Guia Alternativo da Eurocopa 2020

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A Eurocopa 2020, que é disputada em 2021, será a maior em dois aspectos: número de países-sede e a maior em número de jogadores, com 624 convocados. A pandemia fez com que a UEFA aumentasse o número de atletas chamados, devido ao número de jogos que fizeram pelos clubes desde a retomada do futebol.

Aqui, o nosso foco será no Lado Z da competição, com foco principal nos dois debutantes da disputa: Finlândia e Macedônia do Norte. As duas seleções apresentam muitas alternatividades, como o ineditismo das ligas locais na lista histórica da Euro. São seleções com média de idade alta que podem ter a única chance em anos de disputar a competição.

A nossa viagem ainda passa pela Escócia, que é a seleção que retorna há mais tempo entre as 22 equipes a mais; os jogadores que atuam fora do Velho Continente; os times que pela primeira vez tem convocados e a liga que surpreende com o número de jogadores convocados.

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Finlândia: a última chance de uma geração?

Jari Litmanen, Sami Hyypia, Teemu Tainio, Mikael Forsell, Petri Pasanen, Jussi Jaaskelainen e a família Eremenko não tiveram e/ou não conseguiram levar a Finlândia para nenhuma competição sazonal. Até a classificação para a Euro 2020, a Suomen Palloliitto era a maior seleção sem ter disputado a Copa do Mundo ou competição continental.

Nas Eliminatórias, a seleção não era cotada como favorita, mas a campanha na terceira divisão da Liga dos Nações dava esperança, mesmo que fosse pela repescagem. O diferencial do time é um treinador há 17 anos na seleção, seja como comandante da sub-21 ou auxiliar/treinador do time principal, Markku Kanerva. Ele tem um time muito experiente, onde a média passa de 28 anos, com apenas cinco dos 26 jogadores com 23 anos ou menos, sendo que os destaques são os veteranos, como o volante Tim Sparv (34) e o atacante Teemu Pukki (31) até os poucos jovens como o meia Fredrik Jensen (23) e o atacante Fredrik Jensen (22).

O zagueiro Daniel O’Shaughnessy é o único convocado que atua na liga finlandesa, onde defende o HJK Helsinki, maior clube do país. Inclusive, é a primeira vez que o campeonato local tem um jogador convocado para a Eurocopa.

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Macedônia do Norte: o maior título de Pandev

Assim como a Geórgia, seleção que eliminou na repescagem da Euro, a Macedônia do Norte é uma seleção nova, criada nos anos 1990, quando o país se tornou independente. Desde o qualificatório para o torneio europeu de 1996 que existe uma seleção reconhecida. mas apenas nesse momento que o maior feito chegou.

Os macedônios estão no fim da chamada “geração de ouro”, mas com boas perspectivas para o ciclo até 2026, pois 11 jogadores do elenco estiveram no Europeu Sub-21 de 2017, ou seja, estão na faixa dos 25 anos. A classificação para a Euro 2020 poderia dificultar o sonho da Copa do Mundo, mas devido a pandemia e a mudança de data da competição, os jogadores podem alongar esse período para chegarem no Catar em um grupo acessível para chegar na repescagem.

O maior nome, com certeza, é Goran Pandev, que não é mais aquele jogador de qualidade e raça, que o fez campeão da Liga dos Campeões da Europa em 2010 pela Internazionale, mas se colocou como maior nome da história do futebol local – mesmo que alguns ainda possam comparar com Darko Pancev.

Em uma segunda prateleira de idades, alguns jogadores são bem interessantes, como os meias Enes Bardhi (25, Levante) e Ezgjan Alioski (29, Leeds United). O mais promissor, sem dúvidas, é Elif Elmas, 21 anos, que atua no Napoli.

O Vardar Skopje, maior clube do país, não teve nenhum jogador chamado para a disputa. Rabotnicki, com o goleiro Risto Jankov; o Shkendija, com o defensor Egzon Bejtulai, e o Akademija Pandev, com o atacante Marjan Radeski, representam a liga local, que pela primeira vez aparece com jogadores chamados. O último clube, inclusive, sim, pertence a Pandev, que faz história duas vezes, sendo o primeiro jogador-dono de clube a participar da Euro ao lado de um convocado de seu time.

