Guia do Campeonato Escocês 2020/21

Redação e pesquisa: Luis de Sá Perles e João Vitor Poppi, editores do perfil Scottish Foot no Twitter (@scottishfoot19)

Design e organização: Felipe Augusto, editor da Revista Série Z

A liga escocesa abre suas cortinas neste próximo final de semana. Após a parada devido a pandemia (que sagrou o Celtic campeão antecipado e o rebaixamento do Heart, mesmo com oito jogos em disputa), o campeonato retorna com algumas novidades. Sem público, TV dos clubes transmitindo os jogos para torcedores, possibilidade de cinco alterações por jogo e o retorno do Dundee United, após quatro anos à Premiership.

Outras situações seguem como nos últimos anos: sem VAR, a disputa Old Firm pelo título, o Celtic iniciando como grande favorito, o jejum de títulos do Rangers e o equilíbrio na competição entre os dez clubes restantes. Aberdeen, Dundee United, Hamilton, Hibernian, Kilmarnock, Livingston, Motherwell, Ross Country, St.Johnstone e St.Mirren sonham em atrapalhar os gigantes ou mesmo se manter na elite escocesa.

Sem grandes investimentos, mas com manutenção de boa parte dos elencos, o futebol escocês pode ter encontrado na crise atual, um aliado para melhorar o nível de seu campeonato. Com alguns atletas, desejados por outras ligas, inseguros em trocar de equipes, ou tendo propostas menores que teriam, muitos preferiram se manter no país e assim equipes menores iniciam a temporada sem tantas baixas. Fora a dupla de Glasgow e alguns investimentos, a maior parte dos clubes se reinventaram para reforçar seus elencos com empréstimos e jogadores livres no mercado.

Os jovens talentos também terão mais espaço. Destaque para o zagueiro Welsh, atacante Karamoko e meia Henderson no Celtic. Nathan Patterson lateral-direito, Ross McCrorie volante, Barjonas meia do Rangers, Turnbull e Robinson meias no Motherwell, Lewis Smith meia do Hamilton, o atacante Logan Chalmers, os meias Chris Mochrie e Declan Glass no Dundee United, no Kilmarnock o atacante Cameron, dentre outros que podem despontar durante a temporada.

Uma longa jornada, em meio a Copa da Liga, Copas da Escócia temporadas 19-20 (está nas semifinais, devido ao Covid-19),  20-21 e competições europeias, que pode sagrar pela primeira vez na história um decacampeão. O Celtic batendo o seu próprio recorde entre 1965-66 a 1973-74 e mais recente do rival do Rangers entre 1988-89 a 1996-97.

Sinta-se convidado a curtir nosso guia com informações sobre os 12 clubes que disputam o certame aqui no site da Revista Série Z, nossa grande parceira. Contratações, saídas, times bases, novidades e muito mais. E para você que curte ou curtiu a liga, fique atento em nossa cobertura pelo Twitter @scottishfoot19, rodada a rodada. 

Divirta-se conosco, boa leitura!!!

Olhares de desconfiança

Após uma temporada abaixo da expectativa, Aberdeen necessita reagir

Fundação: 1903

Cidade: Aberdeen

Estádio: Pittodrie Stadium (20.866 pessoas)

Foto: ASCOM/Aberdeen FC

Depois de duas Ligas seguidas terminando na quarta colocação, com desempenho abaixo do esperado em 19/20, o técnico Derek McInnes, desde 2013 no clube, tem seu trabalho questionado pela fanática e exigente torcida. Quem esperou por grandes mudanças se decepcionou. Apesar das criticas, a diretoria aposta na continuidade do trabalho da comissão técnica e do elenco para evoluir e buscar melhores resultados.

A manutenção do artilheiro Sam Cosgrove, cobiçado por várias equipes, que terminou a última temporada com 23 gols em 37 jogos, é peça fundamental para o clube buscar a terceira colocação na nova temporada. Outros jogadores importantes como os meias Niall McGinn, sete gols e dez assistências, e o promissor Lewis Ferguson, de apenas 20 anos, três gols e nove assistências, permaneceram.

