Redação e pesquisa: Luis de Sá Perles e João Vitor Poppi, editores do perfil Scottish Football no Twitter (@scotlandfootbal)
Design e revisão: Felipe Augusto, editor da Revista Série Z
O Rangers de Steven Gerrard conseguirá superar o Celtic? A diferença entre as equipes é a menor em muito tempo, mas o favoritismo ainda é dos comandados de Neil Lennon lutando pelo nono título consecutivo da liga.
Em Aberdeen, vice campeão quatro vezes nos últimos cinco anos, o elenco foi reforçado e mais forte quer superar a quarta colocação da temporada passada. Na capital Edimburgo, os rivais Heart e Hibernian, que vem de temporadas oscilantes gerando insatisfação nas exigentes torcidas, buscam algum brilho. Após um excelente terceiro lugar na temporada passada, o Kilmarnock precisa se provar sem Steve Clarke no comando e repetir o feito não será nada fácil.
St. Johnstone e Motherwell, sétimo e oitavo colocados na temporada passada, apostam na continuidade de seus treinadores e um trabalho de longo prazo para passarem longe do rebaixamento e quem sabe alcançar o top six. Hamilton e seu baixo orçamento conseguirão fugir do rebaixamento e disputar sua sétima Premiership seguida? Livingston, Ross County e St.Mirren só pensam na permanência.
A briga pelo título em Glasgow, as vagas europeias, o top six e as temidas 11ª e 12ª colocações… A Premiership começa neste sábado.
No regulamento do campeonato, consta que: 12 clubes se enfrentam em três turnos, classificando-se os seis primeiros para o chamado top six que novamente se enfrentam em turno único, sendo mantido a pontuação da primeira fase. Do 7 ao 12º também existem estes confrontos, com a pontuação mantida, completando 38 rodadas da liga nacional. O campeão vai a fase preliminar da Champions, segundo e terceiro disputam a Liga Europa, também em suas fases iniciais. O lanterna e 12º lugar é rebaixado diretamente, tendo o 11º que disputar uma repescagem com o segundo, terceiro e quarto colocado da segunda divisão, em confrontos mata-mata.

Novos rumos para um velho objetivo
Aberdeen quer novamente a zona de classificação europeia
Faziam cinco temporadas que o Aberdeen não sabia o que era ficar longe da do G3 escocês, mas na temporada passada foi desbancado pelo Kilmarnock e terminou a Premiership em quarto lugar. A vaga na pré-eliminatória da Liga Europa foi conquistada através do título do Celtic na Copa da Escócia frente ao Heart.
O treinador Derek McInnes está há seis anos a frente do clube e tem todo respaldo necessário para modificar a forma da equipe jogar. As movimentações no mercado demonstram preocupação com a posse e a dinâmica de passe da equipe, com as chegadas dos meias Craig Bryson (Derby County-ING) e Funso Ojo (Scunthorpe United-ING), adquirido por 140 mil €.
O volante Dean Campbell, 18 anos, recém promovido da base, é mais uma boa esperança para o centro de campo dos Reds. Outros dois jogadores revelados pelo clube e que terão oportunidades, o meia Scott Wright de 21 anos e Connor McLennan de 19 anos que atua pelos dois extremos, somados entregaram 15 assistências na última temporada.
Graeme Shinnie, volante e capitão da equipe, transferido para o Derby County-ING foi a grande perda nesta janela. No entanto, outros importantes jogadores permaneceram: o zagueiro Scott McKenna (pode chegar propostas ainda nesta janela), o extremo esquerdo Niall McGinn e o atacante Cosgrove. Mesmo com mudanças, o Aberdeen é o favorito para ficar com o terceiro lugar nesta Premiership, e pra isso aposta na longevidade de Derek McInnes a frente da equipe.
Fundação: 1903
Cores: vermelho e branco
Cidade: Aberdeen
Estádio: Pittodrie Stadium (20.866 pessoas) construído em 02/09/1899
Títulos principais: Campeonato Escocês (1954–55, 1979–80, 1983–84, 1984-85), Copa da Escócia (1946–47, 1969–70, 1981–82, 1982–83, 1983–84, 1985–86, 1989–90), Copa da Liga Escocesa (1955–56, 1976–77, 1985–86, 1989–90, 1995–96, 2013–14), Recopa Europeia (1982-83) e Supercopa Europeia (1983)
Time base: Joe Lewis; Shay Logan, Ash Taylor, Scott McKenna, Considine; Lewis Ferguson, Ojo, Ryan Hedges; Jon Gallagher, Niall McGinn e Cosgrove.