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Escócia: o retorno mais espaçado

Se tratando de rotatividade, a Euro 2020 não traz muitas novidades. São 19 seleções que estiveram em 2016, duas em 2012, duas debutantes e uma que não entrava na fase “final” desde 1996, no caso, a Escócia. Chegar na Euro 2020 já é a grande conquista da seleção, que deve brigar pela terceira posição no grupo.

Mesmo assim, quatro nomes merecem atenção no elenco, pois jogam em quatro gigantes ingleses e são bem utilizados: os laterais Robertson (Liverpool) e Tierney (Arsenal) e os meias McTominay (Manchester United) e Gilmour (Chelsea). Toda base da seleção é formada por atletas que atuam na Escócia e Inglaterra. O inusitado fica para o zagueiro Jack Hendry, que se tornará o primeiro jogador convocado para a Escócia em uma Euro (esteve em 1992 e 1996), a atuar fora do Reino Unido, pois defendeu o Oostende, da Bélgica, na última temporada.

Outro lado alternativo da seleção escocesa é a presença de um jogador que disputou a segunda divisão local. O experiente goleiro Craig Gordon, com cinco anos de Sunderland e seis títulos escoceses consecutivos com o Celtic, foi campeão do escalão de acesso com o tradicional Hearts, mas não ficou fora da convocação.

Romênia e Azerbaijão: as primeiras sedes sem seleção

Nessa edição, como divulgado antes mesmo de pandemia, a Euro não tem um país-sede de fato. Onze países irão receber jogos, sendo que duas sedes não verão suas seleções em campo: Romênia e Azerbaijão. Obviamente, nenhuma seleção se garantiu na fase principal por ser sede. Das duas, a Romênia é a única com história na disputa, com cinco aparições, incluindo a última em 2020. Nas Eliminatórias, os Tricolores ficaram longe da vaga direta, mas puderam participar da repescagem via Liga das Nações, mas foram eliminados logo na primeira partida para a Islândia.

O Azerbaijão, que bons desempenhos por clubes nas competições europeias recentes, foi lanterna do Grupo E, com apenas um empate (contra a Croácia) em oito partidas.

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Os convocados das segundas divisões nacionais

Tirando a Championship, segundo nível inglês, ter jogadores na Euro que atuam em segundas divisões nacionais são pontos fora da curva. Nessa temporada, Espanha, Alemanha, Itália e França são alguns casos, mas que não se compara com o último campeonato.

Da Espanha, um caso bem pitoresco, pois enquanto se prepara para a disputa da Euro, o time dele disputa o playoff do acesso. Esse é o goleiro Stole Dimitrievski, da Macedônia, que é titular do Rayo Vallecano, que disputa o retorno para La Liga contra o Girona.

Os outros casos são do atacante turco Kenan Karaman (Fortuna Dusseldorf-ALE), o volante macedônio Boban Nikolov (Lecce-ITA), o lateral turco Umut Meras (Le Havre-FRA) e o atacante macedônio Vlatko Stojanovski (Chambly-FRA).

Nada se compara ao caso do experiente zagueiro Andreas Granqvist, que fez grande Copa do Mundo 2018 com a Suécia. Logo depois da campanha, ele acertou com o Helsingborgs, tradicional clube local, onde ele foi formado. Há três anos no clube, em 2020, amargou o segundo rebaixamento e foi convocado para a Euro atuando no nono colocado da segunda divisão sueca.

Granqvist com a camisa do Helsingborgs

Os convocados de terceira divisão nacional

Dois jogadores da Euro 2020 disputaram a League One, a terceira divisão inglesa. O primeiro caso é de Matt Smith, volante do País de Gales, que pertence ao Manchester City e atuou no Doncaster Rovers, 14° colocado no campeonato. O segundo jogador teve uma temporada sofrível, pois caiu para a quarta divisão: é o goleiro finlandês Anssi Jaakkola, que é jogador do Bristol Rovers, lanterna na League One 2020/21.

O recorde da Liga Cipriota

Apenas duas vezes que o Chipre teve seu campeonato representado na Eurocopa. A primeira vez foi em 2012, quando o Anorthosis Famagusta teve o atacante tcheco Jan Rezek na lista de convocados.