Mercado de transferências pouco movimentado, mas não deixa ter boa notícia. A única contratação foi do polivalente meia Jonny Hayes, que havia sido vendido pelos Reds ao Celtic em 2017. As duas saídas foram do goleiro reserva Danny Rogers (Kilmarnock) e do lateral esquerdo Greg Leigh (NAC Breda-HOL).

Time-base: Lewis; Logan, Taylor, McKenna, Considine; Ojo, Ferguson, Bryson; McLennan, Kennedy e Sam Cosgrove. Técnico: Derek McInnes

Em busca do Deca

Sequência de trabalho e manutenção de quase todas as suas estrelas, fazem dos Hoops novamente favoritos

Fundação: 1888

Estádio: Celtic Park (60.355)

Cidade: Glasgow

Foto: ASCOM/Celtic FC

O Celtic inicia sua busca pelo deca campeonato sem grandes novidades no elenco, mas conseguindo a sequência de boa parte dele. Apesar da saída do goleiro Forster, a manutenção de Ajer, Édouard, McGregor, Forrest dentre outros fazem da equipe a favorita pelo título nacional. O técnico Neill Lennon aposta justamente nisso. A base vencedora, com mentalidade forte e experiência. Apesar dos fracassos na Liga Europa, diante do Copenhagen da Dinamarca e na Champions pelo Cluj, internamente a equipe segue imbatível, vencendo copas e ligas.

Sabendo da diferença cada vez menor em comparação ao rival Rangers, o desafio é manter o ritmo e seguir dominando o país. Afinal nunca um clube venceu 10 ligas seguidas. E desde 2016/17 não há outro que vença a liga ou copas nacionais. O principal destaque ainda segue sendo o meio e ataque. Brown, McGregor, Rogic, Christie, Forrest, Elyounoussi e Édouard são a força desta equipe. Com a recuperação de Hatem Elhamed e Greg Taylor, mais adaptado, nas laterais existe uma expectativa de evoluir também a defesa que ano passado deixou a desejar em vários jogos. Na zaga, as opções são Ajer, Jullien e Bitton, além do zagueiro da base Welsh. No gol, o grego Barkas chega para resolver a lacuna deixada por Fraser Forster.

Lennon tem como desafio justamente encontrar o equilíbrio maior que possibilite seguir como a melhor equipe da Escócia e avançar também nas competições europeias. Futebol agressivo e ofensivo, mas sem deixar a parte defensiva. A recuperação de alguns bons jogadores como Boli, Rogic, Klimala e alguns jovens que devem subir ao profissional como Helsh, Henderson, Robertson e Karamoko Dembélé trazem esperança a torcida. Em um ano atípico, devido ao Covid, o primeiro semestre será intenso e a vaga na Champions decidida em apenas um jogo, o que deve provar o elenco dos Hoops.

Time-base: Bain (Barkas), Frimpong, Ajer, Jullien, Taylor, Brown, McGregor, Christie, Forrest, Elyounoussi, Édouard.

Voltar para ficar

Com investimento norte americano e projeto a médio prazo, tangerinas sonham com retorno aos bons tempos

Fundação: 1909

Estádio: Tannadice Stadium (14.327)

Cidade: Dundee

Foto: Ross Parker/SNS Group

O Dundee United volta à elite, após quatro temporadas na segundona escocesa. Apesar da alegria e da manutenção do elenco, quase toda a equipe que venceu de ponta a ponta a Championship segue, a saída do técnico Robbie Neilson foi um grande baque. A entrada de Micky Mellon, que nunca disputou a Premiership visa manter o projeto de desenvolvimento de atletas. O técnico é conhecido pelo bom trabalho com jovens e elencos limitados, conquistando acessos nas ligas inferiores da Inglaterra. Mas sem dúvida terá em suas mãos a maior missão de carreira, manter os tangerinas na elite.

