*Atualizado em 03 de setembro de 2020, às 16h22
Estar em uma divisão nacional não significa ser parte da primeira divisão estadual. Se isso é visto na segunda e terceira divisão, com casos até mesmo na Série A, a quarta divisão nacional não seria diferente. Você pode se perguntar como é possível que uma equipe se classifique à Série D, estando na segunda (ou terceira) divisão estadual. Obviamente, não seria via Estadual, mas existem outros dois modos, pelas copas estaduais ou vindo de um rebaixamento da Série C.
A Série Z te mostra os casos em que clubes disputaram a segunda ou terceira divisão estadual, mas fizeram parte do quadro de clubes da Série D!
Pelotas (2009)
Fora da elite gaúcha entre 2005 e 2009, o Pelotas conseguiu a vaga na primeira Série D via Copa FGF 2008, quando se sagrou campeão em cima do Cerâmica, no ano do centenário da equipe. Na Série D 2009, a equipe teve, dentro de campo, a pior campanha, com um ponto ganho, mas ficou na penúltima colocação geral, pois o Naviraiense perdeu pontos. Em compensação, o Lobo conseguiu o vice-campeonato do Gaúcho da Segunda Divisão, garantindo o retorno à primeira divisão.
CSA (2010)
Quem vê a atual situação do CSA pode não lembrar que em 2010, o clube estava na segunda divisão estadual, após o rebaixamento em 2009. O caso da participação do CSA é bem peculiar. O Murici, então campeão alagoano, acabou desistindo da Série D, devido a enchentes que assolaram o município de mesmo nome. A vaga foi repassada a outras equipes da primeira divisão, mas foi passando, passando e acabou que nenhum time quis e caiu no colo do Azulão. Na Série D, a equipe parou na segunda fase, mas fica a lembrança da liderança no grupo 4, que tinha o Santa Cruz. A equipe retornou à primeira divisão estadual na temporada.
Marcílio Dias (2010 e 2013)
O ano de 2009 tinha tudo para ser especial, com a disputa da primeira Série C reformulada e mais uma edição do Catarinense. Resultado: rebaixamento nas duas competições. Em 2010, a Série D dava um alívio nacional, mas a campanha foi ruim, com a lanterna do grupo 10, com três empates em seis jogos. No Catarinense Divisão Especial (segunda divisão), a equipe conquista o título.
Em 2013, o Marinheiro voltou a disputar a Série D no mesmo ano em que participou da segunda divisão estadual. Dessa vez, a vaga veio via Copa Santa Catarina 2012, quando ficou com o vice. Em 2013, a equipe voltou a segunda divisão e foi campeão. No Nacional, lutou pela vaga até as últimas rodadas, mas não conseguiu vaga no mata-mata.
Cerâmica (2011)

O clube de Gravataí gostava da Copa FGF, com boas campanhas, mesmo com dois vices. Em 2010, a equipe perdeu a final para o Internacional “B” e ficou com a vaga para a Série D 2011, onde terminou na lanterna do grupo 7, com cinco pontos, longe da classificação. Entretanto, a tão sonhada volta à elite estadual foi conquistada, com mais um vice-campeonato.
Sendas – atual Audax Rio (2011)

