Guia do Campeonato Escocês 2021/22

Redação e pesquisa: Luis de Sá Perles e João Vitor Poppi, editores do perfil Futebol Escocês BR no Twitter (@FutescocesBR)

Design e organização: Felipe Augusto, editor da Revista Série Z

A temporada do futebol escocês mais aguardada dos últimos anos, talvez uma das maiores na história, parece clichê, mas não é caro leitor. Com o retorno de Heart e Dundee FC, dois campeões nacionais, que voltam não só com a expectativa de não cair, mas também de fazer boas campanhas. O desafio de superar o campeão invicto Rangers, a tentativa de retomada do Celtic, turbinado por reforços e pelo novo treinador, o desenvolvimento interessante de equipes como St.Johnstone, Aberdeen e Hibernian, a sequência de trabalho no St. Mirren e Livingston, as renovações e esperanças no Motherwell, Dundee United e Ross County.

Tudo isso envolto pelo bom momento deste esporte na Escócia, após a Euro 2020 e o surgimento de uma geração promissora nas categorias de base dos times, o futebol escocês, claramente mais organizado, vai colhendo frutos e fazendo suas equipes crescerem. Somente nesta janela, diversos clubes seguraram suas revelações e conseguiram contratações e/ou empréstimos de atletas interessantes. Alex Robertson meia do City, Jake Volkins lateral do Southampton, Kioko Furuhashi atacante da seleção japonesa, Fashion Sakala, zambiano, destaque do futebol belga, o meia irlândes Charlie McCann e o lateral Reece Devine (ambos ex-Manchester United) dentre outros jogadores que devem elevar o nível da competição.

A volta das torcidas aos estádios é também uma grande aliada para o sucesso do futebol da Escócia, justamente na temporada histórica que irá reunir os principais clássicos locais, rivalidades quentes, outras mais amenas, mas todas que movimentam e muito as regiões do país: Celtic x Rangers, Heart x Hibernian, Dundee FC X Dundee United, fora as rivalidades dos times de Dundee contra St Johnstone e Aberdeen e dos próprios Dons frente aos gigantes do The Old Firm…

Grandes jogos, grande jogadores, equilíbrio na luta por vagas a Europa e contra o descenso, promessas de surpresas e algumas transmissões na TV brasileira, pelos canais Disney (ESPN e FOX Sports)… E para você fã do futebol internacional, um guia especial (ainda que um pouco atrasado), produzido em parceria com a Revista Série Z pelo terceiro ano seguido, para te informar sobre a edição 2021-22 da liga que mais cresce no mundo!!!!

Fundação: 1903
Cidade: Aberdeen
Estádio: Pittodrie Stadium (28.860 mil)
Principal destaque: Scott Brown
Time base (4-4-2): Lewis; Ramsay, McCrorie, Considine, Hayes; Ojo, Ferguson, Scott Brown, Ryan Hedges; Emmanuel-Thomas e Ramírez.

Stephen Glass e Scott Brown trazem esperança por uma temporada mais convincente aos Reds (Foto @AberdeenFC)

Após oito anos como treinador dos Reds, Derek McInnes foi demitido, com resultados abaixo do esperado nos últimos três anos e um futebol pragmático, a escolha foi de mudança na direção do futebol do clube. Em abril deste ano, Stephen Glass, que fazia parte da comissão técnica do Atlanta United-EUA, desembarcou em Aberdeen para ser o novo treinador – comandou os últimos oito jogos da temporada passada. Agora, iniciando a temporada e o planejamento de montagem da equipe poderá mostrar mais do seu trabalho e o porque da escolha da diretoria.

O novo comandante tem ideias de futebol ofensivo, buscando propor o jogo, e para isso a diretoria acatou os pedidos de Stephen Glass, investiu e trouxe reforços interessantes  para os Dons. No ataque chegaram o inglês Jay Emmanuel-Thomas (30), que anotou 9 gols e 3 assistências pelo Livingston na última temporada, e o colombiano Christian Ramirez (30), do Houston Dynamo-EUA. O zagueiro escocês Declan Gallagher (30), titular do Motherwell na Premiership passada, reforça o sistema defensivo da equipe.