Técnico: Derek McInnes

Favorito ameaçado, após oito temporadas
Crescimento do maior rival, fez com que o Celtic abrisse os cofres visando manter o domínio do futebol escocês
Atual octacampeão nacional, os Hoops investiram pesado nesta janela de transferência 2019-20, buscando qualificar ainda mais seu elenco para as disputas da temporada. Liga Escocesa, Copa Liga, Copa da Escócia e Champions. Ao todo foram seis novas contratações, contra duas perdas realmente relevantes para o novo-velho técnico Neil Lennon (faz sua segunda passagem pelo clube, entre 2009-14 foi o comandante).
Após assumir interinamente no fim da temporada 18-19, o norte irlandês, foi convidado a renovar por um ano. Junto a ele, vieram as contratações de C. Julien zagueiro do Toulouse (8 milhões de euros), Luca Connel Meia do Bolton-ING (sem custos), Boli Bolingoli lateral do Rapid Viena-AUT (3 milhões de euros), El Hatem Elhamed lateral/zagueiro do Beer Sheva-ISR (1,5 milhões de euros), e o atacante ucraniano Marian Shved (Lviv-UCR). Entre as saídas mais preocupantes estão a do zagueiro Boyata para o Herta Berlim e do veterano lateral Lustig para KAA Gent-BEL. Além da possibilidade de perder o lateral esquerdo Tierney, maior revelação do futebol escocês dos últimos tempos e cobiçado pelo Napoli e Arsenal.
O grande desafio de Lennon é manter o domínio no futebol escocês (nos últimos três anos, três tríplices coroas, campeão nacional e das copas da liga e da Escócia), além do objetivo de avançar nas competições internacionais. O clube espera para 2019-20 voos mais altos nestas competições europeias. Mas terá que lidar com uma mudança de filosofia clara. Com Lennon o jogo é mais vertical e menos plástico, mais físico e menos técnico. Adepto do tradicional 4-4-2 ou 3-5-2, Neil pode até variar, aproveitar um pouco da herança de Brendan Rodgers (time leve com pontas e laterais bem abertos), mas sem dúvida, irá imprimir mudanças de conceitos durante toda a temporada.
Com o rival Rangers mais forte, dando sequência ao trabalho com Steven Gerrard, e as duas derrotas para os azuis na temporada anterior, imaginasse um campeonato um pouco mais complicado para os celtas. Se vencerem a competição, os Hoops igualarão a sequência do maior rival com nove títulos (entre 89-90 a 96-97) e a sua própria na década de ouro (1965-66 até 1973-74). A grande pergunta que fica neste início de temporada é esta: teremos novamente a disputa Old Firm na Premiership??? Ou a saga de títulos do Celtic prosseguirá?
Fundação: 1888
Cores: Verde e branco
Cidade: Glasgow
Títulos: 50 vezes campeão nacional, 39 vezes campeão da Copa da Escócia, 18 vezes campeão da Copa da Liga, campeão da Champions League 1966-67
Estádio: Celtic Park (60.000 lugares), construído em 1888
Time base: Bain, Ajer, Biton, Simunovic,Boli Bolingoli, S.Brown, MCGregor, Christhie, Forrest, Édouard e Griffiths
Técnico: Neil Lennon

Pela manutenção
Os accies lutam para alcançar a sétima temporada seguida na Premiership
A temporada 14/15, a primeira após o acesso, terminou com o Hamilton alcançando a 7ª colocação, se mantendo na primeira divisão sem sustos. E a torcida tem saudades, pois já foram quatro temporadas seguidas com o time ficando na 10ª ou 11ª colocação – a primeira antes e a da repescagem.
Com um dos menores orçamentos da elite escocesa, a missão não é fácil e requer precisão nas escolhas para a montagem do elenco. De acordo com o Transfermarkt, é o segundo clube com valor de mercado mais baixo da liga – avaliado em 4,38M € -, o que reflete na menor média de idade da Premiership, 24 anos.
