Guia Série Z Olímpica – Tóquio 2020

Para quem nos acompanha sabe que a síntese do nosso trabalho é que o futebol é muito maior do que o universo que a grande mídia comporta. Quando chegamos em um evento da magnitude das Olimpíadas, o mesmo ocorre. A competição poliesportiva é bem mais que os grandes nomes e a Revista Série Z não pode ficar fora, mesmo com uma pequena contribuição com quatro tópicos sobre o lado B dos Jogos Olímpicos.

Durante as semanas de disputas em Tóquio 2020, a Série Z se tornará olímpica, com a cobertura via Twitter pelo perfil @SerieZOlimpica e postagens diárias em nossas outras redes sociais sobre fatos alternativos da competição. Aqui, você tem um primeiro passo para o que abordamos, como os países sem medalha, as equipes que debutam nos esportes coletivos, as alternatividades do futebol – a nossa especialidade – e as novas disputas olímpicas.

A busca pela primeira medalha

Depois de Kosovo, Jordânia Fiji fazerem história em 2016, conquistando a primeira medalha das nações – com a curiosidade de todas terem sido de ouro – será a vez de 71 delegações buscarem a glória inédita em Tóquio. O número seria 72, mas a Guiné acabou desistindo da disputa devido a COVID-19 e o número caiu. Duas das delegações contam com representantes em esportes coletivos, como Angola no handebol feminino e Honduras no futebol masculino, que fazem os dois países como maior delegação “sem medalhas”, com 20 e 26 atletas, respectivamente.

A lista completa é formada por Albânia, Andorra, Angola, Antígua e Barbuda, Aruba, Bangladesh, Belize, Benin, Bolivia, Bósnia-Herzegovina, Brunei, Burkina Faso, Butão, Cabo Verde, Camboja, Chade, Comores, Congo, Dominica, El Salvador, Eswatini, Gâmbia, Guam, Guiné-Equatorial, Guiné-Bissau, Honduras, Iêmen, Ilhas Cayman, Ilhas Cook, Ilhas Marshall, Ilhas Salomão, Ilhas Virgens Britânicas, Kiribati, Laos, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagascar, Malawi, Liechtenstein (a única do grupo sem medalhas na versão de Verão, mas com medalhas na edição de Inverno), Maldivas, Mali, Malta, Mauritânia, Mianmar, Micronésia, Mônaco, Nauru, Nepal, Nicarágua, Omã, Palau, Palestina, Papua Nova Guiné, República Centro-Africana, RD Congo, Ruanda, Samoa Americana, San Marino, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Tomé e Príncipe, São Vicente e Granadinas, Serra Leoa, Seychelles, Somália, Sudão do Sul, Timor Leste, Turcomenistão, Tuvalu e Vanuatu.

Os últimos resultados de Ruman Shana, no Tiro Esportivo, dão esperança para Bangladesh conseguir a primeira medalha olímpica

Os debutantes dos esportes coletivos

Tirando o vôlei e o basquete 3×3 (que estreia no programa olímpico), todos os outros esportes coletivos contam com algum estreante no torneio olímpico, totalizando 19 debutantes, algo que gostamos muito. Quem lidera esse ranking é o Rugby Seven, com as estreias de Canadá, Coreia do Sul e Irlanda no masculino e Rússia e China no feminino. Na sequência, o Basquete tem quatro estreias: Bélgica e Porto Rico no feminino e Tchéquia e Eslovênia no masculino, sendo que o último terá a presença de Luka Doncic, craque da NBA e vital na disputa do Pré-Olímpico.

As outras estreias serão de Israel (beisebol), México (beisebol), Irlanda (hóquei na grama masculino), Bahrein (handebol masculino), Portugal (handebol masculino), México (softbol) e Japão (polo aquático feminino). O futebol, também, terá estreias, mas abordamos isso no próximo tópico.

O que há de alternativo no futebol?

Nas Olimpíadas, o Futebol masculino fica bem abaixo da rotina normal, pois é o único esporte que tem limitações de idade e liberação. No torneio masculino, todas as seleções já disputaram uma edição dos Jogos, mas o que chama atenção são alguns retornos, como a Romênia, a principal novidade, que não aparecia na disputa desde 1964.

Outras voltas destacáveis são da Arábia Saudita (1996), Coreia do Sul (2008) e a Nova Zelândia (2016), mas nesse caso, por Fiji ter sido a representante da Oceania na última edição, após a seleção ter escalado um jogador de maneira irregular nas semifinais dos Jogos do Pacífico. A Honduras que citamos, anteriormente, é quem chama muita atenção, pois está na quarta participação seguida, sendo a quinta na história, ficando fora apenas de 2004.

Se o Futebol masculino não tem as Olimpíadas como um dos principais focos, a medalha de ouro significa muito para as mulheres, que terão três estreantes entre as 12 nações, com as presenças de Chile, da craque Christiane Endler, talvez a melhor goleira da atualidade; Holanda, as atuais vice-campeãs do mundo, e a Zâmbia, que estreia nas Olimpíadas antes mesmo de disputar uma Copa.

Os “críticos de época” do futebol feminino precisam conhecer Endler…

Outro ponto relevante do futebol feminino é a presença da Grã-Bretanha, que pela primeira vez garantiu vaga por uma classificação, após acordo entre as quatro federações de futebol usarem a posição da Inglaterra no último Mundial. Do elenco de 22 atletas, apenas três não são inglesas: as meias Kim Little (Escócia), Caroline Weir (Escócia) e Sophie Ingle (Gales).

Os novos esportes (e eventos)

Tóquio 2020 contará com seis novos esportes e 15 novos eventos dentro de esportes do programa antigo. As principais novidades são surfe (duas medalhas), escalada esportiva (duas medalhas), skate (quatro medalhas) e karatê (oito medalhas), que estarão pela primeira vez nas Olimpíadas. Beisebol e softbol são considerados novos, mas são retornos das modalidades, muito pela força japonesa.

Entre os eventos novos, o que chama atenção é o Basquete 3×3, que é considerado como parte do “guarda-chuva” do Basquete. Além disso, as novidades ficam por conta com Ciclismo BMX estilo livre, pela primeira vez inserido; o Ciclismo Madison, corrida por pontos entre duplas, que retorna ao quadro após hiato de duas edições, e determinas disputas com duplas mistas em variados esportes.

A Mongólia é uma das participantes do Basquete 3×3

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