O grande nome para 2021/22 trata-se do meio campista Scott Brown (36), multicampeão e líder do Celtic por mais de uma década, que assinou um contrato de jogador-treinador e ajudará a comissão técnica de S.Glass dentro e fora de campo. Com boas contratações e uma estrutura de time forte que permaneceu no clube, formada por Joe Lewis, Ross McCrorie, Lewis Ferguson, Jonny Hayes e Ryan Hedges, a esperança é por evolução, mas é necessário tempo para o novo trabalho se consolidar com todas as mudanças realizadas.

Fundação: 1888.
Cidade: Glasgow.
Estádio: Celtic Park (60.000 mil).
Principal destaque: Ange Postecoglou, novo treinador.
Time base (4-2-3-1): Barkas, Ralston, Welsh, Starfelt, Taylor, Soro, Turnbull, Mc Gregor, Abada, Christie e Edouard (Ajeti). Téc: Ange Postecoglou.

McGregor passa a ser o líder do Celtic nesta reconstrução após a perca do reinado escocês. (Foto: Celtic FC Oficial)

Novos tempos para os lados de Parkhead, agora sob o comando de Ange Postecoglou, grego-australiano de 55 anos, que chega com indicação do grupo City, para comandar os celtas. Após treinar clubes na liga australiana e vencer a mesma com o Brisbane, o professor liderou o Melbourne, a seleção da Austrália e o Yokohama Marinos -JAP, sendo campeão japonês, depois de 15 temporadas. No Marinos (que pertence ao grupo City) foram 161 jogos, 80 vitórias, 28 empates e 53 derrotas, marcando 322 gols e sofrendo 237, média 1.66 dos pontos conquistados. Agora terá a maior missão de sua carreira, treinar um clube europeu e recolocar os Hoops no topo do futebol escocês.

Após nove temporadas de grande domínio, com o rebaixamento do rival Rangers, os celtas viveram uma última temporada para se esquecer. Eliminados na fase pré-eliminar da Champions League pelo Ferencvárosi da Hungria, sofrendo diante do Riga da Letônia para chegar a Liga Europa. Na competição europeia foi um saco de pancada no grupo de Sparta Praga, Milan e Lille. Na liga nacional, uma campanha muito frágil, com direito a três derrotas para o Rangers e um empate, troca de treinador, em fevereiro, e vendo os Gers faturarem o campeonato com 25 pontos de vantagem e o St Johnstone vencer as duas copas, algo que o Celtic fez por quatro temporadas seguidas.

Em reformulação, a equipe pode perder o atacante francês Edouard, o zagueiro norueguês Ajer já foi para o Brentford, Ryan Christie é assediado por diversos clubes, além da saída do ídolo Scott Brown, após 14 temporadas no time. Soma-se a isso as vendas do zagueiro Jack Hendry, ao Oostende, e atacante Shved para o KV Mechelen, (ambos do futebol belga). Alguns atletas voltam de empréstimo como Boli lateral esquerdo, Ewan Henderson meia e Ntcham volante (que rescindiu contrato). Entre os reforços, Liam Shaw, meia inglês de 20 anos, o zagueiro holandês Osaze Urgohide (ambas revelações do Sheffield Wendsney-ING), os atacantes Liel Abdala (revelação do futebol israelense e que jogava pelo Maccabi Petah Tikva), Kioko Furuhashi ex-Vissel Kobe, com ótimos números na Ásia, o zagueiro sueco de 26 anos, Carl Starfelt (ex-Rubin Kazan) e os experientes Joe Hart (34 anos e ex-Tottenham) e McCarthy meia (30 anos, ex-Everton e Crystal Palace) que vem da Premier League.

