Guia dos Debutantes das Paralimpíadas Tóquio 2020 | #SérieZOlímpica

Um pouco atrasado, sim, mas com um especial bem com a cara da Série Z sobre as Paralimpíadas Tóquio 2020, com as nações que debutam no evento. Nos Jogos marcados pela ausência de público, os problemas envolvendo o Afeganistão e por um debate muito mais aberto sobre o capacitismo da nossa sociedade, cinco países estrearão nas Paralimpíadas e nós contaremos quem são esses atletas responsáveis por essas glórias paradesportivas.

Butão

Em 2017, o Butão criou um Comitê Paralímpico Nacional, ou seja, um ano depois da Rio 2016. Neste ciclo, a nação mandou dois representantes para os Jogos Para-Asiáticos 2018, com representação de Pema Rigsel no Tiro com Arco e Kinley Dem no Tiro Esportivo. Até o fechamento desse texto, apenas Pema estava confirmado em Tóquio 2020 – o esporte é dos mais tradicionais no país. Kinley chegou a esperar algum convite de universalidade, pois não alcançou a pontuação mínima, ao contrário de Pema que conseguiu 601 pontos, quando eram necessários 575.

No Atletismo, dois paratletas do arremesso de peso conseguiram o requisito mínimo e foram convidados pela Comissão Bipartite: Gyeltshen (masculino) e Chimi Dema (feminino). Os dois passaram a marca de seis e quatro metros, respectivamente, no Campeonato Mundial de Paratletismo em 2019. As vagas foram confirmadas no começo de maio. Os dois estão na classificação F40, voltado a atletas com baixa estatura.

Granada

Mais um comitê criado logo após as últimas Paralimpíadas, Granada fará a estreia em eventos poliesportivos em Tóquio 2020. Em 2019, ainda não conseguiu participar do Parapan. Serão dois atletas no Japão, sendo duas mulheres, uma no Atletismo e outra na Natação.

Nye Cruikshank, da Natação, foi a porta-bandeira da delegação na cerimônia de abertura. Ela compete nos 100 metros peito, classificação SB8 (deficiência física), e tem prova programada para o dia 26 de agosto, às 23h01, pelo horário de Brasília. Em 2021, ela estreou em uma competição internacional na World Series de Lewisville (EUA). Aos 19 anos, terá muita história para escrever no paradesporto.

No lançamento de dardo, Ishona Charles será a representante. Ela compete na F46, voltada a pessoas com deficiências nos membros superiores. Entrará em campo no dia 3 de setembro. Ela foi a primeira paratleta granadina a disputar uma competição internacional, em 2018, no Desert Challenge, em Arizona. Em 2019, esteve na disputa do Campeonato Mundial de Doha. Granada deve crescer mais e mais no esporte paralímpico.

Maldivas

Outra nação que faz a primeira aparição em evento multiesportivo é Maldivas, arquipélago ao sul do continente asiático. A entidade local foi fundada e reconhecida há dois anos pelo Comitê Paralímpico Internacional. Até o momento, o país tem seis atletas registrados e vai aumentar o trabalho a partir dessa participação para encontrar mais talentos.

Mohamed Mazin (100m T11 masculino) e Fathimath Ibrahim (100m T11 feminino) serão os representantes do país no Atletismo. A classificação é voltada para deficientes visuais. Mazin é muito promissor, sendo que conquistou o bronze nos Jogos das Ilhas do Oceano Índico 2019. Ibrahim, em entrevista ao site das Paralimpíadas, contou sobre a importância de ser a primeira mulher do país na disputa. ““Quero trabalhar muito e obter medalhas para o meu país. Quero derrubar a barreira para as mulheres no país e espero que mais pessoas se juntem a nós no Movimento Paralímpico. Gostaria de dizer às mulheres do meu país ‘por favor, juntem-se a nós e esta é uma grande oportunidade de mostrar o seu talento’”.

Paraguai

Nos esportes olímpicos, o continente sul-americano conta com 14 nações representadas. Trazendo para o futebol, são as 10 filiadas a Conmebol, mais Guiana, Suriname, Aruba e Panamá. Desses, apenas Paraguai e Bolívia nunca tiveram representantes nas Paralimpíadas. O Paraguai sai dessa lista em Tóquio 2020. O comitê local foi reconhecido há dois anos, mas já pôde ter representação nos Parapan 2019, quando Melissa Nair Tillner Galeano esteve lá. Com deficiência visual desde os 11 anos, o Atletismo é o segundo paradesporto do currículo, pois iniciou os trabalhos no Goalball. Ela fez a transição em 2018 para as provas de longa distância do novo esporte, mas decidiu-se focar nas provas mais rápidas. Hoje, com 21 anos, ela compete nos 100 metros rasos T12.

A Natação é o outro esporte com representante. Rodrigo Hermosa, 18 anos, disputará os 50 metros livre na classe S9, voltada a deficientes físicos. O paraguaio nasceu sem o antebraço. Sempre praticou esportes, como futebol e basquete, mas desde os cinco está na natação, também.

São Vicente e Granadinas

O caso mais emblemático entre os atletas das nações debutantes vem do Caribe, com Dexroy Creese, que tem 36 anos e começou a nadar paradesportivamente há dois anos. Ele compete nos 50 metros livre na categoria S9. Pouco tempo depois de nascer, ele perdeu a perna esquerda. Sempre nadou, mas demorou até ser convidado para tentar a sorte no esporte de alto rendimento. Em 2021, participou da World Series de Berlim e ficou com o bronze na disputa. Ele disputa a prova no dia 29 de agosto, às 21h30.

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