Anuário Placar 2003-2004: 34 escudos que não aparecem nas duas edições

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Não é a primeira vez que o Anuário Placar aparece aqui. O mais antenado deve se lembrar do nosso especial em três partes com 27 clubes que aparecem na edição 2004 que estão inativos (Parte 1, Parte 2 e Parte 3). De lá para cá, nós conseguimos a versão número 1, a edição de 2003, que retrata o futebol mundial em 2002 e resolvemos mudar o foco: quais clubes ativos atualmente que não aparecem (ou não tem escudo) nas duas edições?

Nosso primeiro critério foi escolher apenas as competições estaduais e torneios nacionais estrangeiros, pois as competições continentais não dependem de um sistema de promoção e rebaixamento. Depois disso, baseado no futebol daqui, demos preferência aos clubes das três primeiras divisões nacionais e encontramos nove casos de clubes que estavam fora da primeira divisão estadual. Vale um adendo, pois (Red Bull) Bragantino e Brasil de Pelotas não estavam na elite regional, mas os escudos aparecem pelas participações na Série C.

Depois desse critério, analisamos clubes que têm certa recorrência nas primeiras divisões estaduais desde 2004 para citar onde estavam há quase duas décadas. Isso, também, vale para os sete clubes estrangeiros que compõem nossa lista. Dessa forma, escolhemos 34 clubes que não têm escudo nos Anuários Placar 2003 e 2004.

Oeste

Maior campeão paulista em divisões diferentes, o Oeste, em 2003, conquistou o título do Paulista Série A2, onde até é citado no Anuário Placar 2004 pelo acesso inédito. No ano anterior, a equipe que ainda era de Itápolis, tinha conquistado a taça e o acesso na Série A3. Tempos de glória do clube dos Amaros que contrastam com os últimos, incluindo a saída para Barueri deixando os torcedores do Centro-Norte paulista órfãos de um clube.

Texto introdutório do Campeonato Paulista que traz a informação do título e acesso do Oeste, ainda em Itápolis

Operário

Campeão brasileiro da Série D e C consecutivamente nos anos de 2017 e 2018, o Fantasma estava licenciado nos anos de 2002 e 2003, e isso vinha desde 1995. Nesse período, o Ponta Grossa Esporte Clube surgiu e “substituiu” o clube da Vila Oficinas, aparecendo no Anuário Placar, como pode se ver na imagem abaixo. O Fantasma voltou ao futebol em 2004 para retomar a história e chegar até 2015, quando deslanchou a ganhar títulos no estado e no Brasil.

O clube, também, participou da primeira divisão em 2003, mas por um erro da Placar, o escudo não aparece

Brusque

Desde 1988 na ativa, o Quadricolor teve apenas uma temporada licenciado, que foi em 2003, ano relatado no segundo anuário. Em 2002, dez anos depois de conquistar o único título catarinense, o time fez campanha mediana na segunda divisão estadual.

São Bento

Em 2002, o São Bento começava a retomar os trilhos. Estava longe da elite desde 1991 e com oito temporadas consecutivas na Série A-3. Nos dois anos que o Anuário Placar relatou, o clube de Sorocaba estava na segunda divisão paulista, mas falhou nas duas tentativas de subida que veio apenas em 2005.

Uniformes do São Bento em 2003, segundo publicação da Old Football Shirts

Boa Esporte

Agora, Boa Esporte e com sede em Varginha, o clube mineiro em 2002 e 2003 ainda era Ituiutaba. O clube aparece no Anuário Placar 2004, mas apenas nominalmente, pois disputa a Série C 2003. No Campeonato Estadual estava na segunda divisão. Em 2002, precisava vencer o Guarani de Divinópolis na última rodada para subir, mas perdeu e contou ainda com a vitória do Social para sair da liderança para a terceira colocação. Na temporada seguinte, chega a fase final, mas fica longe do acesso, que só veio em 2004.