O treinador Brian Rice, que chegou ao clube na metade da temporada passada substituindo Martin Canning (quatro anos a frente dos accies), permaneceu no comando da equipe. Nos seis meses a frente do Hamilton o técnico sentiu dificuldades para implementar seu estilo ofensivo, optando em muitos momentos por uma postura mais defensiva com foco nos pontos necessários para fugir da degola.
O elenco sofreu perdas importantes, o que dificulta ainda mais o trabalho da comissão técnica. O atacante e ídolo Dougie Imrie, com 35 gols pelo clube, se aposentou. A defesa perdeu dois titulares absolutos, o goleiro Gary Woods (Oldham Athletic, da 4ª divisão inglesa) e o lateral direito Ziggy Gordon (Central Coast Mariners-AUS).
Mesmo a custo zero, o Hamilton conseguiu reforçar seu elenco com peças interessantes do mercado interno. O goleiro Fôn Williams (Inverness), o zagueiro Ciaran McKenna (Falkirk), lateral esquerdo/zagueiro Brian Easton (St. Johnstone) e o meia Blair Alston (St. Johnstone). No ataque as fichas estão depositadas no grego Ogboe e no jovem Lewis Smith, recém promovido ao profissional – a base do clube é tratada com muita esperança e confiança por toda comunidade. O rápido encaixe dos novos jogadores é fundamental para o time conseguir se manter na Premiership.
Fundação: 1874
Cores: vermelho e branco
Cidade: Hamilton
Estádio: New Douglas Park (6.018 pessoas) construído em 2001
Títulos principais: Tricampeão da Segunda divisão escocesa (07/08, 87/88, 85/86)
Time base: Owain Fôn Williams; Ciaran McKenna, Easton, Gogic; McGowan, Alston, Hughes, Mackinnon, McMann; Ogboe e Miller.
Técnico: Brian Rice

Coração pressionado
Campanha da temporada passada deixou sequelas
As onze primeiras rodadas da liga 18/19 na liderança trouxeram grande expectativa na torcida grená – obvio que não relacionada ao título, mas a conquistar coisas importantes como uma classificação para a Liga Europa. A queda de resultados e desempenho foi muito grande e o clube terminou apenas com um sexto lugar.
Bons resultados nas primeiras rodadas são essenciais para que o ambiente no Tynecastle Stadium não fique tenso. O mercado de transferências não foi o dos sonhos. Um dos pilares da equipe, o meia Arnaud Djoum foi atuar no Al-Raed-AS. Para a criatividade do time o retorno de Jamie Walker (Wigan-ING), meia/extremo pela esquerda, é uma das apostas.
Para o ataque foi contratado Conor Washington (Sheffield Utd-ING), que veio de uma temporada sem gols e três assistências – mas não teve uma grande sequência em campo: atuou em média 30min nas 22 vezes que jogou. A grande notícia no setor ofensivo é a permanência em definitivo de Steven Naismith, com o escocês em campo o nível da equipe aumenta: artilheiro do Hearts com 14 gols em 27 jogos na última temporada.
O limite de paciência da torcida com o treinador Craig Levein não é dos maiores. Os apoiadores não ficaram satisfeitos com os rumos que a equipe tomou no decorrer da última Premiership, tendo uma postura muito defensiva em campo. O elenco não mudou em grande escala, a se observar qual será a postura da comissão técnica e time nesse início de liga.
Fundação: 1874
Cores: grená e branco
Cidade: Edinburgh
Estádio: Tynecastle Park (20.099 pessoas) construído em 10/04/1886
Títulos principais: Campeonato Escocês (1894–95 , 1896–97 , 1957–1958 , 1959–1960), Copa da Escócia (1890–91 , 1895–96 , 1900–01 , 1905–06 , 1955–56 , 1997–98 , 2005–06 , 2011–12) e Copa da Liga Escocesa (1954, 1958, 1959, 1962)
Time base: Zdenek Zlámal; Michael Smith, John Souttar, Berra, Aaron Hickey; Sean Clare, Oliver Bozanic, Jamie Walker, Jake Mulraney; Steven Naismith e Conor Washington.