Atual Audax Rio, o então Sendas, disputou a Série D 2011, como campeão da Copa Rio 2010, após vencer o Bangu. A equipe tinha boa estrutura e chegou a uma divisão nacional antes mesmo de chegar ao Carioca. Na disputa nacional, a equipe ficou em terceiro lugar no grupo 6, mas não conseguiu a vaga para seguir adiante. Na Série B carioca, a equipe fez a melhor campanha na primeira fase, mas sucumbiu na seguinte e o acesso veio apenas em 2012.
Araguaína (2012)
O ano de 2011 tinha tudo para ser especial, com a disputa da Série C e mais uma edição do Catarinense. Resultado: rebaixamento nas duas competições. Não estranhe, mudamos apenas algumas partes da história do Marcílio Dias, pois a do Araguaína foi igual. A equipe teve a maior conquista do futebol tocantinense no cenário nacional com o acesso à Série C, mas no ano que tinha tudo para ser mais histórico, fez apenas um ponto na terceira divisão e foi rebaixado no Estadual. Em 2012, foi mal na Série D, mas subiu no Tocantinense.
Brasil de Pelotas (2012)
Rebaixado por problemas judiciais na Série C 2011, o Xavante estava na segunda divisão estadual desde 2010, como efeito da tragédia de 2009, que vitimou o ídolo Cláudio Millar. Em 2012, a equipe parou na primeira fase da Série D e nem mesmo na segunda divisão estadual fez boa campanha. A retomada de sucesso começou no ano seguinte, com a saída da segunda divisão estadual rumo ao Brasileirão Série B.
Concórdia (2012)
A classificação do Concórdia à Série D 2012 foi bizarra. Na Copa Santa Catarina 2011, cinco equipes participaram da competição e o Galo do Oeste ficou em quinto, mas Brusque e Marcílio Dias desistiram da vaga, o Metropolitano garantiu via Estadual e o Joinville disputava a Série C, assim, a vaga caiu no colo do Concórdia, que havia sido rebaixado naquele ano. Em 2012, a equipe ficou em último no grupo 7 e no Catarinense Divisão Especial parou nas semifinais e não garantiu o retorno à primeira divisão.
Marília (2012)
Acostumado a ter campanhas consistentes na Série B na primeira década deste século, o Marília passou a conviver com o efeito ioiô. Em 2011, a equipe foi rebaixada na Série C e no Paulista Série A-2. Consequência, a equipe participou da Série D 2012, no ano em que disputou a terceira divisão paulista. Nos dois campeonatos, má campanha! Nunca mais voltou a disputar uma divisão nacional.
Santo André (2013)

Vindo da Série C 2012, o Ramalhão estava em uma derrocada após a participação na Série A 2009 e o vice-estadual de 2010. Pelo segundo ano estava na Série A-2 e corria o risco de ficar sem calendário nacional. Na Série D, conseguiu vaga na segunda fase, com o 2º lugar no grupo 7, atrás do Juventude. Porém, a equipe parou no Metropolitano no mata-mata. No primeiro semestre, falhou na tentativa de voltar à Série A-1, que ocorreu apenas em 2014.
Grêmio Barueri (2014)
Um dos projetos mais interessantes do fim da década de 2000 se tornou uma decepção anos depois. Em 2013, o Barueri foi rebaixado na Série C! No ano que estreou na Série D, a equipe havia disputado pela terceira vez seguida, a Série A-2. Não foi bem em nenhuma das competições.
Guarani de Palhoça (2014)
Terceiro lugar na Copa Santa Catarina 2013, a vaga na Série D foi repassada ao Guarani de Palhoça, que recém havia voltado a segunda divisão catarinense, após o Metropolitano garantir o posto via Estadual. Ficou em último no grupo que participou, mas o ano teve como ponto alto, a volta à primeira divisão, com o vice-campeonato.
Ipatinga (2014)
Outro projeto emergente com dias melancólicos, o Ipatinga, em 2014, voltou ao nome original, após um ano como Betim, onde ficou perto do acesso na Série C 2013, mas foi excluído do certame seguinte por ter entrado na Justiça Comum. Dessa forma, teve que disputar a Série D 2014, onde fez péssima campanha, com os piores números entre os participantes. No Mineiro Módulo II não teve boa campanha, com um modesto nono lugar.
Duque de Caxias (2015)
O 2014 do Duque de Caxias foi péssimo com rebaixamentos no Carioca e Série C. Após anos de estabilidade nacional, o Duque se viu na quarta divisão nacional e, pior, na “segundona” estadual. No Carioca, o clube ficou em quarto, relativamente, longe do acesso e na D ficou em penúltimo no grupo 6, com sete pontos, acima apenas do Villa Nova. O clube, desde então, passou longe de voltar a uma divisão nacional.
São Caetano (2015)
A história do São Caetano é a mesma do Duque, com um 2014 péssimo, com quedas no Paulista e Série C. De grande história no início do século, o Azulão passou por grave crise, que culminou em descensos. Entre os clubes que participaram da Série D e de uma divisão menor estadual, o São Caetano foi o que teve a melhor campanha. Na primeira fase, foi a melhor na classificação final e chegou ao jogo do acesso, como favorito contra o Botafogo-SP, mas não venceu a forte retranca do Pantera. No primeiro semestre, a equipe terminou em sétimo na Série A-2, conquistando o retorno apenas em 2017.
Caxias (2016)