O estilo de jogo de Ange é agressivo, com linhas altas, marcação pressão e saída defensiva com muito toque de bola, sem chutões. Ange é competitivo, mas preza pelo bom futebol, pela ofensividade e intensidade, algo que gera até críticas em alguns de seus trabalhos. Porém, o diagnóstico de grande parte dos que acompanham a carreira é que se trata de um estudioso, obcecado pela construção de equipes vencedoras e exigente, quando as coisas saem de seu controle, geralmente, o grego-australiano pede as contas, foi assim na seleção, 7 meses antes da Copa do Mundo da Rússia. A ver como será a primeira experiência de Postecoglou no futebol europeu. Mais um nome e perspectiva interessante para o futebol escocês. O início, com direito a eliminação na 2° fase pré-eliminar (para o Midtjylland – DIN) da Champions League foi para lá de tenso…

Fundação: 1893.
Cidade: Dundee.
Estádio: Dens Park (11.850 mil).
Principal destaque: Charlie Adam meia (ex-Liverpool).
Time Base (4-1-3-2): Legdiniz, Elliot, Aschfrot, Fontaine, Panter, Robertson, Anderson, Adam, McMullan, Cummings e Mullen. Téc: James McPake.

Jason Cummings chegou e desandou a fazer gols no Dundee FC, atacante é uma das apostas para este retorno à Premiership (Foto: Dundee FC Oficial).

O Dundee talvez seja uma das histórias mais saborosas deste temporada. Após uma recuperação grande na reta final da Championship, a equipe alcançou a segunda colocação, venceu a repescagem e rebaixou o Kilmarnock. Apenas pela terceira vez, desde que este confronto acontece, um clube da segunda divisão elimina o da primeira. O trabalho de James McPake, a frente dos Dark Blues é muito bom. Com a melhora física de Charlie Adam, ex-Liverpool e a chegada de Cummings no ataque e as defesas do arqueiro Legdiniz, o Dundee retorna a Premiership envolto a outra expectativa, de seguir evoluindo e fazer uma temporada tranquila, sem sustos.

No último amistoso, antes da estreia na Copa da Liga, a partida contra o West Ham (2-2), deixou claro que o nível de jogo da equipe está alto e a credencia a sonhar com uma boa temporada. Soma-se a isso a manutenção do elenco e o desejo de alguns jovens vindo da base se firmarem no clube. A liderança de Adam e do zagueiro Liam Fontaine (ex-Fulham), no dia-a-dia, também fazem toda diferença. Assim manter o ritmo alto e sonhar em superar a campanha do maior rival United, buscando o top six, algo que desde a década de 90 não acontece com o clube.

Entre os reforços, a equipe trouxe alguns nomes jovens como o zagueiro Panter, 20 anos (Luton Town) e Sweeney 24 anos (Mansfield Town) o ponta McCowan (Ayr United), 23, e Paul McMullan, 25, meia direita (do rival Dundee United). E mais experientes, como o goleiro Ian Lawor do Doncaster, para fazer sombra a Legdiniz e Cilian Sheridan atacante rodado, com passagem pelo Celtic, St. Johnstone, Kilmarnock e que estava no futebol polonês. A campanha na Copa da Liga, onde obteve 100% de aproveitamento, demonstra a força dos Dens para uma temporada de afirmação.  

Fundação: 1909.
Cidade: Dundee.
Estádio: Tannadice Park (14.223 mil).
Principal destaque: Siegrist (goleiro).
Time Base (3-5-2): Siegrist, Smith, Mulgrew, Edwards, Harkes, Butcher, Fuchs, Freeman, Duffy, Pawlett (Shankland) e Clark. Téc: Tam Courts.

O United chega para esta temporada apostando na manutenção de boa parte do elenco (Foto: Dundee United Oficial).

Os árabes chegam com expectativa de aprimorar a equipe nesta temporada, após um ano de readaptação, onde terminou em sétimo na liga e chegou a semifinal da Copa da Escócia. A equipe agora comandada pelo jovem treinador Tam Courts (que viverá sua primeira experiência como técnico) busca seguir evoluindo e quem sabe brigar pelo top six, além de surpreender nas Copas. A grande motivação do time é encarar o rival Dundee novamente na Premiership.

A manutenção de boa parte do elenco é a grande notícia para os adeptos, especialmente dos meias Butcher, Pawlett e Iarkes, os zagueiros experientes Reynolds e Connoly, os bons atacantes Clark e Louis Appéré, além do goleiro suíço Siegrist. Soma-se a isso a chegada do zagueiro Mulgrew, 35 anos com lenha para queimar, e do goleiro Trevor Carson (ex-Motherwell) para ser substituto de Deniz Mehmet que foi ser titular no Dunfermline. A venda do centroavante Lawrence Shankland para o futebol belga rendeu cerca de 1 milhão de euros para o United. Equilibrar os gastos e investir na base é essa a meta dos tangerinas que tem no entrosamento do elenco a sua principal arma.

A julgar pelo começo de trabalho, quatro vitórias pela copa, ter quebrado a invencibilidade do Rangers de 41 jogos na liga e bom desempenho nos jogos, especialmente defensivo, algo que pode ajudar o time a encarar equipes tecnicamente superiores na Premiership, o Dundee United pode sonhar com mais uma temporada tranquila, longe do descenso, mesmo sem tanto investimento. E quem sabe surpreendendo novamente nas copas, elevar a auto estima do torcedor tangerina.

Fundação: 1874.
Cidade: Edinburgh.
Estádio: Tynecastle Park (20.099 mil).
Principal destaque: Craig Gordon (goleiro da seleção escocesa).
Time Base (4-3-3): Gordon, Smith, Halkett, Kingsley, Cochrane, Halliday, MacKay Steven, Ginnelly, Boyce e Gnanduillet. Téc: Robbie Neilson.

Treinador Robbie Neilson é a grande aposta da diretoria para retornar forte à primeira divisão escocesa (Foto: Heart of Midlothian FC Oficial).

O Heart retorna à Premiership, após o polêmico rebaixamento, com a temporada 2019-20 encerrada, antes do término de todas as partidas da liga. A campanha de ponta a ponta dos Jambos, garantiu mais um título de Championship para o clube, mas a meta é nunca mais precisar voltar à segunda divisão. Afinal em dez anos, foram duas visitas incomodas à Championship. O objetivo agora é se manter na elite e fortalecer o clube com uma estrutura capaz de permanecer entre os melhores do país. 

A continuidade de Robbie Neilson é um ponto chave, apesar de alguns contestados resultados, como a eliminação na Copa da Escócia para o Brora Rangers e na Copa da Liga para o Alloa e o desempenho abaixo em alguns jogos, a diretoria acredita no trabalho de Neilson que deixou uma excelente estrutura no Dundee United e mesmo com poucas contratações, crê em uma excelente campanha nesta temporada. Entre as novidades estão Josh Ginnelly meia-atacante (Preston North End), Alex Cochrane lateral-esquerdo (emprestado pelo Brigthon), o volante Beni Baningime congolês (Everton) e o goleiro Stewart (Livingston), subiram da base os meias Finlay Pollock (17 anos), Connor Smith (19) e o lateral direito Cammy Logan (19).

Entre as saídas estão o experiente Naismith aposentado e Berra zagueiro (Raith Rovers), os meias Irving (futebol turco), Lee (Gilliham-ING) e Wighton (Dunfermline). A proposta de jogo de Neilson é ofensiva, com controle de bola e fazendo dessa arma, uma forma de neutralizar os rivais. Ao menos na Copa da Liga, deu certo, tendo a equipe um excelente desempenho defensivo, sem levar gols e quase sempre mais posse de bola que o adversário. Contratações ainda podem chegar e a expectativa é brigar pela parte de cima da tabela.

Fundação: 1875.
Cidade: Edinburgh.
Estádio: Easter Road (20.250 mil).
Principal destaque: Kevin Nisbet (atacante da seleção).
Time base (4-4-2): Macey, McGinn, Porteous, Hanlon, Doig, Doyle Hayes, Gogic, Magennis, Campbell (Doidge), Boyle e Nisbet. Téc: Jack Ross.

Hibernian espera seguir crescendo para superar os novos desafios na temporada (Foto: Hibernian FC Oficial).

Os Hibs iniciam a temporada com grande expectativa, após um ano de muita evolução, classificação para a Conference League, com o terceiro lugar no escocês, e um futebol moderno, de encher os olhos de muita gente, Jack Ross terá a missão de seguir evoluindo o trabalho e quem sabe beliscar uma taça nas copas, além de campanhas boas na Europa e liga nacional. A Premiership este ano, tendo o retorno do Heart, trará mais esta pressão ao Hibernian, de ficar à frente do maior rival e vencê-lo em jogos diretos.

A manutenção do elenco, tem sido o foco do treinador, afinal sem grandes condições financeiras, a principal saída parece ser a base de equipe. Os destaques Nisbet, Boyle e Doig, despertam interesse de diversos clubes pelo Reino Unido, Irvine, meia australiano, já acertou com o St. Pauli – ALE, mas Ross confia no seu potencial de convencimento para manter uma estrutura de equipe capaz de fazer frente aos rivais. Entre as contratações estão: o escocês Jamie Murphy meia-atacante 31 anos (Rangers), Doyle Hayes, meia irlandês (que revelado pelo Aston Villa teve uma excelente temporada no St. Mirren), além dos atacantes Daniel Mac Kay (vindo do Inverness CT) e o norte americano Chris Mueller (Orlando City) que chega em janeiro, de graça. O experiente e instável Scott Allan, meia, está de volta e tem atuado como titular nos jogos iniciais.

Se conseguir manter alguns destaques, aliados a jovens de muita qualidade que estão subindo da base, com reforços pontuais, o Hibernian deve mais uma vez incomodar e quem sabe voltar a conquistar taças, fazer uma campanha digna na Europa e liga escocesa. A estreia na Europa contra o Santa Coloma, vitórias na largada do campeonato e amistosos pré-temporada, como contra o Arsenal, animam a torcida. A renovação de Jack Ross, até 2024, ainda mais, uma vez que o professor tem feito um excelente trabalho à frente dos Hibs.

Fundação: 1943
Cidade: Livingston
Estádio: Almondvale Stadium (9.520 mil)
Principal destaque: Alan Forrest
Time base (4-3-3): Stryjek; McMillan, Obileye, Fitzwater, Lewis; Pittman, Holt, Sibbald; Forrest, Penrice e Bruce Anderson.

Bruce Anderson chegou, assumiu a titularidade do ataque e a camisa 9 dos Lions (Foto @LiviFCOfficial)

Após duas temporadas seguidas terminando a Premiership na quinta colocação, o objetivo primordial é manter-se na primeira divisão e depois buscar o big six novamente. Permanecer mais um ano na elite seria importante para o Liv se consolidar dentro e fora de campo – o clube voltou a Liga na temporada 18/19. A temporada não será fácil, o clube se reforçou com nomes interessantes, mas também perdeu jogadores importantes, e o encaixe rápido do time comandado por David Martindale é fundamental para alcançar os objetivos.

O atacante Jay Emmanuel-Thomas, segundo artilheiro da equipe na temporada passada com nove gols, foi para o Aberdeen, o meia Scott Robinson reforçou o Kilmarnock, o zagueiro Jon Guthrie transferiu-se para o Northampton-ING e o lateral esquerdo Julien Serrano voltou para o Mônaco-FRA após o fim do seu empréstimo.