Apenas duas contratações foram realizadas, o goleiro escocês de 18 anos, Jack Newman (vindo do Sunderland) e o lateral-meia Luke Bolton, mas o principal reforço é a manutenção de pilares do time como o goleiro titular suíço Siegrist, o lateral Adrian Sporle, o zagueiro e capitão Reynolds e Paul Watson, os meias Butcher e Harkes, além dos atacantes Nicky Clarck (experiente atacante revelado pelo Rangers e que atuou no Aberdeen) e Lawrence Shankland (28 gols em 2019-20) que na temporada passada chegou a seleção escocesa, pelo Dundee United jogando a Championship. O investimento do proprietário norte americano deve trazer ainda alguns reforços para completar o elenco.

Desde a década de 80, o Dundee United se sagrou campeão escocês, da Copa da Liga, Copa da Escócia e se igualou ao rival Dundee FC em termos de adeptos e conquistas.  A meta é passar tranquilo por esta temporada, sem grandes sustos e se firmar entre os clubes da Premiership. Após temporadas na segundona, batendo na trave como no ano anterior, onde foi derrotado no pênaltis pelo St. Mirren, na repescagem, manter a vaga será a principal meta, fora isso o que vier será lucro.

Time-base: Siegrist, L Smith, Connolly, Reynolds, Pawlett, Clark, Robson, Butcher, Harkes, Shankland e Appere. Treinador: Micky Mellon.

Superação para surpreender mais uma vez

O filme das últimas temporadas se repete e o objetivo é permanecer na elite

Fundação: 1874

Cidade: Hamilton

Estádio: New Douglas Park (6.018 pessoas)

Foto: ASCOM/Hamilton AFC

Uma nova temporada se inicia e o que não muda é o elenco do Hamilton ser novamente o mais barato da Premiership, segundo o Transfermakt, avaliado em 4,68€ milhões. São sete temporadas seguidas na primeira divisão, só em uma não brigou contra o rebaixamento e, após mais uma janela de transferências perdendo importantes jogadores, o objetivo continua sendo a permanência.

Mas nem tudo são problemas. A permanência do técnico Brian Rice – e sua capacidade de remontar a equipe para as necessidades do clube -, junto com a manutenção dos meias Lewis Smith e Will Collar e do atacante Ogboe, artilheiro da equipe na última Premiership com seis gols,  trazem esperança.

Até o momento foram onze saídas confirmadas, entre elas o zagueiro/volante Gogic (Hibernian), o lateral direito Aaron McGowan (Kilmarnock), o meia Blair Alston e os atacantes George Oakley (Pirin-BUL) e Mickel Miller (Rotherham Utd-ING). Sem recursos para investimento, às contratações a custo zero precisam dar o retorno técnico necessário e, até o momento, quatro novos atletas desembarcaram no New Douglas Park. O meia Charlie Trafford (Inverness) e os atacantes Tunde Owolabi (FC United-ING) e Callum Smith (Dunfermline) são apostas e chegam com bons números de divisões inferiores. O único reforço vindo de outra equipe da primeira divisão escocesa é o meia Ross Callachan, ex St. Johnstone.

Time-base: Williams; McKenna, Fjortoft, Hamilton, Brian Easton; Will Collar, Smith, Martin, Cunningham; Moyo, Ogbo. Técnico: Brian Rice

Em busca da redenção

Após ano bem abaixo do esperado, com base mantida Hibs sonham com a Europa

Fundação: 1875

Estádio: Easter Road (20.250)

Cidade: Edinburgh

Foto: ASCOM/Hibernian FC

O Hibernian inicia a temporada 2020/21 com um desafio. Após uma decepcionante campanha (um sétimo lugar na liga) que só foi aliviado pela queda do maior rival Heart, a troca de técnicos e as derrotas em clássicos, marcaram uma temporada ruim para os Hibs. Agora com Jack Ross, iniciando uma temporada a esperança é que a base de equipe, do ano anterior, possa render mais. Foram três contratações e nenhuma grande perda.

