A grande novidade do Mundial de Clubes 2019 é o Hiènghene Sport, da Nova Caledônia, o segundo clube fora da Austrália e Nova Zelândia a conquistar a Liga dos Campeões da Oceania. É o maior feito da história do futebol local, ainda mais pela final ter envolvido dois clubes caledonianos: Hiènghene e Magenta. Em 22 anos na atividade, o clube da cidade de mesmo, com pouco mais de dois mil habitantes coleciona histórias inusitadas, como três títulos da segunda divisão, mas com apenas um acesso, pois a equipe não conseguia liberação para disputar a elite. Além disso, tem uma freguesia quebrada em grande estilo.
Para quem pensa que a equipe é muito tradicional no país, engana-se: são dois títulos nacionais, nove a menos que o maior campeão, o Magenta, com 11, sendo o sétimo maior campeão. É um emergente do futebol da Oceania e nós mostramos como foi ano a ano até chegar ao primeiro confronto intercontinental do clube.
1997 e 1998
O clube não chegou a fase nacional do campeonato local e não há registros sobre como foram as participações nas conferências regionais.
1999
O Hiènghene termina na oitava colocação do Grupo A da Província Norte e não se classifica à fase seguinte.
2000
Não se classifica para a fase nacional da liga nacional e é eliminado na Copa da Nova Caledônia nas oitavas de final pelo Gaitcha.
2001 e 2002
O Hyehen não participa de nenhuma competição.
2003/04
Na Copa da Caledônia, a equipe faz 10 a 4 no Poindimié, mas é goleado pelo Magenta, por 7 a 1, na fase seguinte.
2004/05
A equipe é campeã da Província Norte da Segunda Divisão nacional, mas fica impossibilitado de disputar a primeira divisão por não cumprir os requisitos. Na Copa é eliminado nas oitavas.
2005/06
Fica em segundo lugar na mesma divisão supracitada, mas não sobe. É eliminado na quarta fase da Copa da Federação e nas quartas da copa nacional.
2006/07
O segundo título da história é conquistado: a Segunda Divisão (Norte). A conquista faz com que a equipe suba de divisão. Na campanha, goleadas por 11 a 0 e 8 a 2…
2007/08
… porém, novamente, o clube tem negada a entrada por não apresentar as licenças necessárias. Volta a conquistar a divisão Norte da divisão de acesso caledoniana. Ídolos do clube, Roy Kayara e Betrand Kai começam a trajetória no futebol.
2008/09
Finalmente, o Hiènghene consegue disputar a primeira divisão. Na temporada regular, termina em quarto lugar, mas com vaga apenas no torneio da morte, onde não tem problemas para se manter na divisão. Na Copa da Caledônia, a equipe se garante na final, com duas partidas terminadas em WO, o que faz a decisão contra o Magenta nunca ter sido disputada.
2009
Por pouco, não conquista o primeiro título da elite nacional. Por três pontos, a equipe fica com o vice-campeonato.
2010
Fica em quinto lugar na Super Ligue.
2011
Se garante nos playoffs da liga, mas termina em terceiro lugar.
2012
Novamente termina com o vice da Super Ligue. Na copa, é eliminado nas quartas.
2013
Conquista a Copa da Caledônia pela primeira vez, ao vencer o Qanono, por 3 a 1. No campeonato nacional, perde oito pontos por problemas com a equipe jovem, e termina com outro vice-campeonato. A equipe pela primeira vez participa da Copa da França, onde perde para o Poissy, por 2 a 1, na sétima fase da disputa.
2014
Vence o Troféu dos Campeões (a Recopa nacional deles) ao derrotar o Gaitcha, por 2 a 0. Não tem sucesso no campeonato e copa, onde termina na quarta posição e para nas quartas, respectivamente.
2015
Dentro de campo, a equipe conquista o Campeonato Caledoniano, mas perde sete pontos por cometer “crimes técnicos” e deixa o título para o Magenta. Porém, conquista o segundo título da Copa da Nova Caledônia ao derrotar o Mont-Dore, por 2 a 0. Disputa pela segunda vez, a Copa da França, mas novamente é derrotado de primeira, por 3 a 2, para o RC Épernay, da quinta divisão francesa.
2016
O Magenta é a pedra no sapato, pois vence o Hiènghene no Troféu dos Campeões e na final da copa nacional. Na liga, fica em terceiro lugar. O vanuatuano Bong Kalo, meia da seleção, se torna o primeiro jogador estrangeiro da história do clube.
2017
Mesmo perdendo quatro pontos, o Hiènghene Sport é dominante na liga e com 17 vitórias, dois empates e três empates conquista a Super Ligue pela primeira vez na história. Na Copa, a equipe chega até a final, mas perde para o Lössi. Participa pela primeira vez da Liga dos Campeões da Oceania, mas é eliminado na primeira fase, com uma vitória (3×1 Puaikura, Ilhas Cook), um empate (1×1 Ba) e uma derrota (3×1 Team Wellington)
2018
Novamente, Hiènghene e Magenta travam o duelo pelo título nacional, mas perde o título para o rival. A “freguesia” continua, pois perde a Copa da Nova Caledônia para o Magenta.
2019
Dominante, hegemônico e inédito. A temporada atual do Hiènghene Sport é fenomenal, com a conquista da Tríplice Coroa: campeonato nacional, copa nacional e a Liga dos Campeões da Oceania.
Na competição continental, a equipe se torna o segundo clube fora da Austrália e Nova Zelândia a ser campeão. Na primeira fase, enfrentou o Malampa Revivors, de Vanuatu (5×0), Tefana, do Taiti (1×0) e o Toti City, da Papua Nova-Guiné (1×1). Nas quartas, elimina o Ba, de Fiji, por 2 a 1. Na etapa seguinte, elimina o Team Wellington, campeão de 2018, com triunfo de 2 a 0. A final foi caseira, contra o Magenta, e com um gol do meio-campo, se livrou dos traumas da “freguesia” para alcançar o maior feito dos 22 anos de história.
Pela terceira vez participa da Copa da França. Em novembro, enfrentou o ASPV Strasbourg, da quinta divisão francesa, e perde por 3 a 1.
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