Técnico: Craig Levein

Maior investimento pelo sonho europeu
Clube busca se firmar novamente entre os grandes do país e vislumbra a Europa
Após uma recuperação na parte final da temporada em 2018-19, onde terminou na quinta colocação, a frente do maior rival Heart, os Hibs chegam nesta edição da Premiership com objetivos mais altos, se firmar no Top Six e quem sabe beliscar uma vaga na Liga Europa. Para isso investiu em contratações e manutenção das principais peças que ajudaram o time a melhorar na parte final da temporada.
Sob o comando do técnico Paul Heckingbottom o clube somou sete vitórias, quatro empates e quatro derrotas, aproveitando de 1.67 dos pontos. O técnico, de forte influência nas divisões inferiores da Inglaterra, trouxe de lá a maior parte das contratações para o ano. Nomes como o goleiro Cris Maxwell (Preston North),o lateral Tom James (Yeovil Town), o zagueiro Adam Jackson (Barnsley), os meias Josh Vela (Bolton), Joel Newell (Rotherham) e o centroavante Cristhian Doidge (ex-Bolton e Forest Green Rovers) vem da terra da Rainha, onde o técnico trabalhou no Barnsley e atuou como atleta profissional. Scott Allan meia ex-Celtic voltou em definitivo, após não se firmar no gigante escocês, sendo uma grande aposta para a criação do time.
Nenhuma grande perda afetou o elenco, saídas de jogadores experientes, mas que não eram titulares, como o zagueiro norte americano Jonhatan Spector, o volante Bigirimana (ex-Newcastle), ambos ainda sem clube, e Bartley que acertou transferência para o Livingston. A base de equipe foi mantida e com estas novas opções, Paul Heck espera montar um time mais ofensivo, intenso, com jogadas pelos lados, servindo o centroavante Doidge que marcou 15 gols, entre a segunda e terceira divisão inglesa, na temporada anterior.
Mais contratações podem chegar e a torcida do lado verde de Edinburgh acredita que uma boa temporada pode vir, quem sabe com uma volta para as competições europeias e vitórias no clássico da capital. Após os três anos de purgatório, vivenciados com a segunda divisão nas temporadas de 2014-15, 2015-16 e 2016-17, a esperança é se firmar entre os grandes do país e com o excelente início de jornada, esse sonho parece mais real. Em quatros jogos na Copa da Liga, foram três vitórias e um empate (com vitória nos pênaltis), mostrando a força dos Hibs na temporada que se inicia.
Fundação: 1875
Cores: Verde e branco
Cidade: Edinburgh (capital)
Estádio: Easter Road Stadium (20.421 lugares), construído em 1892
Títulos: Quatro vezes campeão nacional (1902-03, 1947-49, 1950-51 e 1951-52), três vezes campeão da Copa da Escócia (1886-87, 1901-02 e 2015-16), três vezes campeão da Taça da Liga (1972-73, 1991-92 e 2006-07), seis vezes campeão da segunda divisão (1893-94, 1894-95, 1932-33, 1980-81, 1998-99 e 2016-17)
Time base: Marciano, Whittaker, MC Gregor, Jackson, Mackie, Horgan, Mallan, Vela, Newell, Kamberi e Doidge
Técnico: Paul Heckingbottom

Existe vida sem Steve Clarck
Afirmação é repetida e por vezes se torna interrogativa para os Killes, que sob o comando de Angelo Alessio iniciam a temporada
Foram dois anos de intensas mudanças, não somente na questão tática e de treinamentos, mas estrutural, física e motivacional. O então saco de pancada dos gigantes, um clube fadado a lutar contra o rebaixamento nos anos anteriores, se tornou uma equipe sólida competitiva e capaz de terminar uma liga incomodando a dupla Old Firm, com a terceira posição na temporada 2018-19. Tudo isso se deve ao excelente trabalho realizado pelo treinador Steve Clarck.
Porém após a missão no Kilmarnock, o técnico saiu para manter a fase de transição da seleção nacional e deixou órfão os milhares de torcedores dos Killes que agora terão que seguir sem o apoio de seu professor. Na Escócia é unânime a importância que o técnico teve na ressurreição da equipe, campeã escocesa em 1968 e que antes de Clarck escapou do rebaixamento na repescagem na temporada 15-16 e colecionava posições inferiores como o 9° ou 10°lugar na liga, a cada temporada.
