Neste domingo (19), mais uma edição do Paranaense Divisão de Acesso começa. Dez equipes lutarão pelas duas vagas de acesso. Muita tradição em campo, clubes emergentes que deram uma brecada e histórias, algo comum nas segundas divisões estaduais do Brasil.
O campeonato desse ano conta com um regulamento bizarro, novamente. Coisas de FPF! Das dez equipes, oito passam de fase e as duas últimas são rebaixadas!!! Isso mesmo, possivelmente, na última rodada pode ter equipe se livrando do rebaixamento para entrar na disputa pelo acesso, com possibilidade de “remontar” o elenco. Por um lado, o formato garante mais jogos para os clubes. Lembrando que ficar entre os oito melhores é importantíssimo, pois dá o direito de disputar a Taça FPF.
Na segunda fase, o mata-mata foi extinto, dando lugar a dois quadrangulares, onde os líderes garantem o acesso e vaga na final. A medida é ótima, acima de tudo, mesmo que o medo dos mais tradicionais e fortes de serem eliminados no mata-mata tenha sido levado em conta na formulação.
Os dois rebaixados do Paranaense 2016, Operário e Maringá, são favoritos, ao lado do Paranavaí e União Beltrão. O Andraus pelo vice na Taça FPF desponta como azarão. Grêmio Maringá, Iraty, Apucarana Sports, Cascavel CR e Portuguesa Londrinense devem brigar para não cair e ganhar o prêmio da classificação.
OS CLUBES
Na base da base
Como é comum, o Clube Andraus Brasil, de Campo Largo, irá apostar em um elenco jovem. Sem obter sucesso nas últimas edições de Paranaense – foi quinto em 2016 -, o clube pode pintar como uma das possíveis zebras da competição. Isso, pois a equipe manteve praticamente todo plantel e o treinador Edson Neguinho, que foram vice-campeões da Taça FPF Sub-23 no ano passado. Apesar de serem duas competições diferentes, o entrosamento pode ser o ponto alto da equipe nas primeiras rodadas. No elenco, jogadores acima de 23 anos chegaram como o volante Lennon (ex-Real Monarchs-EUA) e os retornos do goleiro Augusto e do atacante Fabinho, que disputaram a Divisão de Acesso 2016 pela equipe campolarguense.
A busca pela identidade
O clube surgiu de uma fusão entre Cincão e Roma Apucarana, depois foi transferido para a “cidade rival”, para se tornar Grêmio Araponguense e depois dessa andança, a aliança foi desfeita. No primeiro ano de “estabilidade”, a equipe ficou com a 6ª colocação da Divisão de Acesso, o que nada empolgou a população de Apucarana, que ainda desconfia e muito da calmaria. Para essa temporada, a aposta, novamente, é em um elenco jovem. A preparação da equipe começou há um mês e meio. Apesar das poucas informações sobre o elenco, a equipe fez contratações interestaduais, mas acabou que o maior destaque veio do Andraus, o volante Bidu. O Apucarana entra como uma incógnita, pensando no oitavo lugar, que já garante a equipe na edição do próximo ano.
O herdeiro está atrás
O futebol paranaense tem muitos homônimos. O Cascavel Clube Recreativo foi fundado em 2001, a partir da fusão de três equipes, incluindo o Cascavel EC, campeão estadual de 1980. Por anos, foi o clube que levava a torcida ao estádio, mas isso mudou com a ascensão do FC Cascavel, que atualmente está na primeira divisão, com boa média de público e com certo apelo popular. Por isso, a Cobra quer retomar esse posto. Para a disputa da Segundona, o elenco passou uma remodelação, com mais jogadores experientes, como o zagueiro Jalnir (ex-Olímpia) e os volante Mattos (ex-Palmas) e Fernando (ex-Operário-MS). Em 2016, a equipe teve a pior pontuação do campeonato e só não correu risco de rebaixamento, pois duas equipes deixaram o campeonato. O CCR larga como azarão na disputa!
Depois da confusão, o que esperar?
