Quantidade versus qualidade: por que dezembro de 2018 explica o CSA atual?

Anúncios

Quando o CSA entrou em campo contra o Athletico no último sábado (20), a média de idade do 11 titular tinha 29,7 anos. Os mais novos foram Jordi (25) e Dawhan (23). O maior problema do clube alagoano nesta Série A é físico. A elite pede intensidade, como ponto básico. A média de idade do elenco é pouco menor: 27,98. Pode parecer estranho, mas o plantel do Palmeiras é o segundo em média de idade do Brasileirão e se trata de um dos melhores do país, mas com uma diferença: o time que o Palmeiras colocou contra o Ceará tinha média de 28,11. No caso do Azulão havia um buraco na linha dos 25 aos 27 anos, que para muitos é o auge da forma física.

Não parece ser coincidência que os dois jogadores citados acima, ao lado de Victor Paraíba (21) são os jogadores menos criticados do time – sem contar Matheus Sávio, 22 anos, que saiu no período da Copa América para o futebol japonês e era o melhor jogador da equipe. Apodi entre os mais experientes é o que se salva de críticas maiores. É preciso mesclar um elenco na Série A, mas há um fator que explica o momento: dezembro de 2018.

Matheus Sávio deixa saudades a cada partida do CSA após a Copa América (Foto: Augusto Oliveira/RCortez/CSA)

Logo após o acesso à Série A, o CSA anunciou vários reforços, que não deram tanta alegria ao torcedor logo na divulgação pelas redes sociais. A justificativa era que o investimento no Alagoano seria totalmente o oposto da Série A, o que é fato, mas o nível dos reforços demonstrava que não se enquadrava nem perto do que a primeira divisão pedia. Faltou analisar melhor quem estava sendo contratado, com a possibilidade de pensar que poderia ser utilizado na Série A.

Entre o jogo de acesso contra o Juventude e a estreia no Campeonato Alagoano, o CSA anunciou 17 reforços, sendo que a maioria já foi embora, e exceto por Matheus Sávio (transferência para o Kashiwa Reysol) e Régis (extracampo, atualmente no São Bento), todos por questões técnicas. Veja para qual divisão a maioria foi após jogar no Azulão

Joazi – América de Natal

Ramon – retornou ao Fluminense

Patrick Fabiano – sem clube

Lucca Motta – sem clube

Lohan – ABC

Mauro Silva – sem clube

Pedro Rosa – sem clube

Jhonnatan – Náutico

Thiaguinho – Inter de Limeira

Hiago – Botafogo-PB

Como se vê, nenhum deles se transferiu para clubes nem mesmo da Série B, o que é sintomático. A aposta foi na quantidade sem analisar a qualidade, pois muitos nem mesmo chegaram ao fim do Alagoano, que foi o argumento (justo, repetindo) para um menor investimento, mas poderia ter sido melhor.

Para ser ter ideia, permanecem no elenco dessa primeira leva de jogadores: Gerson (Z, 26 jogos), Luciano Castán (Z, 27J), Amaral (V, 6J, sofreu lesão), Fabrício (G, 2J, 3º goleiro) e João Carlos (G, 20J, atual reserva), sendo que nenhum deles atuou na última rodada – apenas Gerson e João ficaram no banco de reservas

Quando se viu em crise, após a derrota para o Mixto na primeira fase da Copa do Brasil, sendo o primeiro clube da Série A eliminado da competição, tratou de anunciar mais um quarteto para o elenco. Antes do, considerado, vexame, a equipe já havia anunciado o lateral-esquerdo Carlinhos. No dia seguinte a desclassificação, foram divulgadas as chegadas do atacante Cassiano, o meia-atacante Manga Escobar, o zagueiro Ronaldo Alves e o lateral-direito Apodi, nomes que agradaram a torcida, apesar do questionamento da razão de não terem sido contratados antes. Até a Série A, chegaram mais oito jogadores, com destaque para o meia Madson, o volante Naldo, o lateral Armero (que já saiu) e o goleiro Jordi. Ficava clara a aposta na experiência para a disputa da Série A após 32 anos, o que culminou em um time sem força de reação, transição ofensiva rápida e que cansa rapidamente. Mesclar o elenco é a receita mínima para ser competitivo na Série A. Falta isso para o clube alagoano.

Que a nossa análise seja subvertida e o CSA possa se manter, mas parece difícil, pois fisicamente, transparece que não aguentará. Isso não apaga a ascensão sensacional, a recolocação do estado na Série A e a sensação de receber os melhores clubes do Brasil em casa.

Confira todas as vitórias do CSA na Série A, clicando aqui.

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: