Texto incluso na reportagem “Meu mundo é o futebol!” que fez parte da primeira edição da Revista Série Z, que pode ser vista abaixo.
Era 11 de outubro de 2015. “Cara, que experiência doida!”. Gibraltar e Escócia se enfrentaram em Faro, Portugal. “Mistura de clima de Copa do Mundo com amistoso oficial”. Apesar de eliminada, 15 mil escoceses cruzaram o continente para ver o confronto contra uma das mais cultuadas seleções alternativas do momento. Marco Antônio Rigotti, 21 anos, estava lá e viu tudo isso de perto.
Ver Gibraltar de perto é um desejo de dez entre dez interessados por futebol alternativo e Marco teve a chance, onde recebeu cumprimentos por ser brasileiro. “Eles adoram brasileiros! Me viam com meu agasalho no entorno do estádio e sempre pediam fotos, com as famosas palavras ‘joga bonito’, ‘Pelé’ ou ‘Ronaldinho’”, conta.
Nascido em Araçatuba, criado em Ribeirão Preto, formado em Uberlândia e mestrando em Faro. Marco se formou recentemente em Relações Internacionais e resolveu ir para o Algarve fazer o Mestrado em Gestão Empresarial e o futebol foi um dos primeiros pontos que queria conhecer na nova terra. “Sem dúvidas!”.
Na primeira divisão portuguesa, porém, a região sul não possui representantes, mas o clube da cidade, o Farense, da segunda divisão foi o escolhido pelo brasileiro, que desde que chegou lá, foi a todas as partidas no estádio de São Luis. “Não perco um! Ir ao estádio é um processo de catarse. A torcida é apaixonada e extremamente orgulhosa de si e seus feitos”.
Rigotti se tornou conhecido no meio da torcida, que já o chama de “o brasileiro”. Torcida essa que apoia o tempo inteiro, inclusive Marco. “O time faliu uns anos atrás e recomeçou da divisão mais baixa do país, os distritais amadores. É bacana acompanhar o processo de reestruturação desse time”.
Segundo o mestrando, o futebol dos gajos é bem diferente do brasileiro. Primeiramente, pelo estádio com capacidade para 13 mil pessoas, onde não há grades ou policiais. A média de público é de 1.500 torcedores, com apenas alguns seguranças nas balizas “protegendo” os adeptos. Quanto ao nível de jogo, Marco vê uma nítida diferença. “Jogadores com muito vigor físico, porém pouca técnica. Em todos os jogos que vi até agora, não encontrei um time com um camisa 10 capaz de fazer aquele passe em profundidade. Temos jogadores mais técnicos na Série D no Brasil, mas eu não garanto que nossos times da quarta divisão teriam capacidade física de competir com os daqui”.
Série D! Apesar de longe, Marco Antônio pôde vibrar com a conquista do “seu” Botafogo de Ribeirão Preto. Ele “nasceu” palmeirense, mas aos 14 anos, se mudou com a família para Ribeirão Preto e como ele se diz “doido por futebol” passou a frequentar o Santa Cruz e a paixão o pegou. “Viajava direto com a torcida, já fui bilheteiro, já atendi na loja do Botafogo, já vendi ingresso, já fui tudo lá dentro, me sentia parte de tudo aquilo e nunca mais consegui largar o Botinha!”. Quando morava em Uberlândia, sempre ia a cidade para ver o clube, agora em Faro não pode ir, mas continua acompanhando. Seja com o Botafogo, o Farense ou Gibraltar, Marco não deixa de lado, o futebol!
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