Ainda Ituiutaba, a equipe mineira foi líder do Grupo 16, enquanto o Uberaba, que irá aparecer adiante, não foi bem no Grupo 17
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Jacuipense

Se hoje, o clube de Riachão do Jacuípe está na Série C e pode ser considerada como terceira força da Bahia, em 2002 e 2003, a situação era bem diferente, pois estava na segunda divisão local desde 1997. Em 2002, perdeu a final e o acesso para o Itabuna e no ano seguinte foi expulso do torneio, mas não encontramos o motivo.

Manaus

Em 2003, o futebol manauara tinha o São Raimundo na Série B e Nacional e Rio Negro em alta na opinião popular. As coisas mudaram e alguns dirigentes dos clubes da capital fundaram o Manaus Futebol Clube dez anos depois, ou seja, só um vidente (se funcionasse) para colocar o time em um dos anuários.

Tombense

Desde 1999 que o Tombense é gerido por Eduardo Uram, mas demorou para o time deixar de ser apenas um registro de atletas. Em 2002, o clube ficou na lanterna do Grupo C da terceira divisão mineira, mas por motivos desconhecidos conseguiu passar de fase e partiu para o título do escalão. Em 2003, vence apenas uma partida na segunda divisão, mas não é rebaixado, apesar de desistir da disputa em 2004.

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Ypiranga

Entre 1999 e 2009, o Ypiranga ficou fora da primeira divisão gaúcha. Nesse período, muitas crises, incluindo o licenciamento após uma péssima campanha na segunda divisão de 2003, que culminaria em um rebaixamento (não houve terceira divisão em 2004).

Coruripe

Se o Anuário Placar fosse publicado em 2005, o Coruripe iria aparecer. Isso aconteceria, pois o Hulk foi fundado em 17 de março de 2003 e no mesmo ano foi campeão da segunda divisão estadual, disputando a primeira divisão de 2004.

Bahia de Feira

Em 83 anos de fundação, o Cangaceiro só esteve em campo no futebol profissional em 29 temporadas. Logo em 2002 e 2003, o clube estava inativo. A última aparição antes desse ano foi em 1996 na segunda divisão baiana. O Bahia voltou as atividades em 2009.

Vitória da Conquista

Seria impossível que o Vitória da Conquista aparecesse nas duas publicações, pois foi fundado em 2005 e disputou a primeira competição no ano seguinte, quando foi campeão da segunda divisão baiana e subiu à elite de onde nunca mais saiu.

Icasa

Em 1998, Juazeiro do Norte perdeu o tradicional Icasa Esporte Clube se licenciou das atividades por dívidas trabalhistas. Quatro anos depois, surgiu um novo Icasa, a Associação Desportiva Recreativa Cultural Icasa que recolocou a cor verde em evidência no futebol cearense. Em 2002, o clube quase conquistou o acesso, que veio no ano seguinte, com direito a título da divisão.

Time do Icasa, campeão do Cearense Segunda Divisão
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Guarani de Juazeiro

Rebaixado à terceira divisão cearense em 2020, o Guarani de Juazeiro esteve na segunda divisão nos dois anos referidos do anuário. Em 2002, a equipe chegou a se classificar para a segunda fase, mas foi excluída da competição. No ano seguinte, disputou o pentagonal final, mas não subiu. Voltou à primeira divisão em 2005.

Itumbiara

Nos dois anos retratados pelo Anuário, o Itumbiara viveu um período peculiar. Na primeira temporada, foi rebaixado para terceira divisão goiana, mas teve o descenso cancelado para 2003, ano que ficou com o vice-campeonato e subiu para a elite goiana.

Aparecidense

Quem vê a estabilidade da Aparecidense atualmente, não imagina que há quase 20 anos, o clube se sagrava campeão do Goiano Terceira Divisão de 2002. No ano seguinte, lutou para não retornar a divisão e conseguiu permanecer. Foi subir apenas em 2004.

Goianésia

O clube foi rebaixado do Campeonato Goiano em 2001 e foi obrigado a participar do segundo nível nos dois anos da publicação da Placar. Na volta ao escalão, o clube ficou em sexto lugar e na temporada seguinte não se classificou para a segunda fase. Voltou à elite em 2011.

Corumbaense

Entre 1999 e 2004, o campeão mato-grossense de 1984 estava inativo. O clube voltou aos gramados em 2005, mas subiu apenas na temporada seguinte.

Uberaba

A realidade do Uberaba em 2020 é a terceira divisão mineira. Bem pior que em 2002 e 2003, quando estava no escalão acima. Em 2002, o time chegou até a fase final, mas foi o lanterna da disputa, mas se recuperou em 2003, quando foi campeão do Módulo II, com o adendo de na última rodada ter perdido para o rival Uberlândia que subiria se a Valeriodoce não vencesse a sua partida, o que acabou não ocorrendo. Daquelas derrotas em clássico que o torcedor até “comemora” pelo sabor amargo provocado no rival. O clube, também, aparece na Série C 2003, mas apenas com o nome, sem escudo apresentado.

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Cianorte

O Leão do Vale foi fundado no ano da primeira publicação do Anuário, para recolocar a cidade no cenário futebolístico após a existência do CAFE e Cianorte EC. Logo no primeiro ano de vida, disputou o Paranaense da Segunda Divisão e ficou em sétimo entre 11 clubes. Em 2003, o time foi vice-campeão e conquistou o acesso à elite estadual.

Salgueiro

Fundado em 1972, o clube teve um hiato de 31 anos entre a primeira experiência e a refundação em 2005. Sendo assim, nos anos que o Anuário Placar foi publicado, o campeão pernambucano de 2020 não estava em atividade.

Boavista

O clube ainda tinha o antigo nome: Esporte Clube Barreira. Em 2002, desistiu da disputa do Carioca Série B, mas voltou no ano seguinte onde quase foi rebaixado à terceira divisão. Em 2004, o clube passou a ser chamado de Boavista.

Foto de 1995 com a camisa e escudo do Barreira, antigo nome do Boavista

Portuguesa (RJ)

A Portuguesa é um caso específico na nossa lista, pois aparece no guia apenas com o nome e os resultados no Brasileiro Série C 2003, mas a competição tem escudos apresentados dos clubes das oitavas de final adiante. Em 2003, o clube tinha a segunda participação seguida na segunda divisão carioca e foi campeão da divisão.

No Grupo 20, a Portuguesa teve a companhia de mais duas equipes que estavam na segunda divisão carioca: Macaé e o Rio Branco (Campos dos Goytacazes)
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Novo Hamburgo

Azar ou coincidência? O Nóia foi rebaixado para a segunda divisão gaúcha em 2001 e voltou a disputar em 2004, ou seja, nas duas vezes que o Anuário Placar foi publicado, o clube do Anilado estava na segunda divisão gaúcha sem poder aparecer por lá. Em 2003, o clube conquistou o retorno com o vice-campeonato.

Mirassol

Em 2002/2003, o Mirassol ainda não tinha estreado na Série A1, o que aconteceu apenas em 2008. Em 2002, o    Leão da Alta Araraquarense completava a quinta participação seguida na Série A2 e teve boa campanha, onde lutou para chegar na semifinal até a última rodada, mas falhou. No ano seguinte, as coisas foram bem diferentes e o clube foi rebaixado à A3.

Ferroviária

O começo do século para a Ferroviária é bem diferente da atual com aspirações claras de chegar a uma Série C. Em 2002, a realidade era a terceira divisão paulista, vindo de um acesso da quarta divisão, beneficiado por uma reorganização da FPF para a realização do Torneio Rio-São Paulo. A campanha foi péssima, se mantendo na divisão em 2003, onde conseguiu piorar o que era ruim: foi rebaixada novamente.