A vida precisa seguir e para isso o clube buscou o auxiliar de Antônio Conte, Angelo Alessio, com pouca experiência como treinador principal, mas conteúdo tático relevante e desenvolvimento de jovens da base elogiável. Em termos de perdas, as saídas de Jordan Jones (ponta) para o Rangers e Kris Boyd (centroavante) aposentado, somadas a chance de perder o zagueiro e destaque do time Stuart Findlay para Oxford-ING assombram a torcida. Que teve que se contentar com as contratações do goleiro romeno Branescu e do volante holandês/marroquino El Makrini de 32 anos.
Outras contratações podem chegar, afinal o clube ainda analisa o mercado, mas com a eliminação precoce na Liga Europa, as condições financeiras não permitem grandes investimentos neste início de campeonato. Resta saber se o atual técnico conseguirá manter a unidade e padrão de jogo apresentando na última temporada. Apesar da esperança, os torcedores sabem que será difícil igualar o ano anterior, mas se ao menos se aproximar já estarão felizes, com sorrisos largos no rosto.
Fundação: 1869
Cores: Azul e branco
Cidade: Kilmarnock
Estádio: Rugby Park (18.128 mil pessoas), construído em 1899
Títulos: Campeão nacional (1964-65), duas vezes campeão da segunda divisão (1889-90 e 1897-98), Campeão da Copa Escócia 1919-20, 1928-29, 1996-97 e Campeão da Copa da Liga 2011-12
Time base: MacDonald, O´Donnell, Flindlay, Broadfoot, Taylor, Dicker, Power, El Makrini, Burke, McKenzie, Brophy
Técnico: Angelo Alessio

Repetir para permanecer
A última campanha é o espelho para 19/20
A temporada pós acesso do Livingston foi uma grata surpresa. O clube teve ótimo início de Premiership com cincos vitórias, três empates e apenas uma derrota nas primeiras nove rodadas, o que deu fôlego e paz para alcançar o objetivo de permanecer na elite escocesa. O final de temporada com poucas vitórias não apagou a importância do que foi conquistado: a nona colocação com doze pontos acima da zona de rebaixamento.
Os momentos de destaque em 18/19 trouxeram holofotes para West Lothian e perdas de importantes jogadores aconteceram. Os zagueiros Craig Halkett (Hearts) e Declan Gallagher (Motherwell) e o goleiro Liam Kelly (QPR-ING) saíram. Por outro lado, o comandante da permanência, Gary Holt, continuará em Livingston, o que é uma boa notícia.
O clube não se omitiu na janela de transferências e mesmo a custo zero teve criatividade para se reforçar com jogadores vindos de diferentes mercados. O zagueiro Cécé Pepe, chegou do Rieti que disputa a Série C italiana, o lateral direito Nicky Devlin, ex Walsall da terceira divisão inglesa, e o lateral esquerdo Ibrahima Savane, que atuava pelo AS Béziers da Ligue 2. Para o meio campo chegaram o experiente volante Marvin Bartley, do Hibernian, e o meia francês Aymen Souda, vindo do Dunarea Calarasi da Segunda Liga Romena.
No ataque apenas a volta de empréstimo de Lyndon Dykes, que fez boa temporada pelo Queen of the South com 10 gols e 16 assistências. Se mantiver a média de 42 gols da última temporada, o Livi terá boas chances de vislumbrar o terceiro ano seguido na Premiership. As primeiras quatro rodadas já reservam confrontos diretos contra o rebaixamento e repetir o forte início da última liga é o objetivo.
Fundação: 1943
Cores: âmbar e preto
Cidade: Livingston, West Lothian
Estádio: Tony Macaroni Arena (9.512 pessoas) construído em 1995
Títulos principais: Copa da Liga Escocesa (2004)
Time base: Ross Stewart; Nicky Devlin, Pepe, Alan Lithgow, Ricki Lamie; Marvin Bartley, Jacobs, Steven Lawless, Scott Pittman e Souda; Dykes.
