Tivemos um inédito campeão estadual em 2019: a Associação Desportiva Freipaulistano, campeã sergipana. A equipe alcançou o (primeiro) ápice com menos de três anos de fundação. O time tem muitas histórias interessantes, seja na campanha da taça, nas temporadas anteriores e pela cidade-sede. Em alusão a 2019, nós separamos 19 casos que envolvem o contexto da equipe.
De quase rebaixado a campeão
O formato do Sergipano 2019 propiciava, mais uma vez, algo pitoresco. Das nove rodadas da primeira fase, o Freipaulistano ficou quatro na zona de rebaixamento e duas no sétimo lugar. A equipe entrou no G6 apenas na penúltima, pois na sétima rodada, a equipe estava caindo à segunda divisão. No hexagonal final, o clube se recuperou e não perdeu nenhuma partida.
A mão de Betinho

O treinador da conquista inédita começou o campeonato pelo Confiança, onde estava na quinta passagem, onde conquistou o acesso à Série C em 2014 e manteve o time na terceira divisão por três vezes. Nesse ano, foi demitido em 11 de março, mas dois dias depois foi anunciado pelo Touro. A primeira partida foi contra o ex-clube e terminou empatado em dois gols. Nas seis partidas seguintes não perdeu nenhuma partida e se consagrou o treinador campeão sergipano de 2019.
Luan, o artilheiro do campeonato

Contratado para a disputa desse ano, Luan fez nove dos 18 gols da campanha e terminou como artilheiro do Sergipano. Ele foi formado na Bahia, onde nasceu, mas tem duas passagens pelo futebol local, quando defendeu Amadense e Boca Júnior. Em 2015, jogou no Gama e Sobradinho. No ano seguinte, foi campeão do Paulista Série A-3 pelo Sertãozinho. Antes de chegar a Frei Paulo, passou pelo futebol tcheco quando jogou pelo Bohemians 1905.
Três anos e quatro competições
A ascensão do Touro do Agreste é tão meteórica, que a equipe tem mais campeonatos estaduais disputados do que anos de idade. Fundado em agosto de 2016, o clube participou de uma edição da segunda divisão no mesmo ano que surgiu, e das três últimas disputas da elite estadual.
O primeiro jogo
No dia 29 de agosto de 2016, a equipe era fundada e menos de dois meses depois, entrava em campo para encarar o Coritiba, de Itabaiana, mais exatamente, 8 de outubro, pelo Sergipano Segunda Divisão. Foram 252 pagantes que assistiram o empate em 1 a 1, com Jonatha Alves marcando o primeiro gol da história do clube.
Renato e Victor Muribeca: no início e na glória
Dois jogadores do elenco atual estiveram no primeiro título do Frei. Os meias Victor Muribeca e Renato foram parte do primeiro plantel da história da equipe. Muribeca, 25 anos, ficou fora da equipe em 2017 e 2018, enquanto Renato, 21, só não esteve ano passado, ou seja, participou do primeiro campeonato, da primeira participação na elite e da campanha do título.
Índio, único nas três passagens pela elite
Nascido como Lucas Fábio de Jesus dos Santos, Índio é lateral-esquerdo, tem 23 anos e é de Frei Paulo. Filho da terra, ele foi formado pelo Confiança, se profissionalizou pela Socorrense em 2016 e no ano seguinte teve a chance de jogar pelo time da cidade. Em 2017, fez sete jogos e nos dois anos seguintes, fez apenas duas partidas em cada campeonato. É o único que esteve nas três participações do clube na primeira divisão.
53 jogos na história
O “tricolor” tem apenas 53 jogos em três anos de história. Algo que clubes da Série A ou B fazem tranquilamente em uma temporada. O retrospecto, até então, é favorável, com 21 vitórias, 13 empates e 19 derrotas. Em 2016, a equipe terminou a temporada invicta. Na primeira participação na elite, em 2017, teve dez derrotas, mas por ter conseguido disputar o hexagonal final no debute.
Itabaiana, o maior freguês
Até esse ano, o Freipaulistano nunca havia vencido um clube do trio Confiança, Sergipe e Itabaiana. Ainda não garantiu triunfo para cima do primeiro. Contra o Colorado venceu, por 1 a 0, no hexagonal final. Quando resolveu vencer o Itabaiana fez do clube “rival” a equipe que mais venceu em toda sua história, com três vitórias contra duas, cada, contra Boca Júnior, Amadense, Propriá, Aracaju e Maruinense.
As goleadas pró e contra
Na história, são poucas as vezes que o clube esteve em um jogo com goleada, com três resultados por 4 a 0, sendo uma vitória e duas derrotas. Em 2016, venceu o Propriá, por 4 a 0, e no ano passado derrotou a Socorrense, por 4 a 1. O problema é que tem mais goleadas sofridas, com o resultado supracitado ocorrendo contra o Itabaiana (2017) e Sergipe (2019), mas a pior derrota foi por 7 a 1, quando perdeu para o Boca Júnior no Sergipano 2017.
Carlinhos Bala
Em 2017, para debutar no Sergipano, a equipe chamou atenção ao contratar o atacante Carlinhos Bala, ele mesmo, ex-Sport, Cruzeiro e Santa Cruz. O anúncio foi feito em 3 de janeiro. Ele fez dois gols em 12 jogos. Curiosamente, os dois gols foram marcados contra o Amadense. Em meio ao hexagonal final, pediu dispensa, com a justificativa de não ter mais objetivos a alcançar, pois a equipe permaneceu na divisão e não tinha chances de classificação à final. Em 6 de abril, deixou o clube.
O estádio do clube

