Três nações debutantes: as inéditas medalhas de Tóquio 2020 | #SérieZOlímpica

Foram duas semanas do maior momento esportivo a cada quatro anos – mesmo que nesse caso tenham sido cinco. Em meio a pandemia, sem público e com vários protocolos, Tóquio 2020 foi histórica por vários motivos, incluindo nações que conquistaram a primeira medalha olímpica na história. A Série Z (Olímpica) traz os países que tiveram uma glória para chamar de sua: Turcomenistão, San Marino e Burkina Faso.

No dia 27 de julho, o Turcomenistão saiu da lista das 72 nações sem medalhas na versão “verão” das Olimpíadas. Polina Guryeva garantiu a medalha de prata no Levantamento de Peso na categoria -59kg, quando levantou 96kg no arranque e 121kg no arremesso. Polina tem 21 anos, nasceu em Ashgabat, e desde 2011 está no esporte, sendo que iniciou a carreira na Ginástica Artística.

Essa é a primeira vez que o Turcomenistão ganha uma medalha como nação, mas é a terceira vez que um turcomeno ganha uma medalha. Em 1960, Marat Nyýazow ficou com prata no Tiro Esportivo representando a União Soviética. Em Londres 2012, Daniyar Ismayilov disputou as Olimpíadas pelo Turcomenistão, mas quatro anos depois mudou para Turquia e foi prata no Levantamento de Peso.

Nos dias 29 e 31 de julho e 5 de agosto, San Marino fez história. Não bastasse a primeira medalha olímpica, a pequena nação europeia garantiu mais duas. A atiradora Alessandra Perilli, da Fossa Olímpica, conquistou duas medalhas. Nove anos antes, ela perdeu o pódio pelos critérios de desempate. Com uma carreira cheia de medalhas em campeonatos e copas mundiais. A primeira foi de bronze no individual. Dois dias depois, ao lado de Gian Marco Berti, a dupla garantiu a medalha de prata nas duplas mistas. Um erro de Gian tirou a possibilidade do ouro inédito, pois a derrota foi por um ponto.

Alessandra Perilli e Gian Marco Berti comemoram a medalha de prata

A última medalha veio na Luta Livre, com Myles Amine, 24 anos, que nasceu nos Estados Unidos, mas garantiu a nacionalidade sanmarinense, pois seu avô materno era da nação. A campanha de Myles começou com frustração na categoria 86kg, pois perdeu a estreia para o, também, estadunidense David Talyor. Ele precisava que o adversário chegasse na final para voltar na repescagem – o que aconteceu, sendo que foi ouro. Depois disso, venceu duas lutas, incluindo o triunfo para cima de Deepak Punia, da Índia, que foi semifinalista do torneio, e garantiu o bronze.

Aos 28 anos, o último atleta a colocar uma nação inédita no quadro de medalhas histórico foi Hugues Fabrice Zango, que era bem cotado para fazer história para Burkina Faso no salto triplo. Nas últimas seis temporadas, ele foi bronze no Campeonato Mundial de 2019, ouro e prata em Campeonatos Africanos e conquistou duas pratas em Universíades.

A qualificação foi emocionante, pois foi o 12º de 12 atletas a passarem para a decisão. Na final, ele acertou seis dos sete saltos, com o mais distante sendo de 17.47 metros, 0.03 a menos que o quarto colocado, Will Claye (Estados Unidos), para ficar com o bronze. Hugues é o atual recordista africano da prova, então chegava com status de surpresa, que se confirmou na caixa de areia.

Desse modo, agora, 69 nações não conquistaram medalhas nas Olimpíadas de Verão. Paris 2024 será mais uma chance para vermos a história ser escrita.

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