Técnico: Gary Holt

Reformulação e busca pelo equilíbrio
Após realizar um bom segundo semestre, Motherwell tenta se reconstruir como equipe para sonhar com melhores posições
Mais uma temporada se inicia na Escócia tendo o Therwell como participante na primeira divisão. Porém desde 2012-13, quando conquistou o vice-campeonato encantando o país com um futebol agressivo e competitivo, o clube vive dias de martírio, sempre lutando pela parte de baixo da tabela, com dificuldades em manter seus principais jogadores. E em 2019-20 a história se inicia com o mesmo roteiro.
Após se recuperar na parte final do ano, o clube perdeu boa parte de seus melhores jogadores, que seduzidos por outras propostas deixaram Fir Park. O ponta esquerdo Hastie para o Rangers, Main para o Aberdeen, Alex Gorrin para o Oxford -ING e o meia-atacante norte americano Gboly Ariybi para o Notting Forrest-ING. Além deles, a revelação do campeonato David Turnbull quase foi negociado para o Celtic FC, mas um contusão o afastou dos Hoops e vai tirá-lo dos gramados por alguns meses.
Em contra partida o técnico Steve Robinson trouxe nove reforços. D.Cole ponta emprestado pelo Wigan, Jake Carrol lateral-esquerdo ex-Cambridge-ING, Cris Long ponta do Blackpool, Liam Polwoarth meia destaque do Inverness na segunda divisão, o dinamarquês Sloth do Silkerborg, o ponta Sherwin Seedorf (ex-Wolves-ING), o atacante belga Mazinga (ex-RSC Chatelet-BEL) e o lateral/meia esquerda croata Christian Ilic do TSV Hartberg-AUT. Além dos garotos Barry Maguire zagueiro e Adam Livigstone lateral esquerdo, que vieram da equipe B.
Esta será a terceira temporada do treinador norte irlandês a frente do clube, sem grandes resultados expressivos, mas com um excelente trabalho com os garotos da base. A expectativa para este campeonato é longe de ser audaciosa, mas ao menos o intuito é buscar um ano mais tranquilo, longe da zona de rebaixamento e quem sabe conseguir manter uma base de equipe para as temporadas seguintes. A julgar pelo início de jogos, a torcida pode ter esperança de um ano melhor, afinal na Copa da Liga (fase de grupos) foram quatro partidas, com quatro vitórias convincentes, bom futebol, 13 gols marcados e nenhum sofrido.
Fundação: 17/05/1886
Cores: Amarelo e bordô
Cidade: Motherwell
Estádio: Fir Park (13.750 pessoas), construído em 1893
Títulos principais: Campeão escocês (1931-32), Copa da Escócia (1951-52 e 1990-91) e Copa da Liga Escocesa (1950-51)
Time base: Gillespie, Tait, Gallagher, Dunne, J.Carroll, Donnely, Campbell, Polworth, Hylton, Seedorf (Ilic), J.Scott
Técnico: Steve Robinson

Tempo de colheita?
A diferença para o rival diminuiu, a nova temporada mostrará em qual proporção
O entusiasmo vindo do lado azul de Glasgow tem motivos: permanência de Steven Gerrard no comando da equipe, boas movimentações na janela de transferências e os últimos resultados e desempenho dentro de campo – duas vitórias nos últimos três Old Firm e melhor campanha com doze pontos em cinco jogos disputados no top six da última Premiership.
Apesar das perdas importantes do zagueiro Joe Worrall (N.Forest-ING) e do ponta esquerdo Ryan Kent (Liverpool), que estavam emprestados e voltaram para seus clubes, e a venda do meia direita Candeias (Genclerbirligi-TUR), o clube conseguiu manter peças fundamentais e trouxe reforços.
O capitão Tarvenier permaneceu. Steven Davies que estava emprestado assinou em definitivo. O empréstimo de Defoe junto ao Bournemouth foi renovado e Morelos não foi vendido, a dupla garante ao Rangers forte poder ofensivo, pois na última temporada somados alcançaram 38 gols e 19 assistências.
