Diego Armando Maradona, que nos deixou, está longe de ser um atleta de times de pequena expressão. Com passagens por Barcelona, Boca Júniors, Newell’s Old Boys, Argentinos Juniors, Sevilla e Napoli, o feito mais alternativo foi levar o Napoli ao título da Copa da UEFA, em 1989. Até então, esse continua sendo o título mais expressivo da equipe napolitana.
Se, como jogador, o ídolo argentino não tem muito o que contar aqui na Série Z, como treinador, é um prato cheio! Maradona exerceu a função de treinador em sete oportunidades, sendo em três clubes da Argentina, dois dos Emirados Árabes Unidos e um do México, além da Seleção Argentina. Dentre todos esses clubes, somente o Racing, de Avellaneda, não pode ser considerado um clube alternativo.
Do caos, o começo
Na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, Maradona foi selecionado para o exame antidoping após a partida contra a Nigéria, pela fase de grupos da competição. O resultado do exame apontou positivo para cinco substâncias da família efedrina, que segundo o atleta seria proveniente de um remédio que havia tomado.
Suspenso pela FIFA por 15 meses, Maradona assumiu o Deportivo Textil Mandyú, de Corrientes. A campanha como técnico seguiu a má fase que Diego vivia, e nem a contratação do goleiro Goycochea para o elenco ajudou o treinador. 19º colocado no Apertura e 18º no Clausura, o Mandyú fez sua pior campanha da história na elite do futebol argentino. No ano seguinte teve passagem de três meses pelo Racing.

A segunda tentativa
Somente em 2008 Maradona voltou ao posto de treinador, comandando a seleção argentina. Em 20011, treinou o primeiro time extrangeiro de sua trajetória, o Al-Wasl, dos Emirados Árabes Unidos. Em um ano e dois meses, ficou em oitavo colocado entre 12 times na liga nacional, e deixou escapar nos pênaltis o título da Liga dos Campeões do Golfo, após ter vencido o primeiro jogo por 3 a 1 fora de casa.

Depois de quatro anos fora, voltou aos Emirados Árabes, dessa vez no Fujairah SC, da segunda divisão, onde passou um ano. Sem conseguir o acesso à elite, o clube demitiu Maradona ao final da temporada.

Honra presidencial
Três meses depois da demissão nos EAU, El Pibe de Oro foi anunciado no Dynamo Brest, da Bielorrússia, como presidente. A notícia mais do que inusitada foi recebida de forma bombástica, com direito a recepção em carro aberto. O Brest ganhou de virada a final da Copa nacional, contra o BATE.
Mas, com apenas três meses de trabalho, Maradona recebeu uma proposta do Dorados de Sinaloa, do México, para voltar a trabalhar à beira do campo. Interessado a voltar a ser treinador, saiu do time Bielorruso consagrado como Presidente de Honra do clube.

O sucesso (ou quase)
Maradona nunca tinha alcançado bons resultados como treinador, e chegou com certa desconfiança no clube mexicano. Mas, o primeiro trabalho recebido com bons ares foi na equipe de Sinaloa. O Dorados se encontrava na penúltima colocação da segundona mexicana quando ‘Dios’ chegou ao clube e disparou no campeonato, chegando a final duas vezes. Nas duas oportunidades o acesso não veio, mas Diego logo se tornou ídolo do clube.

Final glorioso

Em setembro de 2019, Maradona voltou à Argentina, dessa vez para o Gimnasia La Plata. Dentro de campo, Maradona manteve o Gimnasia na elite do futebol da Argentina, ficando em 19º entre 24 times. Foi através do time platense que Maradona teve a oportunidade de reencontrar o Boca, seu time de coração em que foi ídolo, dentro de La Bombonera. O jogo foi válido pela última rodada da Superliga Argentina, em que o Boca disputava o título com o River. Carlos Tevez fez o gol da vitória de 1 a 0, que deu o título para a equipe Xeneize.
Antes da partida, Maradona recebeu homenagens do Boca, com placas e camisetas especiais. A torcida deu show, com inúmeras faixas e bandeiras, cantando e homenageando ‘Dios’ durante os quase 10 minutos em que ele esteve no gramado. Pouco antes do apito inicial, Carlitos recebeu um beijo de Diego, que para os mais românticos, foi a benção que o atual 10 recebeu do eterno 10 para fazer o gol do título.
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