A melhor equipe nacional da história

O que teria acontecido em seis de março de 1902? Muita coisa, muitos nascimentos, eventos, descobertas, novos amores, falecimentos. Como em qualquer outro ano da história, os fatos foram incontáveis, mas um em especial é o evento mais marcante para o futebol espanhol e para o mundo dos aficionados pelo esporte; nascia o Real Madrid. Na ocasião, os fundadores, os irmãos Juan e Carlos Padrós, deram ao clube o nome de Madrid Football Club, a expressão “Real” foi acrescentada alguns anos depois. Desde o início do campeonato nacional espanhol, em 1929, o Real tem presença cativa e, ao lado de Athetic Club e Barcelona, são os únicos que jamais foram rebaixados. 

Seu estádio, o Santiago Bernabéu, é um verdadeiro templo sagrado e é lá que manda seus jogos desde 1941. São mais de oitenta mil lugares, o que lhe confere a terceira maior capacidade entre os estádios europeus. O Bernabéu já viu partidas inesquecíveis e presenciou atuações de primeira grandeza.   

O Real Madrid é, em todas as enquetes já realizadas, o maior clube de futebol da história, seja no tocante à sua tradição, seja em relação às conquistas. Em âmbito nacional, a equipe madrilenha já venceu o campeonato espanhol trinta e quatro vezes, são dezenove títulos da Copa do Rei, outros onze da Supercopa Espanhola. Internacionalmente, sua liderança é incontestável. São treze títulos europeus, a recordista do Premier League, e sete mundiais, sem contar quatro taças da Supercopa da UEFA e duas copas latinas. 

Em dezembro de 2000, foi eleito pela FIFA o maior clube de futebol do século XX e, não bastasse, vem ano a ano se consagrando como o clube que melhor administra sua marca no mundo virtual. É o time mais valioso da história, com valor estimado em três bilhões e duzentos milhões de euros. Anualmente, sua receita ultrapassa os setecentos e cinquenta milhões de euros. Só a marca Real Madrid vale um bilhão e quatrocentos milhões de euros, conforme apurado pela Brand Finance, consultoria londrina especializada na avaliação do valor de marcas. Prova inconteste é o crescimento vertical de seus torcedores. Segundo pesquisa realizada em 2014, pelo Centro de Investigaciones Sociológicas, 37,9% da população espanhola torcia pelo clube, ou seja, mais de dezoito milhões de espanhóis carregando no coração o escudo madrilenho. 

Naquele mesmo ano, a equipe bateu o recorde de vitórias, cinquenta e uma em sessenta e três partidas disputadas, e gols marcados, impressionantes cento e setenta e oito gols, superando equipes historicamente goleadoras como a do Santos de Pelé nos anos 1960. 

O Real Madrid sempre contou com lendas do futebol mundial. Foram tantas e todas tão prodigiosas que fica difícil situá-las num ranking. O diário espanhol “As” elencou em 2020, aqueles que seriam os cinquenta maiores jogadores da história do clube e, estranhamente, o brasileiro Evaristo de Macedo ficou de fora. Ressalte-se que nas décadas de 1950 e 1960, Evaristo jogou no Real e no Barcelona, sendo até hoje considerado uma lenda por ambas as torcidas. Mas deixando eventuais tropeços de lado, muitos nomes são inquestionáveis. 

Segundo a publicação, o mais brilhante jogador a envergar a camisa real é Alfredo Di Stéfano, seguido por Cristiano Ronaldo, Paco Gento, Puskas e, fechando o quinteto de ouro, Zinedine Zidane.  

O argentino Di Stéfano jogou no Real entre 1953 e 1964. Apelidado de La saeta rubia (Flecha loira), muitos o consideram melhor jogador que Pelé. Heleno Herrera, à época técnico do Barcelona, certa feita declarou “se Pelé foi o violinista do futebol, Di Stéfano foi a orquestra inteira”. Sobre Cristiano Ronaldo o que dizer? Talvez seja mais acertado mencionar os números do gajo jogando pelo Real. Foram quatrocentos e cinquenta e um gols em quatrocentos e trinta e oito jogos, média superior a um gol por partida, cento e dezenove assistências, quarenta e quatro hat tricks, quatro vezes eleito o melhor jogador do mundo, seis vezes artilheiro da Champions League. Impressionante, não? 

O top five madrilenho continua com Paco Gento. Ao lado de Di Stéfano, formou uma dupla comparável a Pelé e Coutinho. Ponta esquerda veloz e driblador, detém o título de maior vencedor da Champions, foram seis títulos, todos pelos merengues. Em 1960, sagrou-se campeão mundial em cima do Peñarol do Uruguai. Um cinco a um no Santiago e uma atuação histórica o consagraram como um dos maiores do Real. E quanto a Puskas? 

Ferenc Puskas é o maior jogador do futebol húngaro. Jogou no Real entre 1958 e 1966, sendo contemporâneo de Di Stéfano e Paco. É o sexto maior goleador da história do Real Madrid, destacando-se pela beleza dos gols; foram duzentos e quarenta e dois gols em duzentas e sessenta e duas partidas. Foi três vezes campeão da liga europeia. O brilhantismo dos seus gols rendeu-lhe uma homenagem da FIFA que batizou com o seu nome, o prêmio de gol mais bonito do mundo no ano. 

Finalmente, fechando o quinteto de ouro, Zidane. O franco-argelino conquistou pelo Real onze títulos, entre os quais três Champions e dois mundiais. Foram duzentos e vinte e sete partidas e quarenta e nove gols. Seu estilo elegante e rapidez de raciocínio fizeram de Zidane um astro merengue. 

De fato, o Real Madrid é o maior clube de futebol de todos os tempos, seja na qualidade dos jogadores, seja na sua incrível capacidade administrativa. Por lá passaram muitos outros nomes de destaque mundial, entre eles os brasileiros Roberto Carlos, Marcelo e Ronaldo, mas nenhum chegou a se comparar ao quinteto de ouro dos madrilenhos. O maior time da história sempre soube escalar com sabedoria. 

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