A equipe manda os jogos no Estádio Municipal Jairton Menezes de Mendonça, o popular Titão, com capacidade para quatro mil pessoas. Infelizmente, não pôde jogar a partida final em casa, devido a mais um regulamento que descompreende a relação população da cidade e capacidade do estádio.
O quinto campeão unitário
O Freipaulistano coloca teu nome na lista dos campeões, como 16º clube diferente a erguer a taça. Agora, se junta a Industrial (Aracaju), em 1921; Riachuelo, em 1941; Passagem (Neópolis), em 1950 e Lagartense (Lagarto), em 1998, que têm uma taça. Em 2020, tentará chegar a segunda conquista para se juntar a River Plate (Carmópolis), Ipiranga (Maruim) e América (Propriá).
Juventude de Mocambo, o campeão amador municipal de 2018

Anualmente, Frei Paulo realiza o Campeonato Municipal de Futebol Amador. Em 2018, equipes como Flamenguinho da Ruinha da Sede, Flamenguinho de Alagadiço, Internacional FC, Juventude de Mocambo, Novo Esporte do Conjunto João Ednaldo, São Paulo de Catuabo, Vila Real e Vitória de Mocambo. Ao final, o Juventude foi o campeão da disputa principal (primeiro quadro) derrotando o Internacional, por 1 a 0.
Em 2020, se tornará forasteiro
O Freipaulistano, pelo que pesquisamos, nem mesmo em amistosos enfrentou clubes de fora do Sergipe. Em 2020, mudará de patamar, pois com certeza terá jogos interestaduais na Copa do Nordeste e Série D, e possivelmente na Copa do Brasil.
Escudo inspirado na bandeira e brasão da cidade

No final de 2018, a ADFP mudou de escudo. Digamos que a nova marca ficou mais freipaulistana, passando a ter o amarelo como terceira cor (sem contar o branco). A bandeira de Frei Paulo carrega o amarelo, azul e verde que ficaram mais evidentes na roupagem. O brasão da cidade que já fazia parte do primeiro escudo continua, com o touro (apesar de serem diferentes) e os dois pés.

Quem foi Frei Paulo?

Em 1865, católicos de Itabaiana estavam em Salvador e convidaram os freis Paulo e Davi para realizarem algumas celebrações pelo estado. Um dos lugares que celebraram uma missa foi em Chã de Jenipapo, oficiosamente o primeiro nome da cidade-sede do Touro. Frei Paulo gostou do que viu e disse que ali seria um bom lugar para se construir uma cidade. Em três anos, ele retornou ao local e cumpriu o “sonho”, criando a cidade. De nome completo, Frei Paulo Antônio Damele de Casanova di Rovegno, nasceu na Itália e foi formado pela Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Em 2015, os restos mortais do religioso foram transferidos de Salvador para Frei Paulo para serem sepultados na Igreja Matriz do município.
A dupla vitória sobre Itabaiana
Dentro de campo, o Freipaulistano conquistou o inédito título sergipano para cima do Itabaiana, com duas vitórias. Porém, essa não é a primeira vitória histórica neste confronto de Frei Paulo x Itabaiana. O município foi fundado em 1890 e durante trinta anos pertenceu a Itabaiana, município que é limítrofe. Em 1920, a cidade garantiu a autonomia e se tornou independente.
“A Terra que Lampião nunca ousou entrar”
Esse é o lema da cidade do clube campeão sergipano. Segundo a história que correu o tempo, Lampião e seus seguidores chegavam a rodear os municípios limítrofes, mas não entrava em Frei Paulo, pois o líder seria devoto de apóstolo Paulo e por respeito nunca entrou na cidade.
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