Saíram Bogdan (goleiro), Whittaker (lateral esquerdo), Omeonga e Slivka ambos meias e o atacante Kamberi que não faz mais parte dos planos. E no caminho oposto, entraram Nisbet, atacante do Dunfermline, que marcou 23 gols na temporada passada, o ponta Drey Wright que vem do St.Johnstone e atua pelos flancos e o volante Alexander Gogic, de 26 anos, cipriota, que teve uma temporada boa pelos Accies. A manutenção de Scott Allan, Steve Boyle, Doidge, o meia Mallan e o goleiro Marciano fazem a espinha dorsal do time mais confiável. A defesa, porém, grande problema na temporada passada segue sem reforços.

A aposta na sequência deste trabalho trará grande pressão especialmente a diretoria. Com a capacidade de investimento reduzida, sem torcida, mais uma temporada sem grande resultados pesará e muito. Afinal, o clube não disputa uma Liga Europa desde a temporada 2018/19, perdendo espaço para Kilmarnock, Motherwell e na temporada passada ficando atrás de Livingston e St. Johnstone, equipes com orçamentos bem menores. Resta esperar o início da liga para ver em que estágio o time de Ross chegará e se há espaço para desenvolvimento.

Time-base: Marciano, Stirling, Gray, Jackson, Hanlon, Mallan, Gogic, Scott Allan, Newell, Horgan, Doidge. Treinador: Jack Ross.

Na busca pela estabilidade

Killes apostam em discípulo de Clarck para reviver os tempos recentes de glórias

Fundação: 1886

Cidade: Kilmarnock

Estádio: Rugby Park (18.432)

Foto: ASCOM/Kilmarnock FC

O Kilmarnock inicia a temporada tentando descobrir sua identidade. Após anos sofrendo na luta contra o rebaixamento, a equipe com Steve Clarck em 2018-19 chegou a terceira colocação. Porém, após a saída do mesmo, com Ângelo Alessio e Alex Dyer como interino, os Killes tiveram apenas a oitava colocação na liga. Neste ano com Dyer tendo mais tempo, resta saber qual a real situação do clube, se brigará pela parte de cima ou de baixo na tabela.

Mais dez jogadores deixaram o clube, entre titulares e reservas, mas algumas perdas são difíceis de cobrir. O lateral direito da seleção escocesa, O ‘ Donnel, deixou o time sem contrato, o goleiro Branescu voltou a Juventus e o ponta Millar já havia retornado ao Liverpool. Entre as contratações, MCGowan vem para cobrir a lateral direita, o zagueiro inglês Ibsen Rossi, de 21 anos, do Bournemouth por empréstimo, o goleiro Rodgers do Aberdeen, o lateral esquerdo Haunstrup do Portsmouth e os atacantes Whitehall e Pinnock que chegam para fazer sombra a Burke e Brophy, titulares do time.

Com alguns atletas da base ganhando espaço, sem muito investimento, o Kilmarnock espera desenvolver uma equipe competitiva e capaz de fazer frente aos clubes da liga. Voltar a lutar pela competições europeias será um sonho difícil, mas ao menos brigar por um top six, é a meta. O desafio de Alex Dyer, o primeiro como treinador oficial, será interessante, único negro a trabalhar como técnico na Premiership ele pode ajudar a vencer mais esta barreira, ainda presente em quase todo mundo.

Time-base: Trialist, McGowan (Millen), Broadfoot, Findlay, Haunstrup, Power, El Makrini (Kiltie), McKenzie (Taylor), Pinnock (Brindley), Burke, Brophy (Kabamba). Treinador: Alex Dyer.