Um dos casos mais legais da Série D 2016 aconteceu no dia 10 de julho, quando o clube grená estava em campo pela 5ª rodada da primeira fase, contra o Maringá, mas no meio do jogo uma comemoração é realizada dentro de campo, mas não era por um gol e sim, pelo empate final entre Brasil de Farroupilha e Pelotas, na Divisão de Acesso, que garantiu o retorno do clube à primeira divisão. Na Série D, a equipe não conseguiu a subida, onde era apontado com um dos favoritos do Sul. Pelo menos uma parte do projeto de 2016 serviu para apagar o péssimo 2015.
Operário (2017)
Após o título estadual de 2015, o Fantasma amargou o rebaixamento no ano seguinte. Como não assegurou vaga pelo Paranaense, a equipe disputou a Taça FPF e garantiu calendário nacional para 2017. A equipe disputou a primeira fase da Série D simultaneamente a “semifinal em grupos” da Divisão de Acesso, mas falhou, o que foi considerado um vexame. O ano foi (bem) salvo, pois a equipe conquistou o acesso e o título da quarta divisão.

XV de Piracicaba (2017)
Em 2016, o Nhô Quim viveu o céu e o inferno. A equipe foi rebaixada no Paulista Série A-1, mas comemorou o título da Copa Paulista. Optou por jogar a Série D 2017. Não foi bem em nenhuma das competições: na Série A-2, terminou com um decepcionante 12° lugar e no Nacional foi eliminado na primeira fase, onde enfrentou o Operário, o segundo jogo da história da Série D que envolveu dois times que estavam na segunda divisão estadual.
Portuguesa (2017)
O caso da Lusa foi acompanhado por, praticamente, todo o Brasil. Rebaixado na Série A 2013 após o Caso Héverton, a equipe emendou um rebaixamento consecutivo na Série B 2014. Ficou dois anos na Série C até cair em 2016. Sem calendário nacional garantido para uma próxima temporada pela primeira vez na história, fez uma Série D abaixo da grandeza, mas esperada pela qualidade do elenco. Foi lanterna do Grupo A13. Não conquistou o acesso estadual e falhou na Copa Paulista desde então.
Americano (2018)
Em 2002, o Americano disputou a última Série B da história. Nos anos seguintes, teve bons momentos no Carioca, mas caiu em declínio a partir de 2006, quando participou da último campeonato nacional. Em 2013, foi rebaixado ao Carioca Série B, onde ficou até 2018, quando disputou a Série D simultaneamente ao estadual. O Mosqueteiro garantiu vaga na quarta divisão, com o vice-campeonato da Copa Rio 2017, pois o Boavista preferiu a vaga na Copa do Brasil. O clube de Campos dos Goytacazes foi eliminado na etapa inicial, mas no âmbito estadual garantiu retorno à elite do futebol fluminense.
Mogi Mirim (2018)
Anos depois do Marília, foi a vez do Mogi Mirim disputar a Série D na mesma temporada em que estava na terceira divisão estadual. Em 2017, a equipe foi rebaixada na Série C e Paulista Série A-2. A campanha na Série A-3 foi terrível com a lanterna da competição. A possibilidade de desistir da edição nacional era considerável, mas resolveram jogar e não passaram da primeira fase, onde teve uma vitória em seis jogos. A equipe está licenciada em 2019
Gaúcho (2019)
Vice-campeão da Copa FGF 2018, o Gaúcho chegou à Série D, pois o Avenida que foi campeão da competição tinha vaga no Nacional pela campanha no campeonato estadual. O clube de Passo Fundo foi o terceiro a disputar o quarto nível brasileiro, mas o primeiro por méritos, pois Marília e Mogi Mirim estiveram nessa situação como rebaixados da Série C. O Periquito teve apenas uma vitória, 1 a 0 contra o Foz do Iguaçu, mas ficou em terceiro no grupo. O alviverde mais uma vez decepcionou na Terceirona Gaúcha, quando parou na semifinal, que definia o acesso, perdendo para o Guarany de Bagé.
Itaboraí (2019)
Assim como o Gaúcho, o Itaboraí chegou à Série D 2019 como vice-campeão da copa estadual. No Rio de Janeiro, o Americano preferiu a vaga na Copa do Brasil, restando a quarta divisão para o clube do sudeste fluminense. Quando chegou ao Nacional, o clube era visto como favorito para subir na segunda divisão estadual, enquanto que na Série D se esperava uma classificação como segundo colocado. A equipe teve uma vitória, dois empates e três vitórias no Grupo A14 na Série D. A surpresa, negativa, foi o rebaixamento para o Carioca Série B2 2020, como pior equipe da competição.
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