O clube investiu para o setor defensivo: os zagueiros Filip Helander (Bologna-ITA) por 3,90M € e George Edmundson (Oldham Athletic-ING) por 784 mil € foram contratados. Destaques do mercado interno chegaram sem custos, os extremos Jordan Jones (Kilmarnock), Greg Stewart (Aberdeen) e Jake Hastie (Motherwell). Além do empréstimo do promissor meia Sheyi Ojo junto ao Liverpool.
O elenco está mais forte e tem condições para brigar pelo título de forma mais contundente do que na temporada passada, quando ficou nove pontos atrás do Celtic. O título seria a coroação da reestruturação do Rangers, mas é importante não deixar a pressão afetar a continuidade do bom trabalho de Steven Gerrard.
Fundação: 1872
Cores: azul royal, branco e vermelho
Cidade: Glasgow
Estádio: Ibrox Stadium (50.817 pessoas) construído em 1899
Títulos principais: Campeonato Escocês (54x), Copa da Escócia (33x), Copa da Liga Escocesa (27x) e Recopa Europeia (1971/72)
Time base: Allan McGregor; James Tavernier, Connor Goldson, Edmundson, Halliday; Davis, Jack, Kamara; Ojo, Jordan Jones e Morelos.
Técnico: Steven Gerrard

Voltar para ficar
Clube manteve a base campeã na segunda divisão nacional e trouxe alguns reforços pontuais, visando a manutenção na elite
A grande missão do Ross County nesta edição da Premiership é evitar o efeito ioiô tão presente em diversas ligas nacionais pelo mundo. Após uma queda, por meio de uma campanha vergonhosa em 2017-18, apenas 21 pontos em 38 jogos, o clube venceu a Série B de ponta a ponta, garantindo o retorno a elite nesta temporada. Porém sabe que precisa evoluir para encarar as dificuldades de uma longa jornada entre os grandes clubes escoceses.
Para isso manteve os treinadores (isso mesmo) Steve Ferguson que fez parte da comissão técnica junto a Stuart Kettlewell e tirando a perda de seu goleiro, o experiente Scott Fox que resolveu voltar ao Partick Thistle, manteve a base de equipe com jogadores importantes. O zagueiro inglês Fontaine, o lateral e capitão Marcus Fraser, o volante Ian Virgus, o experiente meia Don Cowie e o centroavante Brian Graham, artilheiro da última temporada com 14 gols.
Entre as contratações estão dois goleiros: o titular Laidlaw ex-Hibernian em definitivo e o reserva Nathan Baxter do Chelsea por empréstimo. Da segundona vieram os meias Chalmears 25 anos (Inverness) e Spittal 23 anos (Partick Thistle). Além deles o irlandês Simon Power (Norwich), atacante de 21 anos, vem por empréstimo de uma temporada e o também atacante escocês Lee Erwin (ex-Tractor Sazi-IRÃ). Aliados aos remanescentes eles terão a missão de manter o clube na elite. Além desta base e contratações, a equipe de Dingwall conta com sua pequena, mas fanática torcida para fazer do estádio Global Energy um pequeno caldeirão. Com capacidade para pouco mais de seis mil pessoas, o campo se torna uma arma para o clube. Até mesmo os gigantes Celtic e Rangers, por vezes, têm muita dificuldade para arrancarem vitórias neste terreno. Portanto fé no time e em seu caldeirão, para alcançar a manutenção.
Fundação: 1929
Cores: Azul, branco e vermelho
Cidade: Dingwall
Estádio: Global Energy (6.541 pessoas), construído em 1929
Títulos: Campeão da Copa da Liga (2015-16) e campeão da segunda divisão (2011-2012 e 2018-19)
Time base: Laidlaw, Fraser,Morris, Fontaine, Kelly, Virgurs, Paton, Spittal, Gardyne, MC Kay, Braham Graham
Técnicos: Steve Ferguson e Stuart Kettlewell

Longevidade e confiança no trabalho
St John aposta na receita caseira amparada pela manutenção das principais peças do elenco
Se existe uma equipe na Escócia que conseguiu se manter sem grandes investimentos e com a crença no projeto interno, nestes últimos dez anos, este foi o St. Johnstone. O clube vai para sua sétima temporada sobre o comando do norte irlandês, Tommy Wright, o Fergurson de Perth. Mais uma vez sem grandes contratações, mas apostando na manutenção de suas principais e experientes peças.