Manter o ótimo nível é a meta

Livi aliou bom desempenho com resultados expressivos

Fundação: 1943

Cidade: Livingston, West Lothian

Estádio: Tony Macaroni Arena (9.512 pessoas)

Foto: ASCOM/Livingston FC

Ao alcançar o top six na quinta colocação, o Livingston superou todos os prognósticos na última temporada. As limitações financeiras não foram empecilho para o técnico Gary Holt construir uma equipe ofensiva e de boa troca de passes, alcançando a terceira melhor campanha como mandante – apenas atrás de Celtic e Rangers. Se manter mais um ano na elite escocesa de forma tranquila e com bom desempenho é o objetivo.

A manutenção do atacante Lyndon Dykes, 12 gols e 10 assistências na última temporada, é surpreendente e fundamental para as pretensões do clube. O que a tornou ainda mais essencial foi à saída do outro destaque ofensivo: o extremo esquerdo Steven Lawless, 11 gols e 9 assistências, foi para o Burton Albion na terceira divisão inglesa.

Outro importante jogador que deixou o Livingston é o zagueiro Ricki Lamie, que disputou 30 jogos com a camisa amarela em 19/20 e fechou com o Motherwell. Chegaram pra reforçar o elenco do Livi os zagueiros Ciaron Brown (Cardiff) e Jack Fitzwater (West Brom-ING U23), o meia direito Alan Forrest (Ayr United) e os atacantes Kouider-Aïssa (Queen’s Park) e Matej Poplatnik (Kerala Blasters-IND). Forrest, 10 gols e quatro assistências, e Aissa, 17 gols e três assistências, chegaram com ótimos números nas divisões inferiores da Escócia.

Time-base: McCrorie; Fitzwater, Alan Lithgow, Guthrie; Devlin, Pittman, Bartley, Crawford, McMillan; Poplatnik, Dykes. Técnico: Gary Holt

Em busca da afirmação 

Stellmans chegam a temporada com expectativa de bons resultados e desejo de se tornar a terceira força do futebol escocês

Fundação: 1886

Estádio: Fir Park (13.742)

Cidade: Motherwell

Foto: ASCOM/Motherwell FC

O Motherwell chega mais forte após a temporada passada, com a vaga na Liga Europa e por meio do reequilíbrio financeiro dos últimos anos, o clube pode enfim manter uma base do elenco anterior e ainda reforçar-se com alguns nomes. Até aqui são cinco contratações, mas a maior delas é a permanência de seu comandante, Steve Robinson que recebeu oferta para treinar a seleção da Irlanda do Norte.

Robinson iniciará sua quarta temporada no Motherwell e faz parte desta reestruturação. Nos últimos anos, os Stellmans reduziram a dívida em milhões de libras e com a venda de atletas como James Scott, equilibraram as contas. Em uma temporada onde faltará dinheiro da torcida e queda de arrecadação com patrocinadores, estar em dia com as contas é uma vantagem. Além disso, a equipe segue buscando talentos na base como meia Turnbull, recuperado de contusão, o volante Campbell (ambos com experiência no profissional) e as novidades: o filho do chefe, Harry Robinson e o zagueiro Yussif.

Contratações realizadas foram os zagueiros McGinley do Forest Green, Lamie do Livingston, os meias O´Hara (em definitivo) e Hastie emprestado pelo Rangers, o goleiro Fox do Partick Thistle e os atacantes Jordan White do Inverness e Callum Lang do Wigan -ING. Bons jogadores que servem para rechear o elenco mostarda que no ano passado sentiu a maratona de jogos em dezembro e janeiro. Neste início de amistosos, a marcação alta, bola parada e o preparo físico foram pontos fracos da equipe que perdeu para o Kilmarnock (3 a 2) e foi goleada pelo Rangers (4 a 0). Sinal amarelo, para um clube que terá uma decisão já em agosto (1° eliminatória na Liga Europa) e expectativa maior depois de várias temporadas sem grandes metas.  