Para suprir as saídas o setor ofensivo foi reforçado com as chegadas do meia colombiano Cristian Montano (29), vindo do Port Vale-ING, o meia escocês Andrew Shinnie (32), ex Charlton Athletic, e do centroavante escocês Bruce Anderson (22), do Aberdeen.  Para o sistema defensivo foram contratados os zagueiros ingleses Tom Parkes (29), do Exeter City-ING, e Ayo Obileye (26), ex Queen of The South, além do lateral esquerdo ingês Adam Lewis (21), vindo do Liverpool-ING. Dois jovens vieram por empréstimo do futebol inglês: o goleiro galês Daniel Barden (20), do Norwich, e o meia inglês Odin Bailey (21), do Birmingham.

Fundação: 1886.
Cidade: Motherwell.
Estádio: Fir Park (14.000).
Principal destaque: Stephen O´Donnell (capitão e atleta da seleção).
Time base (3-5-2): Kelly, O´Connor, McGinley (Ojala), Lamie, O´Donnel, Maguire, Donnely, Carrol, Amaluzor, Woolery e Van Veen. Téc: Graham Alexander.

Renovado e buscando retomar a briga pela parte de cima da tabela, Motherwell começa temporada com dificuldades (Foto: Motherwell FC Oficial)

Após uma temporada de grande sucesso, 3°lugar em 2019-20, a sequência decepcionante em 20-21, que causou até a queda do treinador Steve Robinson, o Therwell tenta reconstruir uma equipe competitiva e que possa surpreender na temporada. Apostando em reforços baratos e jovens revelados na base, a equipe segue um modelo de gestão pautado no equilíbrio financeiro, ainda que isso pese nos resultados. Perdas como o zagueiro Gallacher e o meia Campbell serão muitos sentidas, mas a manutenção do lateral da seleção O´Donnel, do goleiro Kelly e do atacante Tony Watt são muito comemoradas em Fir Park.

As chegadas do centroavante Van Veen, experiente holandês promete suprir a carência deixada por Cole, os atacantes Connor Shields (Queen of The South), Kaiyne Woolery (Tranmere Rovers-ING) e Justin Amaluzor (Maidstone-ING) também prometem acirrar a luta por vaga na frente. Na zaga, Darragh O´Connor e Mich´el Parker (jovens com passagens pela base de grandes equipes inglesas) chegam para ampliar a disputa por posição. No meio sem Allan Campbell, o inglês Callum Slattery, 22 anos, revelado pelo Southampton, com passagens pelo futebol holândes e Gillighan é a novidade. A grande lupa cairá sobre o trabalho de Graham Alexander, conhecido nas divisões inferiores da Inglaterra, como alguém capaz de tirar mais do elenco, do que o mesmo possa oferecer. Graham terá essa missão, de recolocar o Motherwell entre as melhores equipes da Escócia, sem grande investimentos, afinal em tempos de pandemia e com objetivo de redução de dívida, a diretoria já deixou claro que manter o caixa em dia é o grande objetivo.

Resta saber se o encaixe desta equipe será capaz de levar o Motherwell a voos mais altos durante a temporada. Disputando as Copas da Liga e da Escócia e o campeonato nacional, a equipe tem como chance e meta se colocar novamente em competições europeias, como a nova Conference League. Nos primeiros jogos amistosos e da Copa da Liga, porém, o mal desempenho, especialmente defensivo preocupou e muito. Será preciso correr contra o tempo para que o time crie casca e constância.

Fundação: 1872
Cidade: Glasgow
Estádio: Ibrox (50.900 mil)
Principal destaque: Steven Gerrard
Time base (4-3-3): Allan McGregor; Tavernier, Goldson, Balogun, Barisic; Kamara, Davis, Aribo; Hagi, Kent e Morelos.

A permanência de Steven Gerrard com a base campeã é a grande credencial do clube na busca pelo bicampeonato (Foto @RangersFC)

O 55° titulo escocês chegou ao Ibrox e, depois de quase uma década de domínio do rival Celtic, o cenário mudou na Premiership: o favoritismo voltou a vestir azul. Para a missão de manutenção do título da Liga, a grande aposta dos Gers é a continuidade do trabalho desenvolvido por Steven Gerrard nos últimos anos e a permanência do elenco com nomes como Tavenier, Barisic, Davis, Hagi, Kent e Morelos, jogadores de diferentes posições e capazes de definir uma partida.