Jogadores como Liam Criag e David Wotherspoon meias, Murray Davidson volante, Steve Anderson zagueiro, Ricky Foster lateral direito, Cris Kane e Danny Swanson atacantes, são figuras presentes em diversas temporadas, dando uma base de equipe forte, possibilitando a continuidade de trabalho e filosofia do clube. Nem mesmo as duas últimas temporadas abaixo (foram quatro anos seguidos com o 4° lugar na liga, mas em 2017-18 o 8° e 2018-19 o 7°) fizeram o clube mudar de rumo, comissão técnica e a estrutura de equipe seguem a mesma, com algumas mudanças pontuais.
Entre as perdas desta temporada, as mais sentidas serão do atacante Tony Watt, o jogador fez 29 jogos e 2 gols em 2018-19, vai atuar no CSKA Sofia-BUL, além do capitão Joe Shaughnessy zagueiro irlandês, que também não se acertou com o clube e deixou Perth, após quatro temporadas. Em termos de contratação apenas três até aqui, o jovem lateral da base do Celtic, Wallace Duffy de 20 anos, o zagueiro estoniano Madis Vihmann 23 anos (emprestado pelo Flora-EST) e o goleiro Elliot Parish, inglês de 29 anos, do Dundee FC que mesmo com o rebaixamento do seu ex-clube fez boa temporada e foi adquirido por 250 mil euros em um contrato de dois anos.
O objetivo nesta Premiership é retornar ao Top Six, fechando a mesma entre as melhores equipes, buscando se recuperar da eliminação precoce na Copa da Liga e tentando brigar pelo título da Copa da Escócia, onde foi campeão em 2013-14 sobre o Dundee United. Para isso resta acreditar na base de equipe experiente (mas também envelhecida) e no trabalho de continuidade de seu treinador Sr Tommy Wright.
Fundação: 1884
Cores: Azul e branco
Cidade: Perth
Estádio: McDiarmid Park (10.696 pessoas), construído em 1989
Time base: Parish, Duffy, Kerr, Vihmann,Tanser, McCann, McClean, Craig, Swanson, Kennedy, Hendry
Técnico: Tommy Wright

Em perigo
O clube novamente iniciará a temporada com risco de rebaixamento
St. Mirren se livrou da segunda divisão apenas nos pênaltis no confronto contra o Dundee United, válido pelos play-offs de acesso/descenso. O 11° lugar na última Premiership com 66 gols sofridos trouxeram algumas mudanças, mas não com a intensidade que o torcedor esperava.
Começando pelo comando da equipe: saí Oran Kearney, com 9 vitórias, 9 empates e 20 derrotas na última liga, e assume Jim Goodwin, que tem a seu favor profundo conhecimento do clube que atuou como defensor entre 2011 e 2016.
Quatro defensores não permaneceram. Os zagueiros Anton Ferdinand (sem clube) e Mihai Popescu (Dín. Bucareste-ROM), o lateral esquerdo Mateo Muzek (Sheriff-MDA) e o lateral direito Laurentiu Corbu (Dín. Bucareste-ROM). E apenas três chegadas, os meias Oan Djorkaeff (Nantes B-FRA) e Tony Andreu (Coventry City-ING), além do goleiro Dean Lyness (Raith Rovers) que voltou de empréstimo.
Resta saber se as poucas mudanças foram bem realizadas o suficiente para livrar os Saints da queda para Championship. Para aumentar ainda mais a preocupação da torcida, as três primeiras rodadas serão ingratas – confrontos diante de Hibernian, Aberdeen e Rangers – e iniciar Premiership com três derrotas seria mentalmente pesado.
Fundação: 1877
Cores: Preto e branco
Cidade: Paisley
Estádio: The Simple Digital Arena (8.023 pessoas) construído em 31/01/2009
Títulos principais: Copa da Escócia (1925–26, 1958–59, 1986–87) e Copa da Liga Escocesa (2012-13)
Time base: Hladky; MacPherson, McGinn, Baird, Erhahon; Flynn, Stephen McGinn, Kyle Magennis, Djorkaeff e Tony Andreu; Danny Mullen.
Técnico: Jim Goodwin
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