Time-base: Carson, Grimshaw, McGinley, Lamie, O´Hara, Campbell, Polworth, Donnely, White, Hastie e Long. Treinador: Steve Robinson.

Melhor elenco e maior pressão

Gerrard tem mais opções, mas precisa estar atento ao mental da equipe

Fundação: 1872

Cidade: Glasgow

Estádio: Ibrox Stadium (50.817 pessoas)

Foto: ASCOM/Rangers FC

O fim da temporada passada foi decepcionante no Ibrox. Após vencer Old Firm no Celtic Park, os Gers tiveram a chance de assumir a liderança, mas tropeços contra adversários da parte de baixo da tabela adiaram o sonho do título. Comparando o elenco que iniciará a temporada 20/21 com o anterior é nítido que foram preenchidas lacunas em posições que vinham apresentando dificuldades.

O grande reforço foi à permanência em definitivo do meia/ponta Ianis Hagi, de 21 anos, contratado junto ao Genk-BEL por 3,5€ milhões. O romeno fez 10 jogos, anotando três gols e duas assistências, e foi o destaque ofensivo da equipe neste ano. Hagi e Kent deixam as pontas da equipe de Steven Gerrard qualificadas, posição que teve problemas no início da temporada passada, quando os dois ainda não haviam sido contratados.

Barišić fez uma temporada consistente na lateral esquerda, mas quando esteve fora nenhuma das outras opções conseguiu desempenhar o mínimo esperado. Calvin Bassey, 20 anos, chegou da base do Leicester pra ser essa alternativa no lado esquerdo da defesa. Outra chegada que pode ter bom impacto no elenco azul é a do zagueiro Leon Balogun, de 32 anos. O nigeriano atuava pelo Wigan na segunda divisão inglesa e será alternativa para Katic que esta lesionado e só voltará aos campos no início de 2021.

A única perda significativa foi a saída do meia Ojo, que estava emprestado junto ao Liverpool. Os destaques do time, Morelos, Jack e Davis, permaneceram. As opções melhoraram, em contra partida a pressão e ansiedade pelo título e, consequentemente, impedir o deca do rival, estão em níveis altíssimos. A chave para o sucesso pode estar em como o Rangers lidará com o emocional e se sua mentalidade estará forte por toda Premiership.

Time-base: Allan McGregor; James Tavernier, Connor Goldson, Helander, Barišić; Davis, Jack, Aribo; Kent, Hagi e Morelos. Técnico: Steven Gerrard

Não pode repetir

Pra se manter na Premiership é preciso evoluir

Fundação: 1929

Cidade: Dingwall

Estádio: Global Energy (6.541 pessoas)

Foto: ASCOM/Ross County FC

A décima colocação na última temporada com 60 gols sofridos, a pior defesa da Liga, e apenas 29 gols marcados, terceiro pior ataque da competição, é uma campanha de rebaixamento. Em 2020, o clube disputou dez jogos pela Premiership com seis derrotas, dois empates e duas vitórias.

Visando a melhora do sistema defensivo, o Ross County contratou o experiente lateral esquerdo, 34 anos, Carl Tremarco (Inverness), o lateral direito Connor Randall (Arda Kardzhali-BUL), 24 anos e revelado pelo Liverpool, e o zagueiro Alex Iacovitti (Oldham Athletic-ING) de 22 anos. Para a proteção da zaga chegou, por empréstimo da base do Rangers, o volante Stephen Kelly de 20 anos.

Entre os atletas que mais atuaram pela equipe de Dingwall na temporada passada, saíram os laterais Ricky Foster (Partick Thistle) e Marcus Fraser (St. Mirren). O técnico Stuart Kettlewell terá muito trabalho para reverter às dificuldades que o time demonstrou antes da parada devido à pandemia.