Sem sombra de dúvidas, o Grêmio Maringá teve a preparação mais conturbada da Divisão de Acesso 2017. Simplesmente, pois em certo momento, a equipe teve dois presidentes: David Marcelo Ferreira (Kadu) e Aurélio Almeida. Imbróglios antigos voltaram à tona no fim de 2016 e culminaram na volta de Aurélio Almeida, que desperta sentimentos negativos para o torcedor do Galo. A gestão Kadu chegou a formar um elenco, com boa antecedência e planejamento, ancorado no diretor de futebol André Astorga, que saiu da equipe. No outro lado, Almeida anunciava Tupãzinho, como treinador e teve que formar um elenco do zero, com jogadores, na maioria, vindos do interior paulista. A questão judicial ainda está rolando, mesmo com o silêncio por parte de David, mas não seria surpresa alguma se a confusão continuasse. Por enquanto, o Grêmio Maringá que entra em campo é o de Aurélio Almeida e Tupãzinho.
Um tom mais forte de azul
Vice-campeão da Terceirona Paranaense 2016, o Iraty entra nessa nova disputa com a mesma filosofia: um passo por vez. O acesso foi tranquilo, mas a Divisão de Acesso será bem mais difícil. Do elenco de 2016, os grandes destaques saíram como Doni, Giso e Grafite. Com a perda da experiência, o clube montou o elenco com três bases: jogadores da região, atletas do sub-19 e a tradicional parceria com o Londrina (e SM Sports) que emprestou, novamente, jogadores para o Azulão. Do Londrina vieram jogadores, como o lateral Jardiel, o volante Paulo Henrique, os meias Rodolfo e Romenigue, o atacante Diego Carioca. Um dos poucos remanescentes e mais experientes é o meia Lino. O Iraty entra na disputa com o já conhecido Play de Freitas como técnico e apostando muito nele para armar uma boa equipe.
Como se fosse 2015
No ano passado, descrevi dessa forma no Guia da Série D, a participação do Maringá FC no 1º semestre: “Após a conquista da Taça FPF 2015, o torcedor do Maringá esperava por uma equipe competitiva no Paranaense 2016, para acertar o time para a disputa da Série D, mas tudo mudou. Planejamento mal feito, briga nos bastidores, torcedor iludido com o elenco e base dos garotos campeã de 2015 desfeita, o que culminou em um (in)esperado rebaixamento”. Tudo parecer ter mudado na Zebra, com a reformulação da gestão, incluindo retornos de diretores antigos, mas sabe como é: futebol em Maringá é viver entre sonho e a decepção. O elenco foi feito com antecedência, com uma grande mescla de idade, dos 22 anos de Raikard, que participou da Taça FPF 2015 até os 38 anos do zagueiro Anderson Santos. Destaque para o retorno de Léo Maringá, que saiu do clube em 2014, para defender o Londrina. O treinador é o mesmo de 2015, Fernando Marchiori. O espelho da equipe são clubes que passaram por momento parecido, como o Joinville, Chapecoense e, até vejam só, o “rival” Londrina. Entender quem é e onde está, com humildade, parece ser o caminho, porém a vontade (e talvez, obrigação) é clara: subir ou subir!
Para provar o erro de percurso
A ficha do torcedor e diretoria do Operário de que a equipe foi rebaixada deve ter caído, apenas, no início desse ano. Talvez, por excesso de confiança, a equipe que foi campeã estadual de 2015 sucumbiu na edição seguinte com um rebaixamento totalmente inesperado. O 2016 foi aliviado com a boa campanha na Copa do Brasil e o título da Taça FPF, que deu vaga à Série D 2017. Tudo isso leva a crer que o rebaixamento foi um erro de percurso! Porém, isso apenas será aceito com o retorno imediato a elite. Desde que não haja uma hecatombe, a equipe disputará a segunda fase da Divisão de Acesso simultaneamente com o início da Série D. Resta saber se o elenco tem qualidade e quantidade para aguentar as duas competições. Quatro campeões estaduais estão no plantel: o zagueiro Peixoto, o lateral Danilo Baia, o volante Chicão e o meia Washington. É nessa base que Gérson Gusmão deve montar a equipe.
