Polozzi: disputou Copa, mas foi levantar uma taça no Grêmio Goioerê

Zagueiro de qualidade, lembrado por muitos torcedores da Ponte Preta e Palmeiras. Esteve em campo na marcante final do Campeonato Paulista de 1977 e teve quatro anos no Palestra. Pela Macaca foi convocado para a Copa do Mundo 1978, oito anos depois de ver o primeiro Mundial pela TV, e tem uma Bola de Prata conquista em 1977. Com todo esse currículo é difícil acreditar que tenha apenas um título na carreira de jogador, mesmo passando por outros dez clubes após marcar seu nome na dupla citada.

O título em questão é o Paranaense da Segunda Divisão de 1990, quando foi contratado pelo Grêmio Goioerê. Mal sabiam os dirigentes que ao oferecer um contrato por jogo disputado, a equipe chegaria tão longe. Polozzi saiu de lá com um bom dinheiro, mas acima de tudo, uma taça para chamar de sua.

A Revista Série Z bateu um papo com o zagueiro, quando ele veio fazer um amistoso pelo Palmeiras Máster contra o EC Opérário, clube amador de Maringá, no estádio Willie Davids, em dezembro passado.

Quando cheguei nele disse: “Então Polozzi, nós queremos falar do outro lado da sua carreira, as passagens alternativas”. Ele respondeu: “Ah, você quer algo diferente? Legal, vamos lá”. Dá para ter noção de quão legal foi o papo.

O sonho de jogar uma Copa

“Disputar uma Copa é um sonho. Quando eu era garoto, eu também sonhava. Principalmente depois que eu comecei a entender o que era. A minha primeira Copa foi em 1970, que eu assisti quando tinha 15 anos. A minha segunda Copa foi a de 1974, quando eu jogava no júnior da Ponte Preta. A gente via que era um sonho, mesmo que afastado.”

Na Ponte e na Copa, o tamanho desse feito

“Jogar na Ponte Preta naquela época e ser convocado para a seleção era uma coisa assim, quase que impossível, mas o clube foi crescendo se encorpando na época que eu comecei a jogar e fez aquele campeonato de 1977 muito bom, teve toda polêmica. A Ponte ficou muito conhecida por causa desse jogo. Isso nos levou à Copa do Mundo, pois foram três jogadores do time, outra coisa inacreditável. Uma coisa inédita.”

Um time sem título x um time de tradição: a diferença

(pergunta do Kaique Augusto, colaborador de fotografia e redação da revista)

É diferente! A camisa do Palmeiras exige que você entra em campo pensando em título. A Ponte Preta não investe tanto, entra para fazer uma boa campanha e tem feita nesses anos todos. Chegou várias vezes na final do Paulista. Mas eu acredito que um dia a Ponte vai chegar, como a Inter de Limeira, Bragantino ou o Guarani…

O pós-final de 1977

“Nós perdemos um jogador com 20 minutos de partida, que foi o Rui Rei. Jogar contra o Corinthians lá em São Paulo, 11 contra 11 normalmente já é dificílimo. Agora, você vai jogar uma decisão contra o Corinthians com um jogador a menos? Seria muito difícil reverter. Olha que conseguimos segurar com um a menos até quase o final do jogo. Nós resistimos muito. O Brasil inteiro, tirando quem era corinthiano ou Bugre, torceu pela Ponte. Em todo lugar que eu vou, eles conhecem o time da Ponte que perdeu e não conhecem o time do Guarani que ganhou o título. O próprio corinthiano, inclusive. Depois fui para o Palmeiras, um clube no qual torcia na infância; Isso vale para mim mais que um título.”

Pelo Goioerê, o único título na carreira

“Eu já estava em final de carreira, com uns 34 anos, quando recebi um convite. Eu fiz um contrato por jogo, eu ia ganhar por jogo. Eu acho que o pessoal do Goioerê não acreditava muito que o time ia chegar tão longe. Daí, na verdade, eu cheguei lá e o time não perdeu mais. Eu gostei muito de ter vindo para o Paraná. Eu ganhei um bom dinheiro. Vim para jogar sete partidas, mas acabei jogando ‘vinte e poucas’ (risos). Foi o meu primeiro título! Eu não tive oportunidade de ganhar pela Ponte e no Palmeiras, eu peguei uma fase ‘meia brava’.”

A experiência como técnico

Ganhei título como treinador! Foi lá no Piauí com o River (2007). Treinei o River, Flamengo e o Comercial. Na verdade, como treinador, não cresci. Aqui no Brasil é diferente. No Brasil é meio esquisito como se escolhe treinador. Quem começa por baixo, continua por baixo até o resto da vida dele, infelizmente.

Sobre continuar jogando

Estamos aí na luta. Até quando der eu vou jogar (risos).

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Revista Série Z

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading