Dia 3 de julho de 1974, aos 61 minutos da partida contra a Holanda, última rodada da segunda fase da Copa do Mundo, Paulo César Caju sai de campo em sua última partida em um Mundial, após disputar a competição por duas vezes, com um título no currículo. Jogador do Flamengo na época, ele deixaria o Brasil para ir a França, onde defenderia o Olympique Marseille, ao lado de Jairzinho.
Na Ligue 1 daquela temporada, o Marseille ficou com o vice-campeonato francês longe da disputa do título com o Saint-Etienne. Paulo César fechou a temporada com 31 jogos e 16 gols, artilheiro da equipe.
Depois dessa passagem, a França virou passado. Ele retornou ao Rio de Janeiro para defender Fluminense e Botafogo e em 1979 chegou ao Grêmio para a primeira passagem. Ficou uma temporada e depois passou por Vasco, Corinthians e California Surf, dos Estados Unidos. A carreira estava “nômade” e eis que uma proposta totalmente alternativa aparece em 1982: o Aix, da terceira divisão francesa.

Fundado em 1947, o clube francês tem apenas uma participação na primeira divisão, quando foi 20º colocado e lanterna em 1967/68. Até a chegada de Caju, o clube era tradicionalmente visto na segunda divisão, mas em 1982, o clube se encontrava na Division 3 Sud, sendo que vinha de um acesso do quarto nível.
A passagem de Caju foi controversa segundo poucos relatos que se têm. Segundo nota publicada pela Revista Placar, na editoria Mundial, em 6 de outubro de 1982, a impressão inicial se desvaneceu e deu lugar a uma cruel realidade. “Barrigudo, mais interessado em curtir os prazeres da linda Aix-en-Provance, Paulo César Caju não tem rendido o que esperavam dele. ‘Paulo mostra muitos períodos neutros durante a partida’, avaliou o técnico da equipe, oitava classificada na chave sul da 3ª Divisão.” Não se tem relatos de quando ele deixou a equipe que ao final da temporada terminou duas posições abaixo do que citamos anteriormente. Mesmo com essa escolha, ele foi escolhido pelo Grêmio para ser um dos reforços da equipe visando o Mundial de Clubes de 1983. Foi campeão e encerrou a carreira.

Não há registros fotográficos da passagem escondida e alternativa pela equipe da cidade do sul francês, que atualmente tem 143 mil habitantes. O Aix passou por mudanças. Quando Caju jogou lá, tinha um escudo simples, azul e branco, e se chamava Association Sportive Aixoise. Atualmente, chama-se Pays d’Aix Football Club, com as cores vermelha, amarela (duas cores da bandeira do município) e preta. Os anos dourados passaram, também, com a equipe atualmente na décima divisão francesa, mais exatamente no campeonato Departamental 3 da Provence (Bouches-du-Rhône).

A ligação com a França rendeu a Caju, a condecoração com a medalha de cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra da França em 2016, mesmo título dado a Raí, três anos antes. Muito pelo que fez no Marseille, mas com uma participação minúscula do Aix.

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