Para essa edição, o número cresceu para oito jogadores de quatro equipes diferentes. O Omonia é o líder com três selecionáveis: os zagueiros Adam Lang (Hungria) e Tomás Hubocan (Eslováquia) e o atacante Michal Duris (Eslováquia). Na sequência, o Pafos e o AEK Larnaca aparecem com dois chamados. O primeiro tem dois finlandeses, o zagueiro Paulus Arajuuri e o meia-atacante Onni Valakari. O AEK é outro com uma dupla de debutantes, no caso, os macedônios Stefan Spirovski, meia, e Ivan Trickovski, atacante. A lista é completada por outro jogador da Macedônia, o goleiro Damjan Siskovski, que defende o DOXA.

Hubocan, um dos jogadores do Omonia

Os forasteiros

Onze jogadores selecionados para o continental atuam fora da Europa. São seis nos Estados Unidos, três na China, um no Canadá (ou seja, sete são da MLS) e um do Japão.

O Minnesota United, da MLS, pela primeira vez tem convocados para uma Eurocopa e logo com três chamados: os finlandeses Jukka Raitala e Robin Lod e o eslovaco Ján Gregus. Completam a lista da competição estadunidense: o meia polonês Przemyslaw Frankowski (Chicago Fire), o meia húngaro Daniel Gazdag (Philadelphia Union), o atacante húngaro Szabolcs Schon (FC Dallas) e o meia finlandês Lassi Lappalainen (CF Montréal).

Da China, dois suecos foram chamados: o zagueiro Marcus Danielsson (Dalian Pro) e o volante Gustav Svensson (Guangzhou City). O mais famoso é Marko Arnautovic, que defende a Áustria e o Shanghai Port (antigo SIPG). O único a atuar no Japão, que foi convocado, é o zagueiro belga Thomas Vermaelen, que defendeu Arsenal e Barcelona, e hoje atua ao lado de Andrés Iniesta no Vissel Kobe.

Curiosidades de um parágrafo

  • Manchester City (15), Chelsea (15), Bayern Munique (14) e Juventus (12) são as equipes com mais chamados para uma edição de Euro, sendo que o recorde era 11;
  • Pela segunda vez, o Dinamo Kiev tem 11 jogadores chamados, repetindo o número de 1988, quando ainda fazia parte da União Soviética;
  • Vários clubes estão batendo recorde de convocados nessa edição: Borussia Monchengladbach (10), RB Leipzig (9), Leeds United (6), Slavia Praga (6), MOL Fehérvár (5), Brighton & Hove Albion (4), Augsburg (4) e Cardiff City (4).
  • Alguns clubes terão jogadores após um longo período sem aparecer nas listas de convocações: Luton Town-ING (1996), Nice-FRA (1976), Esbjerg-DIN (1984), NK Osijek-CRO (1996), Hellas Verona-ITA (2000), Brann-NOR (2000), Queens Park Rangers-ING (1992), Hibernian-ESC (1996), Hearts-ESC (1992), Charleroi-BEL (1976), Sarajevo-BOS (1984), HNK Rijeka-CRO (1984), Ujpest-HUN (1972) e Spartak Trnava-ESQ (1980).
  • São 44 clubes que pela primeira vez têm chamados para a Euro: Atalanta (8 jogadores), Brentford-ITA (4), Omonia-CHP (3), Minnesota United-EUA (3), Motherwell-ESC (2), Sheffield United-ING (2), Union Berlin-ALE (2), Pafos-CHP (2), Bristol City-ING (2), AEK Larnaca-CHP (2), Zwolle-HOL (1), Bristol Rovers-ING (1), Warta Poznan-POL (1), Istra Pula-CRO (1), Chicago Fire-EUA (1), RKS Raków-POL (1), Barnsley-ING (1), Pogon Szczecin-POL (1), BK Hacken-SUE (1), Piast Gliwice-POL (1), FK Sochi-RUS (1), Antalyaspor-TUR (1), Guangzhou City-CHN (1), Le Havre-FRA (1), Shkendija-MAC (1), Rabotnicki-MAC (1), Akademija Pandev-MAC (1), Shanghai Port-CHN (1), Dnipro-1 (1), Levante-ESP (1), DOXA-CHP (1), Huesca-ESP (1), Paksi-HUN (1), Granada-ESP (1), DAC 1904-ESQ (1), Philadelphia Union-EUA (1), Mezokovesdi-HUN (1), Kayserispor-TUR (1), Chambly-FRA (1),Kortrijk-BEL (1), FC Dallas-EUA (1), Ruzomberok-ESQ (1), Vissel Kobe-JAP (1) e Dalian Pro-CHN (1)

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