Nenhuma peça importante vendida e algumas contratações pontuais são as boas notícias até aqui para o inicio de temporada. Os meias ingleses John Lundstram (27) e Nnamdi Ofoborh (21), vindos de Sheffield United-ING e Bournemouth-ING respectivamente, e o atacante zambiano Fashion Sakala (24), que anotou 16 gols e 5 assistências atuando no KV Oostende-BEL, são os reforços para encorpar ainda mais o elenco.

Com Gerrard iniciando sua terceira temporada no comando da equipe, o Rangers tem seu modelo de jogo estabelecido com solidez defensiva, pressão no adversário quando esta sem a posse e verticalidade para atacar. Ainda que algum importante jogador seja vendido durante a temporada, o elenco atual tem capacidade de suprir e manter-se forte na disputa por mais um título escocês.

Fundação: 1929.
Cidade: Dingwall.
Estádio: Global Energy Stadium (6.541 mil).
Principal destaque: Alex Robertson meia (Manchester City).
Time Base: Laidlaw, Watson, Iacovitti, Donaldson, Spittal, Robertson, Callachan, Tillson, Vokins, White e Samuel. Téc: Malky MacKay.

Os Staggies iniciam a liga como terminaram a anterior. A meta é se segurar na Premiership e o que mais vier será lucro. A chegada de Malky MacKay, 49 anos, foi muito criticada por parte da torcida, afinal há de mais seis temporadas o treinador não exercia a função de campo, sendo um supervisor da seleção de base escocesa, mas a experiência adquirida no Watford, Cardiff e Wigan, além dos contatos com jovens atletas no Reino Unido, abafam o pessimismo.

As contratações surpreenderam, Ross Callachan, meia destaque no rebaixado Hamilton, o arqueiro australiano Ashley Rewer (22 anos) emprestado pelo Charlton, Jake Vokins lateral-esquerdo revelação do Southampton, o zagueiro Harry Clarke do Arsenal, meia Jack Burroughs Coventry City, lateral e meia Ben Paton ex-Blackburn e especialmente Alex Robertson meia, que pertence ao Manchester City. Além disso, soma-se o atacante Dominic Samuel do Gillinghan, o meia austríaco David Cacoala, 24 anos, que revelado pelo Áustria Viena, estava no Liberec da República Tcheca e as manutenções importantes como: o goleiro Laidlaw, Iacovitti zagueiro, Harry Paton meia, Jordan White e Oli Shaw atacantes.

O surto de Covid, que eliminou a equipe de dois jogos na Copa da Liga, deve atrapalhar o início de temporada dos Staggies, mas a expectativa é de equipe consiga evoluir e possa brigar contra o rebaixamento, afinal com o acesso de duas boas e tradicionais equipes: Heart e Dundee FC, a briga lá em baixo deve ser equilibrada e tensa. Segundo dados do Transfermarkt, o Ross tem o elenco mais barato (5,63 milhões de euros) e com média de idade mais jovem da competição (23,9 anos), um desafio e tanto para Malky MacKay.

Fundação: 1884.
Cidade: Perth.
Estádio: McDiarmid Park (10.696 mil).
Principal destaque: Callum Davidson treinador.
Time base (3-5-2): Clarck, Kerr, Gordon, McCart, Rooney, McCann, Liam Criag (Bryson), Booth, Wotherspoon, O’Halloran e Kane. Téc: Callum Davidson.

Saints começam a temporada ainda namorando as taças conquistadas em 2020-21 (Foto: St.Johnstone Oficial).

