Pouso Alegre – Marcos Nunes (Campinense/2021), Denner (ABC/2021) e o treinador Paulo Roberto Santos (São Bento/2016) ////// ASA – Brumati (Treze/2018) e Didira (CSA/2016)
Última Série C: o ASA disputou pela última vez em 2017, enquanto o Pouso Alegre nunca esteve na divisão
Série D 2023: o Pouso Alegre não tem vaga, enquanto o Murici ocupa a vaga do ASA, em caso de acesso
Pontos fortes e fracos do Pouso Alegre, por Carlos Manoel, jornalista pouso-alegrense e redator do Guia da Série D 2022
Após a chegada do técnico Paulo Roberto Santos, junto com alguns reforços (Edson Mardden, Victor Pereira, Foguinho, Roldan, Marcos Nunes e Alison Mira), o Pouso Alegre se tornou um time consistente – apenas duas derrotas, ainda na fase de grupos e ambas fora de casa, invencibilidade de oito jogos e exibições seguras contra CEOV Operário e o tradicional Paraná Clube no mata-mata. Time tem um padrão de jogo definido, com uma defesa sólida – 10 gols sofridos, meio de campo equilibrado, que marca forte e avança, e um ataque veloz. Fator casa e o apoio da torcida – média de público de 3.840 por jogo, vem sendo determinantes também para a boa campanha. Em contrapartida, mesmo com a velocidade e a dedicação dos atacantes, o Pouso Alegre encontrou dificuldade durante a primeira fase para balançar as redes adversárias – apenas 12 gols marcados. Já no mata-mata foram quatro gols anotados. Números baixos, que podem complicar o sonho do acesso. Outra preocupação é em relação ao desgaste físico durante as partidas. Com um elenco mais curto, o time tem uma queda de rendimento na etapa final dos jogos, tanto que dos 16 gols marcados na competição, apenas dois foram feitos no segundo tempo, e dos 10 gols sofridos, seis aconteceram nos minutos finais.
Pontos fortes e fracos do ASA, por Guilherme Magalhães, repórter do Gazeta Web
Toda a campanha do ASA na Série D foi se reinventando. Contudo, o fator que pesou a favor foi a experiência de seus jogadores, como Feijão, Roger Gaúcho, Ermínio e Viçosa. Apostando nisso e nos atletas que conhecem Arapiraca, o Fantasma trilhou um caminho de superação para tentar fechar o ano com chave de ouro, sob comando do ídolo Jota. Por outro lado, sua falta de criatividade ainda pesa. Tanto no comando de Maurício Copertino, quanto de Jota, a equipe demonstrou fragilidade em jogadas ofensivas, tanto que faz poucos gols, além de possuir um alto índice de cartões ao longo da sua caminhada.
Saiba mais sobre as quartas de final da Série D 2022 no podcast Quarta Categoria
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