O elenco que virou alvirrubro
No fim de 2016, André Astorga, ex-zagueiro do Santos e Bragantino, foi anunciado pelo Grêmio Maringá, como diretor de futebol. Para ser treinador, trouxe Rafael Andrade, que venceu a divisão há três anos com o Nacional de Rolândia. Montou todo um elenco para a disputa do campeonato. Mas tudo mudou com a indefinição de qual gestão era a oficial. Astorga, Rafael e cerca de 20 jogadores saíram juntos do clube e rumaram até Paranavaí, para acertar com o ACP. O elenco que vestiria uma camisa alvinegra passou a ser alvirrubro. Contando que o time já treinava em Maringá, com um bom período de antecedência, o Paranavaí se coloca como um dos favoritos ao acesso. O grande destaque da equipe é o atacante Jerferson Monte Alegre, artilheiro do Paraense 2016.
Saudades de tudo
Walber Knário! Esse é o nome do treinador da Portuguesa, que tem mais de 10 temporadas nessa função no clube. Ele já saiu, mas sempre voltou. Na última participação na elite estadual, em 2008, ele estava lá. No último Clássico Pé Vermelho (contra o Londrina), em 2010, ele estava lá. Por tudo isso, ele conhece as dificuldades do time, principalmente, a financeira. Pela mente dele que passa a confiança da diretoria e torcida de que o clube possa fazer uma campanha, ao menos, digna. O elenco conta com jogadores na média de 22 anos até chegar nos “trintões”, o goleiro Fabrício, o zagueiro Alexandre Black e o meia Éverton Totó. O processo de contratações contou com a inclusão de jogadores da região que estavam parados e a manutenção de algumas peças que estão há três anos sob comando de Knário. A Lusa quer reviver o clássico municipal na elite.
Mais um degrau possível, sim!
A confiança é muito grande pelas bandas de Francisco Beltrão! Favorito na Terceirona 2016, a equipe fez jus a característica e subiu sem sustos à Divisão de Acesso. Mais uma subida, aliás, no currículo de Ivair Cenci, um dos “reis do acesso do futebol paranaense”. O time sofreu alterações, mas manteve alguns jogadores da campanha do título, como o zagueiro Casimiro, o volante Wellington Monteiro (ele mesmo, ex-Inter) e o artilheiro da Terceirona 2016, Tiago Maringá. Sem parar os trabalhos, a equipe vem treinando desde o fim de janeiro para começar bem a disputa. Por todos esses motivos, o União entra cotado para brigar pelo acesso e fazer um pouso sem escalas na Divisão de Acesso rumo a primeira divisão. O clube foi quem representou o futeobl brasileiro no nosso primeiro vídeo oficial no Youtube, como pode ser visto, abaixo.
OS CAMPEÕES
Dez títulos em campo
Entre as equipes que disputam a edição 2017, sete já conquistaram a Divisão de Acessso! Entre esses, o Paranavaí é o que mais tem títulos, três, conquistados em 1967, 1983 e 1993. O clube, aliás, junto com Jandaia, Iguaçu e Londrina são os maiores campeões do escalão. O Operário tem duas taças, a primeira no longínquo ano de 1916 e o outro em 1969. Três equipes conquistaram o título neste século, o Grêmio Maringá (2001), Portuguesa Londrinense (2006) e Maringá (então Metropolitano, 2013). O União conquistou o título em 1979 e o Iraty levantou o caneco em 1993.
Cascavel CR, Andraus e Apucarana Sports nunca foram campeões, sendo que os dois últimos nunca disputaram a primeira divisão!
Quando se fala nas cidades que disputam, Maringá tem cinco; Londrina, quatro; Francisco Beltrão, Apucarana e Paranavaí, três, Cascavel e Ponta Grossa, duas, Irati, uma e Campo Largo, nenhuma.
OS ESTÁDIOS
Viaje pelos estádios onde teremos jogos da Divisão de Acesso 2017
TABELA
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