Em época (ainda bem) de Bom Senso FC, um dos campeonatos que servem como redenção a tentativa de se organizar de uma melhor forma começou. É a Série D, o último escalão do Brasileirão. Lá estão os clubes que buscam mais que um acesso ou título, buscam um calendário, um planejamento e uma organização. Por exemplo, programas de sócio-torcedor sem um campeonato atrativo no segundo semestre é uma barca que não tende nem a cair, mas com certeza nem subiria.
Ao final da primeira fase, 25 clubes já irão deixar a competição. E o segundo semestre? Dependendo do estado há calendário, com as copas realizadas e dão “sobrevida” a alguns clubes. Nos outros lugares, esperar janeiro pelos estaduais e torcer por um novo “lugar ao sol”. O que mais espero realmente nessa primeira fase é a “profissionalização dos documentos dos jogadores”, para que nenhum clube perca pontos por irresponsabilidade, seja do clube, das federações ou pelos recessos do BID.
Que o futebol da Série D seja notícia na grande mídia. Mesmo com a torcida, sei que só lá na final que isso irá acontecer e com um meio minuto de duração. Por isso eu clamo para que nenhum massagista invada o campo para evitar um gol e assim a Série D virar manchete não pelo futebol, mas pela caricatura que muitos fazem da Quarta Divisão. Na época, o Trivela publicou uma espetacular reflexão sobre aquele caso fatídico no jogo Tupi x Aparecidense, onde o reflexo da impunidade brasileira entrou em campo. Houve punição, o Tupi passou e conseguiu o acesso logo adiante.
A Série D 2014 possui clubes tradicionais, clubes emergentes, clubes fortes no estado e até de segunda divisão estadual. Pelos nomes, a Série D tem tudo para ser a mais forte que já houve, apesar de que a edição de 2013 consagrou quatro equipes que não foram grandes novidades na Série C. O Botafogo (PB) é tradicional e estava com o acesso entalado desde 2003, ainda pela Série C; o Juventude em 2007 estava na elite do futebol nacional; Salgueiro e Tupi haviam caído da Série C em 2012 e voltaram um ano depois.
Algo que espero é o diferente. Atualmente, as três primeiras divisões comportam clubes de 16 federações. Assim, 11 estados não têm clubes nos campeonatos com calendário garantido, são eles: Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Tocantins, Sergipe, Piauí, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Esses estados juntos possuem 13 representantes, já que o Rio Branco (AC) e Brasiliense no ano passado estavam na Série C. então, a torcida é grande por esses estados. Desde que a Série C se “modernizou”, apenas Sergipe e Tocantins, além do Acre e Distrito Federal tiveram seus representantes.
Espero também pela torcida. Que o efeito Copa atinja os estádios. Lotados, com festa a lá regionalismo. Clubes de massa estão na Série D, como Moto Clube, Remo, Londrina, Campinense, Brasil de Pelotas, River, Guarany de Sobral e Central. Além dos clubes que foram abraçados pelas cidades, como o Maringá e Globo.
Espero ainda que não precise repetir todo ano a mesma história do que aguardo de uma das competições mais carismáticas desse Brasil. Mudança dentro de campo e nas minhas palavras é o que espero.
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