Baraúnas

O momento atual do Baraúnas é desastroso, onde a equipe ficou fora das competições em 2019 e não demonstrou interesse em participar da Segunda Divisão do Rio Grande do Norte em 2020. Em 2002 e 2003, a situação era parecida, pois ficou dois anos afastado, após péssima campanha no Potiguar 2001. Na época, a segunda divisão não foi realizada.

Hoffenheim

Segundo clube mais odiado da Bundesliga pelos próprios alemães, o Hoffenheim até receber os investimentos do bilionário Dietmar Hopp, um dos fundadores da empresa de software SAP, era um time que não tinha tradição nem mesmo na terceira divisão alemã. Era do quarto nível para baixo. Em 2002, o clube estava na Regionalliga, então terceiro nível local, onde fez campanha mediana. Nas duas campanhas seguintes, que o Anuário relata, o clube terminou na quinta posição. Foi subir para a 2.Bundesliga em 2006/07 e logo no primeiro ano subiu para a elite alemã.

Em 2003, o Hoffenheim provocou uma zebra na Copa da Alemanha ao eliminar o Bayer Leverkusen

Godoy Cruz

O clube tem seis participações na Libertadores desde 2011, mas a realidade até o primeiro acesso à elite argentina em 2005/06, era de variação de posições na Segunda División. Nas temporadas que poderia aparecer no Anuário, o time estava nessa divisão fazendo boas campanhas, mas sem conquistar o acesso.

Não teve acessos no período que os anuários relatam, mas o Godoy Cruz “rebaixou” o rival Independiente Rivadavia em 2002

Getafe

O Getafe vive a sua terceira fase na história. A atual vem de 1983, quando a equipe foi refundada. Hoje, tradicional em participações em La Liga, o clube estreou apenas em 2004/05. Nos anos que o Anuário Placar foi publicado, esteve em duas divisões diferentes. Em 2001/02, estava no terceiro nível e nas duas temporadas seguintes disputou a Liga Adelante.

Reims

Vice-campeão da Liga dos Campeões da Europa por duas vezes e com seis títulos nacionais, o Reims teve muitos problemas após a fase áurea na década de 1960. Nos anos do periódico que estamos analisando, os Vermelho e Brancos viviam uma gangorra: em 2001/02 foi vice-campeão da terceira divisão; foi rebaixado na época seguinte e voltou ao segundo escalão com o título da National 2003/04. O nome do Reims aparece na tabela da Copa da França do anuário publicado em 2003.

Foram dois jogos do Reims retratados: vitória contra o Change (canto inferior esquerdo) e derrota nos pênaltis contra o Sedan (parte central superior)

Crystal Palace

O clube londrino estava na segunda divisão inglesa nos dois anos retratados nos anuários. Se o periódico tivesse uma terceira edição, os Glaziers apareceriam, pois conquistaram o acesso à Premier League 2004/05, mas foi rebaixado, voltando apenas em 2013. Nas duas edições de Copa da Inglaterra que o periódico relata, o clube londrino aparece nominalmente, pois fez boa campanha.

Aleksandrs Koļinko e Andrejs Rubins, titulares nas três partidas da histórica participação da Letônia na Euro 2004, estavam no Crystal Palace em 2002, antes de saírem para o futebol russo

Napoli

Quando os anuários da Revista Placar foram publicados, o Napoli ainda não havia sido refundado, mas vivia seus últimos capítulos da crise financeira que assolava a equipe. Entre 2002 e 2003, nas três temporadas que pega nesse período, o clube estava na Serie B, com apenas a primeira campanha sendo boa. Ao final da época 2003/04 o time passa pelo processo de dissolução e recomeça do terceiro nível italiano.

Famalicão

Sensação do Campeonato Português 2019/20, o Famalicão demorou 25 anos para voltar à elite. Nesse hiato, passou por muitas dificuldades. Em 2002/03, o clube era recém-rebaixado à quarta divisão nacional, bem longe de poder aparecer nas páginas do periódico.


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