Time-base: Laidlaw; Tremarco, Burke, Donaldson, Randall; Vigurs, Paton, Draper, Charles-Cook; Shaw, Erwin. Técnico: Stuart Kettlewell

Saints em busca de mais um milagre

Novo treinador, elenco enfraquecido, dificuldades financeiras fazem desta temporada um grande desafio

Fundação: 1884

Cidade: Perth

Estádio: McDiarmid Park (10.696)

Foto: ASCOM/St. Johnstone FC

O St. Johnstone chega temporada 2020/21 orfão de seu maior treinador na história. Tommy Wright saiu após divisões com a diretoria e sem dúvida deixa uma lacuna que será difícil de resolver. Callum Davidson, discípulo de Wright, chega para tentar manter o ritmo. Com pequeno orçamento e muitas dificuldades, Tommy manteve por oito temporadas o clube na elite e ainda venceu a Copa da Escócia, chegando a disputa da Liga Europa. Agora com as mesmas dificuldades, talvez até maiores nesta pandemia, Callum inicia sua trajetória como treinador.

Entre as saídas as mais sentidas são o zagueiro Steve Anderson 34 anos e grande ídolo do clube, Drey Wright meia para o Hibernian e o atacante David MCMillan. Entre as contratações, apenas o lateral-direito Shaun Rooney do Inverness, os jovens Danny McNamara lateral direito e Olaofe atacante (ambos emprestados pelo Milwall -ING). A manutenção do meia Davidson e Wotherspoon, além do atacante Steve May ajudam na questão ofensiva e experiência dos Saints. Na defesa Kerr e o goleiro Clarck são as esperanças de um ano defensivo melhor.  

O problema é a falta de recursos. Sem público e sem grande investimentos, a equipe deve gastar pouco em contratações. A meta mais uma vez será se superar para manter-se na elite e quem sabe surpreender nas copas. Resta saber como será adaptação do elenco a esta nova fase. Os torcedores pressionam e muito a diretoria e após a saída de Wright, uma campanha abaixo, sem dúvida, terá como alvo o presidente do clube que não atendeu as demandas do antigo treinador e prometeu uma equipe competitiva para este campeonato.

Time-base: Clarck, Rooney, Kerr, McCart, Tanser, McNamara, Liam Craig, Wotherspoon, McCann, May (Olaofe), Hendry (Robertson). Treinador: Callum Davidson.

Alerta ligado

Time desequilibrado causa preocupação

Fundação: 1877

Cidade: Paisley

Estádio: The Simple Digital Arena (8.023 pessoas)

Foto: ASCOM/St. Mirren FC

A melhor defesa fora do top six e o pior ataque da competição. Esse é o St.Mirren do técnico Jim Goodwin, que vai pra sua segunda temporada a frente do clube. Com o pensamento focado 100% em permanecer na Premiership, a receita e o objetivo são claros: manter a boa defesa e aumentar a cota de gols.

Este cenário não refletiu no mercado de transferências do clube. Entre perdas de jogadores importantes e contratações interessantes, o setor ofensivo, até o momento, não recebeu os reforços esperados e preocupa a fanática torcida dos Saints. Com isso, o time continuará dependente do meia Durmus e do atacante Obika, artilheiro da equipe na última Premiership com oito gols, necessitando que os dois permaneçam saudáveis e em boa forma durante toda temporada.

Saíram o goleiro Vaclav Hladky, os meias Tony Andreu e Stephen McGinn e o atacante Danny Mullen. Os reforços que desembarcaram em Paisley são o goleiro Jak Alnwick (Rangers), o zagueiro Joe Shaughnessy (Southend United-ING), os laterais Richard Tait (Motherwell) e Marcus Fraser (Ross County), os volantes Nathan Sheron (Fleetwood-ING) e Thorvaldsson (Norwich-ING).

Time-base: Alnwick; Fraser, Shaughnessey, McCarthy, Baird; McAllister, MacPherson, Foley, Durmus; Obika, Morias. Técnico: Jim Goodwin


O futebol brasileiro teve um pedaço de Escócia. Nesse post, conheça a história do paulista Scottish Wanderers

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