San Marino: a última parada de cinco famosos

Historicamente, a seleção de San Marino é a mais fraca da Europa, com 159 derrotas em 164 partidas até novembro de 2019. São poucos os nomes de atletas que tiveram espaço na primeira divisão italiana, como o zagueiro Massimo Bonini, melhor jogador da história da micronação, que teve sete anos de Juventus, com três títulos nacionais, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes, além do atacante Andy Selva com mais participações em gols pela seleção.

Nesse contexto, a liga local, o Campionato Sammarinese di Calcio, é baseada em jogadores locais e muitos italianos de divisões menores, com alguns brasileiros, argentinos, albaneses e africanos (camaroneses, senegalenses e nigerianos) sempre presentes. Desde 1984, a competição teve 18 clubes, sendo que atualmente contam com 15. Por isso, fomos atrás de saber quais jogadores famosos ou com carreira por grandes centros europeus que passaram por San Marino e em todos os casos, foi a última parada como jogador. Tem brasileiro e italiano campeões do mundo na lista.

Damiano Tommasi | La Fiorita (2015-2019)

Formado no Hellas Verona em 1990, o meia começou a ganhar notoriedade na Itália, quando participou da campanha do título da Euro Sub-21 de 1996, quando tinha Buffon, Nesta, Cannavaro, Del Piero e Totti como companheiros. Logo depois da campanha, ele acertou com a Roma, onde se tornou ídolo em uma década pela equipe, com direito a participação na Copa do Mundo 2002. Depois de passar por outros três clubes, ele chegou em San Marino, onde passou a jogar pelo La Fiorita. Não há registros de participação em campeonatos locais, mas ele vem participando de todas as disputas nas competições europeias, incluindo a temporada atual, onde atuou por 18 minutos contra o Engordany, de Andorra.

Em 2015, contra o Vaduz (5×1), Tommasi fez o gol de honra da equipe

Joseph Enakarhire | La Fiorita (2012)

Esse pode não ser tão conhecido do público, mas merece estar aqui pelo roteiro da carreira. O zagueiro é nigeriano e teve carreira consolidada pelos grandes centros da Europa, com passagem pelo Standard Liège, Dynamo Moskow, Sporting, Bordeaux e Panathinaikos. Pela seleção, disputou duas Copas das Nações Africanas 2004 e 2006. Em 2008, ele deixou a Grécia e ficou quatro anos parado até aceitar o convite do futebol de San Marino em julho de 2012 para as duas partidas da preliminar da Europa League, quando foram eliminados pelo FK Liepaja.

Aldair | Murata (2007-2008)

Ao lado de Totti, o classudo Aldair teve a camisa aposentada na Roma (em 2014, ele liberou o número 6 para Strootman). Foram 13 temporadas como dono da zaga, participando do último título italiano da equipe romanista. Aldair se “aposentou” em 2004 pelo Genoa, mas voltou ao futebol em 2005 pelo Rio Branco (ES). Dois anos depois, ele acertou com o clube de San Marino, onde foi contratado para participar da fase preliminar da Liga dos Campeões da Europa onde fez dois jogos em temporadas diferentes.

Massimo Agostini | Murata (2004-2007)

Apesar de não ter currículo, passagem pela seleção italiano, Massimo Agostini teve carreira consistente na Serie A, com passagens pela Roma, Milan e Parma nas décadas de 1980 e 1990, mas foi no Cesena que teve mais partidas, com 215 jogos e 67 gols. O atacante chegou a San Marino em 2004 para defender o Murata e ficou na equipe por mais cinco anos como treinador. Ele foi responsável pela chegada de Aldair ao clube.

Massimo Agostini e Aldair com a camisa do Murata

Cristian Zaccardo | Tre Fiori (2018/19)

Campeão do mundo em 2006 e da histórica Bundesliga 2008/09 com o Wolfsburg, o zagueiro teve carreira estável até 2014. Quando foi convocado para a seleção italiana de 2006, ele defendia o Palermo. Ficou mais um ano lá, até chegar ao Wolfsburg, ao lado de Barzagli, quando fez 14 aparições na campanha da taça inédita. Depois disso, defendeu o Parma (2009-2012) e Milan (2013-2015). Depois disso, o defensor começou a parte alternativa da carreira, quando defendeu o Carpi e Vicenza Calcio, até ir para Malta, defender o Hamrun Spartans. Em 2018, ele acertou com o Ter Fiori, de San Marino. Na micronação, ele conquistou o último título da carreira, a Copa de San Marino.

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