
No dia 8 de dezembro, o Palmeiras Master enfrentou o EC Operário, clube amador de Maringá, em um amistoso no estádio Willie Davids na cidade supracitada. Ademir da Guia foi uma das figuras que representaram o Palmeiras, mas não pôde jogar, devido a uma lesão na perna direita. A Revista Série Z bateu um papo com o jogador, mas sem falar do Palmeiras, mas do início da carreira, quando foi revelado pelo Bangu. Confira essa entrevista bem legal!
Como foi sua passagem no Bangu?
Joguei no juvenil em 1959, quando o time (profissional) foi campeão carioca. Em 1960, o Bangu foi fazer o primeiro Torneio Internacional de Nova York, aí eu participei. Em 1961, nós fizemos uma excursão, que começou em Portugal, passou Espanha, Itália, França e fomos até a Suécia. Daí em agosto desse ano, o Palmeiras me contratou. Então, eu joguei no Bangu durante quatro anos, tive alguns títulos, viajei bastante e tive uma passagem muito boa que tive lá.
O senhor é carioca, né?
Sou carioca! Mas não estou com sotaque não, né? (risos)
Como era a sua relação com o Bangu na época?
O Bangu foi o seguinte. Quando eu fui treinar no Bangu, aos 15 anos, eu e um amigo meu, a gente ia treinar com a esperança de ficar lá. Só que quando eu cheguei, no primeiro treino que eu fiz, o técnico me chamou e falou: “Você é o filho do Domingos?”. Eu falei: “Sou”. Ele falou: “Puxa, eu sou amigo do seu pai, joguei junto com ele”. Então, por ele ser amigo e ter jogado com meu pai, me ajudou nesse início. Eu já fiquei lá. Eu comecei a carreira, mas sem uma esperança de ser profissional. Só depois que você começa a entender que é um profissional. Mas é tudo assim no início e meu pai me ajudou muito.
O Bangu era um time forte no Rio de Janeiro na época. Com que jogador você jogador que era especial?
Era um clube que tinha a Fábrica Bangu, que ajudava financeiramente. Pagava ‘certinho’ seus profissionais. Isso era algo importante.

Você lembra o seu primeiro jogo profissional pelo clube?
Meu primeiro jogo profissional foi justamente no Torneio Internacional de Nova York. Quando nós voltamos, tinham os titulares, aí comecei a jogar com os aspirantes e fiz mais jogos.
Você chegou a enfrentar o Palmeiras jogando pelo Bangu?
Não! Eu acabei não enfrentando.
E o contrário?
Também não! Eu acho que não.
Você queria ter essa chance?
Até que não. Sabe o que aconteceu? Me foge um pouco a memória, mas eu acho que em 1960, houve uma seleção carioca que enfrentou no Pacaembu, a seleção paulista. Então, foi a primeira vez que eu fui no estádio. Eu fiquei no banco no primeiro tempo e entrei no segundo. Então, essa foi a vez que eu pude enfrentar um time de fora, mas era a seleção paulista.

O senhor mantém alguma relação com o Bangu?
Hoje é mais difícil. Quando meus pais eram vivos, a gente ia mais no Rio. Depois que morrem os pais, a gente fica mais distante. A última que fui lá, foi no final de 2017, quando fizeram uma homenagem para a família Da Guia. Eles colocaram uma foto nossa (eu, meu pai e meus tios) no muro do estádio Moça Bonita. Ficou um tempo lá. (Nota do editor: no momento que ia completar a fala, ele teve que ser chamado para dar o pontapé inicial do amistoso e a entrevista foi encerrada. Sobre o Bangu, Ademir recebeu uma homenagem do time, quando lançou uma camisa retrô em referência a ele e o campeonato mundial de 1960)
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