Os Saints fizeram uma temporada espetacular, a maior desde a fundação do clube em 1884, há mais de 137 anos. Por isso cobrar muito mais da comissão técnica e atletas será covardia. A participação na Liga Europa, recoloca o clube no cenário europeu após várias temporadas e justamente no ano em que se esperava mais dificuldades. Após a saída de Tommy Wright, sete ligas de sucesso, a chegada do jovem Callum Davidson, especialmente no início, com maus resultados, dúvidas foram levantadas, sob a forma de jogo e capacidade do treinador, porém com o tempo Callum conquistou duas taças e de forma inédita, colocou os Saints na prateleira de equipes capazes de vencer na mesma temporada, as Copas da Liga e Escócia.

Entre as novidades, o novo empréstimo do ponta Glenn Middleton pelo Rangers, o lateral (emprestado pelo Manchester United) Reece Davine 19 anos, a manutenção do zagueiro James Brown 20 anos (ex-Milwall) que acertou por 2 temporadas com os Saints e o empréstimo do zagueiro Hayden Muller (também do Milwall). No mais saídas que devem pesar no elenco, como o experiente atacante Congway, não teve acerto para renovação, Scott Tanser lateral para o St.Mirren, além de Guy Meladen que retorna ao futebol israelense. O herói Shaun Rooney, que tem propostas do futebol inglês, da terceira e segunda divisão, por enquanto fica em Perth, mas até o final de agosto, o ala pode se mudar para a Inglaterra. Ao menos a espinha dorsal, o goleiro Clarck, os zagueiros Kerr, Gordon e McCart, os meias Wotherspoon e Liam Craig, além dos atacantes Chris Kane e Steve May, seguem para a disputa em 2021-22.

A ideia da diretoria e comissão técnica é buscar reforços baratos, com possibilidade de revenda futura, dentre estes nomes estão o zagueiro ucraniano May Machuskvyi, 19 anos, que acertou por três anos com os Saints e o meia Cammy Ballantyne que pertence a base do clube e atuou na última Liga One, pelo Montrose, chamando a atenção em vários jogos. De resto é fé na sequência de trabalho e a certeza que uma temporada igual ou melhor a que passou será difícil, mas que a estrutura que o clube projeta, faz com que as glórias para futuro possam ser mais duradouras que apenas algumas campanhas esporádicas.

Fundação: 1877
Cidade: Paisley
Estádio: St Mirren Park (10.900 mil)
Principal destaque: Jamie McGrath
Time base (3-5-2): Alnwick; Fraser, Shaughnessy, Dunne; Henderson, Jaime McGrath, Alan Power, Tanser, Erhahon; Main e Brophy.

O atacante inglês Curtis Main é uma das apostas do clube para solucionar o problema ofensivo da equipe (Foto @saintmirrenfc)

Os resultados da temporada passada foram bons: sétimo colocado na Premiership e semifinalista nas duas Copas disputadas nos país – mesmo sendo o elenco com o segundo menor valor de mercado da Liga. Mesmo com uma campanha encarada com muita animação, a diretoria não cruzou os braços e trouxe reforços para o elogiado técnico irlandês Jim Goodwin.

Se a defesa, quinta melhor da Premiership 20/21 com 38 gols sofridos em 33 jogos, alavancou o time aos resultados positivos, o ataque deixou a desejar com apenas 30 gols marcados e a terceira pior marca do campeonato. As contratações foram feitas para preencher essa lacuna e dar um passo a mais no desempenho do clube: alcançar o top six e manter as boas campanhas nas Copas.

Aproveitando a queda do Kilmarnock para a Championship, três reforços chegaram de lá: o meia Alan Power (33), o ponta esquerda Greg Kiltie (24) e o centroavante Eamonn Brophy (25). Outro centroavante contratado é Curtis Main (29) do Shrewsbury Town-ING. A lateral esquerda também recebeu duas interessantes opções: Charles Dunne (28), ex Motherwell, e Scott Tanser (26), ex St. Johnstone. Ainda com orçamento limitado, mas agora com um elenco de maior profundidade, a temporada dos Saints traz boas perspectivas.


O futebol brasileiro teve um pedaço de Escócia. Nesse post, conheça a história do paulista Scottish Wanderers

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Revista Série Z

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading